Vukcevic: «Sporting é uma história acabada»

O problema, não só do Sporting, é que compra jogadores em função, quase sempre, das suas qualidades técnica sem contudo dar relevância às suas personalidades. Tenho para mim que um jogador com uma personalidade vincadamente escrupulosa dentro e fora do campo, bem assim com mentalidade superior aos demais é mais preponderante numa equipa do que uma suposta qualidade técnica. Esta sem inteligência não funciona. Já o contrário é possível porquanto a escrupulosidade, o carácter e mormente a inteligência fará do jogador uma mais-valia para a equipa. É raro ver na formação trabalharem-se estas qualidades. Frequentemente vê-se os jovens jogadores proferirem declarações de que cresceram “como jogadores e como pessoa” neste e naquele clube. A realidade é que muitos deles nem numa coisa nem noutra. A formação não pode passar só pela formação táctica é técnica do jogador. Sabemos que é isto que se sucede. Os clubes, em princípio assim se diz, castigam os jovens jogadores não os convocando quando o rendimento escolar não é bom. Mas a verdade é que quando a qualidade futebolística deles é boa tal princípio não é aplicável. É algo que deve mudar. Dever-se-á estabelecer uma filosofia cuja essência passe objectiva e efectivamente pela cultura do carácter, assim como pela fomentação das suas potências de vida com vista a que esta potência imanente emerja no jovem jogador, sem lhes fazer esquecer que estão em devir, evitando a estagnação quer como jogador, quer como homens.