Paulo Bento: "Devemos desfrutar de Ronaldo"

Cristiano Ronaldo voltou a ser assobiado por muitos adeptos portugueses, no jogo do passado sábado. Paulo Bento pede uma atitude diferente do público. "Devemos desfrutar por o ter junto de nós. Os assobios não são justos... Fez uma época extraordinária no seu clube e não tenho a mínima razão de queixa dele e do seu profissionalismo", frisou, em entrevista ao programa 'Dia Seguinte', da SIC Notícias.

Carlos Queiroz afirmou que quem não se sujeita a lóbis não consegue ser selecionador em Portugal. Paulo Bento respondeu. "Lóbis? Nem vale a pena falar disso... Ando há 20 e picos anos no futebol e sabem o meu trajeto. Conhecem-me o suficiente para saber que isso não existe para mim... Só quero e exijo ser livre para fazer as minhas escolhas e no dia em que não for livre, deixo de exercer as minhas funções, seja na seleção ou num clube", sublinhou.

Paulo Bento defende que o facto de não ter conversado com o antigo selecionador nacional é irrelevante. "O diálogo não aconteceu, de facto, mas não por qualquer motivo em especial... Assinei a 21 de Setembro e passados 18 dias havia um duplo confronto com a Dinamarca e Islândia. Ficámos sem tempo e não houve oportunidade para conversarmos. Mas que fique claro: não tenho qualquer tipo de problema com o professor Carlos Queiroz e de falar com ele em qualquer altura. Se acontecer, acontece, se não acontecer não acontece", realçou.

Objetivo ainda está longe...

Paulo Bento mostra-se muito satisfeito com o facto de terem estado presentes mais de 45 mil portugueses nas bancadas da Luz no último jogo com a Noruega."Foi uma forma positiva de apoiar a seleção nacional e foi algo que fomos pedindo, essa adesão das pessoas a um jogo que não nos dava o apuramento, mas em que havia um objetivo que era ficar em primeiro lugar e passar a depender de nós próprios", referiu.

O selecionador nacional frisa que "a posição agora é muito melhor do que há uns tempos atrás, mas que não permite falhar em qualquer momento".

Paulo Bento esclarece como encontrou os jogadores na altura em que abraçou este projecto, no final de Setembro do ano passado. "Há coisas que são públicas, foram referidas demasiadas vezes... O que era fundamental era encarar os dois jogos que tínhamos de qualificação sabendo que havia a possibilidade de ficar de fora do Europeu, pois tínhamos um ponto em seis possíveis. Encontrei um grupo disponível e consciente da responsabilidade. Disse aos jogadores que não era importante falar dos problemas, mas concentrarmo-nos no presente e preparar o futuro, que era o Euro 2012 e também a nossa forma de atuar e de convivermos. Fizemos isso de forma progressiva e agora temos uma certa segurança e estabilidade", sublinhou.

O treinador de 41 anos não deixa de glosar quem afirmou que o começo da campanha de qualificação não foi assim tão mau. "Foi um momento cómico de televisão, quando se disse que o contexto era favorável, com um ponto em seis possíveis e num grupo com menos dois jogos do que é normal... O contexto era extremamente difícil, mas não houve um salvador da pátria. Agora estamos a 270 minutos de chegar ao objetivo", frisou.

Liedson não encaixa no 4.3.3

Paulo Bento abordou a não chamada de Liedson. "Não o convoquei por opção. Estava convocados nos meus dois primeiros jogos, mas lesionou-se e saiu. Como as coisas foram correndo e pelo rendimento de Hélder Postiga e Hugo Almeida e tendo Ronaldo também para essa posição, entendemos não o ter convocado. Mas é um jogador, tal como outros, numa lista de jogadores que a qualquer momento pode ser selecionado", afirmou. E lembrou que Liedson "sente-se mais à vontade para jogar com outro companheiro ao lado". E na seleção, o esquema preferencial é o 4.3.3, com apenas um ponta-de-lança...

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