Seleção: 'indignados' sem bilhete abriram portas do treino | Relvado

Seleção: 'indignados' sem bilhete abriram portas do treino

Adeptos não sabiam que tinham de levantar um bilhete para poderem assistir ao treino, mas lá consegu
 

Um movimento espontâneo de adeptos “indignados” formou-se hoje à porta do Estádio Municipal de Óbidos, local do primeiro treino aberto da seleção portuguesa de futebol, no qual só podia entrar quem tinha bilhete, previamente levantado no posto de Turismo.

Cerca de meia hora depois de o treino começar, o primeiro de quatro abertos ao público, o protesto acabou por resultar, e as portas foram abertas, mesmo a quem não tinha o ingresso “mágico”.

Enquanto 21 dos 23 convocados de Paulo Bento realizavam exercícios de aquecimento no relvado, mais de 200 pessoas indignavam-se à porta pela falta de informação sobre a necessidade de ter bilhete para assistir ao treino.

Daniel Vitória era um dos indignados e foi perentório em afirmar que não voltaria para tentar ver mais nenhum treino.

“Acho que é uma vergonha. Disseram nos jornais que era um treino aberto ao público e é o que se vê”, afirmou, acrescentando: “Aqui ninguém foi informado sobre os bilhetes”.

Os 1.840 bilhetes disponíveis no Posto de Turismo de Óbidos voaram até à hora de almoço, mas nenhum deles chegou às mãos de Diogo, de 10 anos, que ficou triste por não conseguir ver a seleção e sobretudo Fábio Coentrão.

“É um jogador muito bom, foi do Benfica para o Real Madrid, e marca muitos golos”, afirmou Diogo, que prometeu voltar para tentar em treinos futuros.

Mais sorte teve Rui Faria, emigrante no Canadá, que aproveitou as férias em Portugal para ver a seleção, que se estreia no Euro 2012 a 9 de junho, frente à Alemanha.

“Tive sorte”, contou, explicando que à porta um miúdo lhe perguntou se queria um envelope com um bilhete, que aceitou de imediato.

Sentados num canteiro de flores, Arlinda e Joaquim, de Peniche, lamentavam a falta de bilhete e comparavam a situação com o sucedido em há oito anos, durante a preparação para o Euro 2004.

“Há oito anos estivemos cá e não era preciso bilhete, entrava toda a gente”, garantiu Arlinda, com a mesma certeza com que afirmou: “Eu não venho cá mais, ele já sabe o caminho, se quiser vem sozinho”.

Enquanto à porta oficial muitos se indignavam, outros optaram pela “máxima” do desenrasca e ocuparam o lado oposto à bancada, junto ao complexo de escolas de Óbidos, onde o bilhete era completamente dispensável.

Os protestos acabaram por resultar e a porta abriu-se também a quem não tinha bilhete, permitindo que Diogo, Arlinda, Joaquim e Daniel Vitória e muitos outros assistissem ao treino aberto, que se repete na quinta-feira.

Contas feitas, entre bilhetes distribuídos, “intrusos” e “indignados” o primeiro treino com a seleção completa foi presenciado por cerca de 3.000 adeptos.

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