Soares Franco responsabiliza Veiga pelas negociações por João Pinto

Filipe Soares Franco acusa José Veiga de pretender «deteriorar» as relações do Sporting com o Benfica devido às suas alegações relativamente à transferência de João Pinto para Alvalade em 2000. O antigo director-geral da Luz é arguido por burla qualificada no âmbito do caso, mas já veio a público alegar inocência e colocar nos ombros dos responsáveis leoninos a culpa pelo "desaparecimento" de uma verba da ordem dos 3,3 milhões de euros. Ora o presidente do Sporting assegura a total transparência do emblema verde e branco, frisando que José Veiga participou «de forma essencial e vital» no processo de contratação de João Pinto. Soares Franco nota ainda que o Sporting pagou a uma empresa inglesa representada por Veiga no negócio 3 fracções do acordo global de 4,19 milhões de euros por direitos desportivos do atleta e que posteriormente pagou também uma quantia a João Pinto.


Em conferência de imprensa agendada para abordar especificamente a polémica, Soares Franco começou por realçar que «José Veiga participou de forma muito activa, diria mesmo de forma essencial e vital, para a contratação de João Pinto por parte do Sporting», sublinha o presidente leonino, considerando que «se não fosse a participação activa de José Veiga neste processo João Pinto nunca teria estado no Sporting». Soares Franco sublinha ainda que o ex-director geral do Benfica «participou na contratação e na negociação como empresário do jogador e não como amigo» conforme Veiga veio a público referir.
Quanto aos moldes do processo de contratação de João Pinto, o presidente do Sporting frisa que «houve um único contrato celebrado com João Pinto» e que este foi «integralmente cumprido» e assinado por Luís Duque e por Miguel Ribeiro Teles, ex-dirigentes de Alvalade. Soares Franco também sublinha que o atleta só participou no momento de assinatura do acordo, frisando que as negociações foram conduzidas por Veiga em nome da Superfute e da empresa inglesa Goodstone que, segundo o líder verde e branco, enviou à SAD de Alvalade um fax delegando no ex-dirigente do Benfica poderes para a representar no processo.
O presidente do Sporting nota que em paralelo com o contrato de trabalho assinado com João Pinto foi firmado um vínculo com a Goodstone relativo a direitos desportivos do jogador «no valor de 4 milhões e 190 mil euros». Segundo Soares Franco a Goodstone não é uma empresa off-shore, frisando que a «operação obedeceu a um parecer favorável da BDO, consultores fiscais da Sporting SAD», e que «não incorreu em qualquer trâmite de espécie alguma ilegal». Do entendimento acordado foram feitos, de acordo com Soares Franco, três pagamentos à Goodstone - o primeiro a 11 de Agosto de 2000 no valor de 400 mil contos que foi depositado no Banco luxemburguês DEXA; e os dois restantes a 18 de Abril de 2001 e a 22 de Fevereiro de 2002 feitos por transferência bancária para uma conta da Goodstone em Londres. «Não houve mais nenhum pagamento», afiança o presidente leonino, frisando que depois da dissolução da Goodstone em 2005 João Pinto «informou não ter recebido a totalidade dos créditos da cedência dos direitos desportivos à Goodstone, pelo que decidiu o Sporting pagar o que lhe devia», relata Soares Franco.
Os responsáveis de Alvalade, que já se constituíram como assistentes no processo-crime, assumindo-se assim como uma das partes lesadas, estão agora na disposição de requererem a abertura das contas envolvidas «para saber para onde o dinheiro foi», refere Soares Franco. «Espero que José Veiga e João Pinto estejam na mesma disposição para dar como encerrado este assunto», conclui o dirigente.