Dimas: "Tenho a certeza que não vamos falhar no play-off" (Exclusivo)

Dimas, antigo internacional português (jogou 44 vezes pela seleção principal) não duvida que a equipa das quinas vai marcar presença na fase final do Euro 2012. "Calhe quem nos calhar no sorteio do 'play-off', tenho a certeza que não vamos falhar! Mas se pudesse escolher o adversário, escolheria a Estónia, que das quatro equipas [as outras são a Turquia, o Montenegro e a Bósnia) me parece claramente a mais fraca", defende, em declarações ao Relvado.

Dimas alerta no entanto que Portugal "tem de defender melhor, porque marcar não tem sido problema nos últimos jogos".

O ex-jogador, que foi titular na fase final do Euro 2000, quando Portugal jogou porventura o seu melhor futebol de sempre, ficou naturalmente "desiludido com a derrota e com a exibição realizada com a Dinamarca" mas prefere dar "grande mérito ao adversário, que se apresentou em grande plano e fez um óptimo jogo".

O antigo jogador do Benfica, Sporting e Vitória de Guimarães lembra que "apesar das coisas não terem corrido bem, as pessoas têm de se lembrar que do outro lado estava uma boa equipa, que teve muito mérito, principalmente pela forma como entrou em jogo".

Eliseu foi o dono do lugar de defesa esquerdo. E se com a Islândia as coisas lhe correram bem - embora a atacar - diante da Dinamarca mostrou alguma fragilidade defensiva. "É sempre complicado para um jogador novo, sem grande experiência de seleção, apanhar com jogadores com o andamento da Dinamarca...  Ainda por cima quando esse futebolista não é um defesa esquerdo de raiz. Por isso, ele passou por dificuldades naturais", defende.

Ausências pesaram

Portugal viu-se privado de Pepe, Fábio Coentrão, Danny e Hugo Almeida no confronto diante dos dinamarqueses. Ausências de peso, segundo Dimas. "Esta equipa está habituada a atuar junta há já algum tempo e quando faltam três ou quatro jogadores num encontro complicado, é claro que as coisas se tornam mais complicadas", realça.

A invasão de estrangeiros no futebol português coloca cada vez mais dificuldades aos jovens jogadores, o que acaba por prejudicar a nossa seleção. Mas Dimas acha que isso "é apenas uma desculpa que os treinadores têm para não lançar jovens portugueses com talento". E lembra com saudade "o tempo em que eram lançados miúdos de 19, 20, 21 anos na seleção principal porque havia muitas hipóteses de escolha, algo que hoje em dia não sucede".

Dimas pede por isso "coragem aos treinadores para lançarem jovens portugueses, pois continua a haver grande qualidade". E acrescenta que "quantos menos estangeiros houvesse, melhor seria, mas isso é algo que não se pode controlar, a não ser que as leis sejam alteradas".

O antigo lateral defende que o trabalho de Paulo Bento não pode ser colocado em causa. "Pegou na seleção num momento de dificuldade e conseguiu unir o grupo, dando oportunidade a alguns jogadores que raramente eram utilizados. Os resultados foram ótimos, com exceção do último e lembro que há cinco jogos muitos achavam que Portugal já estava  de fora da fase final", recorda.

Dimas sublinha que nos últimos tempos, "Paulo Bento viu-se confrontado com problemas inesperados que acabaram por prejudicar a seleção, pois  acabaram por resultar na ausência de jogadores importantes neste jogo com a Dinamarca".