Liedson na Selecção portuguesa

Para vos ser franco, isso não me aquece nem arrefece, pois se se lembrarem, das primeiras vezes que a Itália foi campeã mundial foi com 3 ou 4 jogadores brasileiros de descendência italiana, portanto este assunto é "tipo descobrir a póvora depois da guerra"! O mais importante é que a selecção tenha uma identidade e uma personalidade em termos de equipa. Isso só se consegue quando reunimos um grupo onde arte, técnica, força, capacidade de sacrifício exista. Foi assim com a chamada "geração de oiro" e com as outras dos diversos países. Outro ponto que defendo é o jogador português. Se não gostarmos de nós próprios quem gostará? Imaginem na pele de um Hugo Almeida, que tem lutado como um gigante desde se calhar das escolinhas para ser um verdadeiro ponta-de-lança. Sabem tão bem como eu que se fores alto e rexuxudinho quando és puto, ficas ou no banco ou a defesa central. É assim que se começa os maus hábitos no futebol. Pensa-se que lá na frente tem de ficar os mais levezinhos e que fintam meia equipa. Nada de mais errado. Uma bibliografia porreira é a do Batistuta, que era um puto gordinho mas que teve a sorte de um dia marcar 6 golos a uma equipa juvenil no campeonato argentino. Um treinador com algum prestígio viu o jogo e disse apenas: ninguém no mundo marca 6 golos assim como dá cá aquela palha. Foi a sorte do Batigol. Engraçado é verificar que estes jogadores têm sempre bonitas histórias para contar e acima de tudo o seu lado humano é de salutar, lembrei-me do seu comportamento aquando das suas épocas a representar a Fiorentina. Como estava a escrever... como acham que de um momento para o outro o Hugo Almeida perdia o seu lugar na selecção para um jogador que a nível técnico não traria nada de novo à selecção, mas sim uma maneira diferente de atacar? (sei que é um assunto para debater mas só a confusão e o descrédito que iria dar a outros jogadores que acredito que dêm o seu melhor para serem chamados, seria decepcionante para eles.) Não é nada contra o Liedson nem mesmo com o Derlei, é apenas uma constatação do facto. Por exemplo, se o Jardel nunca tivesse jogado pelo Brasil, na altura do seu áuge, teria visto com bons olhos a sua entrada para a selecção pois claramente faltava-nos qualquer coisa. Neste momento, temos a matéria prima, então porquê mandar vir de fora? Já o Deco foi um bocadinho assim e aposto que se o Deco, Costinha e Maniche não fossem o trio campeão europeu, o Deco não estaria na selecção. Se tivessem dado mais cedo oportunidades a jogadores como Hugo Leais, Necas, Silas, Zé Pedros, Ricardos Nascimentos (que jogador esse tão mal aproveitado pelos clubes nacionais...) talvez tinhamos mais escolha. A meu ver o excesso de estrangeiros nas nossas ligas vai atrapalhar a nossa selecção. O primeiro aviso foi já neste verão com todas as competições jovens. Cumprimentos Futebolísticos!