Despedimento de Carlos Queiroz julgado em setembro | Relvado

Despedimento de Carlos Queiroz julgado em setembro

Antigo selecionador nacional espera "que a justiça portuguesa possa funcionar".
 

O julgamento do processo de despedimento de Carlos Queiroz por parte da direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ficou marcado para 17 a 19 de setembro, revelou hoje o ex-selecionador, que acionou judicialmente o organismo.

“O julgamento efetuar-se-á entre 17 e 19 de setembro, na 1.ª Secção do 1.º Juízo do Tribunal do Trabalho de Lisboa. Continuo confiante de que a justiça portuguesa possa funcionar”, disse hoje à Agência Lusa Carlos Queiroz, que considerou “unilateral e ilegal” o rompimento do contrato por parte da FPF.

O organismo alegou justa causa para o mesmo, na sequência da sanção imposta pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADOP) de seis meses de suspensão por aquele, alegadamente, ter perturbado a ação do controlo antidoping levada a efeito a 16 de maio de 2010, na Covilhã.

Segundo Carlos Queiroz, correm ainda dois processos nos tribunais, um que resulta de uma queixa-crime contra o ADOP, que remeteu para o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) por alegados “indícios de fraude processual” por parte dos médicos daquele organismo, e outra contra o na altura secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias.

Levar o Irão ao Mundial - Atual responsável técnico da seleção do Irão, Carlos Queiroz conseguiu garantir, ao vencer o Grupo E da zona asiática, do qual faziam parte Qatar, Indonésia e Bahrain, o apuramento para a quarta fase de qualificação para o Mundial 2014, que se disputa entre 3 e 18 de junho de 2012.

Nesta, integrará o grupo A, juntamente com a Coreia do Sul, o Uzbequistão, o Qatar e o Líbano, evitando os atuais campeão asiático, o Japão, e vice-campeão, a Austrália, que fazem do grupo B, além do Iraque, da Jordânia e de Omã.

Os dois primeiros classificados de cada grupo qualificam-se diretamente para o Mundial do Brasil, enquanto os terceiros classificados enfrentam-se num “play-off”, com o vencedor a disputar uma vaga em 2014 com o quinto classificado da zona sul-americana de qualificação.

“Faltam oito jogos, estamos esperançados em ficar nos dois primeiros lugares e obter a qualificação direta para a fase final do Mundial”, disse Carlos Queiroz, satisfeito com o trabalho até aqui desenvolvido, traduzido “em vitórias em todos os jogos particulares” e no registo de “cinco vitórias e três empates” nos jogos oficiais.

Seleção goleadora - O atual selecionador do Irão realça o facto de a sua equipa “não ter ainda perdido”, além dos “22 golos marcados, que fazem dela a mais goleadora de todas as seleções asiáticas, e dos cinco golos sofridos”.

Quanto ao sorteio, que colocou o atual campeão asiático, o Japão, e o vice-campeão, a Austrália, fora da rota do Irão na caminhada para o Mundial2014, Carlos Queiroz rebate a ideia de que a sorte bateu à porta dos iranianos.

“Não é assim tão linear. Como o Irão estava no mesmo alinhamento do Japão, as duas seleções nunca ficariam no mesmo grupo. E se tivéssemos ficado no Grupo B, com a Austrália, não teríamos a Coreia do Sul no mesmo grupo”, explicou Carlos Queiroz, para quem “há duas seleções que podem ser consideradas surpresa, o Líbano, que eliminou a Arábia Saudita e a Coreia do Norte, e Omã”.

Quanto às perspetivas do Irão obter o apuramento direto, para o qual terá de ficar nos dois primeiros lugares, Carlos Queiroz faz a seguinte leitura: “No nosso grupo, o favorito é a Coreia do Sul, pela sua maior experiência e por ter vários jogadores que jogam fora do país. Irão, Uzbequistão e Qatar vão lutar pelo segundo lugar. Deixo o Líbano de fora da luta pela qualificação, mas é uma seleção que eliminou a Coreia do Norte e o Koweit”.

O que não invalida que assuma que o objetivo do Irão “é o primeiro lugar do grupo”, tanto mais que “tem em curso um trabalho de pesquisa” no sentido de “reforçar a equipa com jogadores iranianos que jogam na Europa, na Suécia, Turquia e Bélgica” e que podem transmitir-lhe “maior experiência e maturidade, que faltam claramente à equipa”.

“Não tenho um Ali Daei [considerado o melhor jogador iraniano de todos os tempos], mas conto com jovens de grande potencial e margem de progressão”, comentou o ex-selecionador português.

Japão e Austrália favoritos - No grupo B, Queiroz atribui favoritismo “ao Japão e à Austrália para os dois primeiros lugares”, mas alerta para o Iraque, que “subiu muito de rendimento desde que Zico [antiga glória do futebol brasileiro] passou a orientar a equipa” e que “também vai lutar pela qualificação”.

Antes da estreia no grupo A, que será a 03 de junho no Uzbequistão, frente à seleção local, o Irão vai disputar dois jogos particulares, o primeiro no dia 17 de abril frente aos Emirados Árabes Unidos, o segundo no dia 01 de maio, com a Líbia.

“Na quinta-feira viajo para o Irão, de onde partiremos para a Turquia para realizar um estágio de 20 dias de preparação para a quarta fase de qualificação”, revelou Carlos Queiroz, seguro de que a Liga do Irão “é a mais forte da Ásia, a par da Coreia do Sul”, considerando a do Japão “um caso à parte”.

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