Portugal perde final do Europeu sub-21

A Seleção sub-21 de Portugal perdeu a oportunidade de se sagrar campeã da Europa, ao ser batida na final pela Suécia, no desempate por grandes penalidades, depois de uma igualdade sem golos. Em Praga, na República Checa, a noite foi amarga para os portugueses. A melhor equipa ao longo da prova não conseguiu ser tão forte como queria no jogo decisivo e viu esfumar-se o sonho do título nos pés de William Carvalho – logo ele, um dos melhores jogadores do Europeu.

Portugal entrou forte no jogo, à semelhança do que aconteceu no desafio com a Alemanha. Sempre a pressionar bem alto no terreno, a equipa nacional foi empurrando para a sua área a seleção sueca, que nos primeiros 15 minutos mal conseguiu respirar, tal era o sufoco da seleção lusa.

Logo aos 7 minutos, Sérgio Oliveira enviou a bola com estrondo à barra, na sequência de um livre direto à entrada da área. Nesta fase, os suecos pouco incomodavam José Sá. Aos 19 minutos, numa jogada de rápido contra-ataque, os suecos reclamaram grande penalidade, por alegada mão na bola de Tiago Ilori. A meio da primeira parte, a Suécia começou a libertar-se da pressão Portuguesa e equilibrou o jogo, mas sempre com claro ascendente de Portugal.

O intervalo não tardou a chegar com um teimoso 0-0. Portugal foi mais forte, pressionou mais, rematou mais, teve oportunidades para inaugurar o marcador, mas a bola não entrou.

Portugal voltou à carga logo no início da segunda parte. Mais pressionante e a jogar no meio-campo sueco. Aos 50 minutos houve muito perigo: um contra-ataque supersónico do ataque português, e Ricardo a chegar ligeiramente atrasado ao cruzamento rasteiro de Bernardo Silva. Na resposta, aos 51, a Suécia quase marca. Guidetti surge livre de marcação e remata em habilidade por cima da baliza portuguesa.

O jogo estava na sua fase mais animada. Logo de seguida, Sérgio Oliveira aos 52m, com um remate de longe quase surpreende o guarda-redes sueco.

A partir dos 10m da segunda parte, apenas Portugal tentou chegar ao golo, dispondo de várias oportunidades – embora a qualidade das decisões fosse diminuindo com o passar do tempo. Iuri Medeiros, recém-entrado no jogo, atirou aos 64m um remate cruzado que gelou o sangue ao guardião sueco. A bola passou muito perto do poste.

Os minutos iam passando e a Suécia ia aguentando o empate, tentando, aqui e ali, incomodar José Sá.

Aos 70 m, Rui Jorge esgota as substituições, com a entrada de Gonçalo Paciência, que curiosamente já tinha marcado à Suécia na fase de grupos.

Nos últimos 10 minutos do tempo regulamentar, o jogo partiu, muito por causa da notória quebra física dos jogadores portugueses.

A Suécia começou a acreditar e a ser mais perigosa e os minutos finais foram de aflição para os portugueses. Aos 86m, José Sá foi o herói. Fez uma enorme defesa por instinto, após grande confusão na área nacional. Com o empate aos 90m, o jogo foi para prolongamento.

Os 30 minutos do tempo extra foram um tormento próprio de um final de época. As forças já escasseavam e as ideias também – e isso notava-se mais nos portugueses. A Suécia, com lançamentos em profundidade esteve mais perigosa e mais perto de marcar. Ainda assim, nenhuma das equipas justificou a vitória nesta fase.

Com o apito final, o jogo foi decidido nas grandes penalidades. José Sá ainda conseguiu defender um remate adversário. Do lado dos portugueses, Gonçalo Paciência, Tozé e João Mário marcaram, mas Esgaio e William falharam. Ponto final no sonho e um sentimento amargo de alguma injustiça.

Equipas:

Portugal - José Sá; Ricardo Esgaio, Paulo Oliveira, Tiago Ilori e Raphael Guerreiro; William Carvalho, Sérgio Oliveira (Tozé, 54’), João Mário e Bernardo Silva; Ricardo Pereira (Gonçalo Paciência, 70’) e Ivan Cavaleiro (Iuri Medeiros, 61’).
Suplentes: Daniel Fernandes, Bruno Varela, João Cancelo, Tobias Figueiredo, Frederico Venâncio, Rafa Silva, Rúben Neves, Tozé, Gonçalo Paciência, Iuri Medeiros, Carlos Mané e Ricardo Horta.

Suécia - Carlgren; Lindelöf, Milosevic, Helander (Baffo, 46’) e Augustinsson; Tibbling (Quaison, 65’), Lewicki, Hiljemark e Khalili; Guidetti e Kiese Thelin.
Suplentes: Rinne, Linde, Baffo, Holmén, Konate, Zeneli, Olsson, Larsson, Quaison, Gustafson, Hrgota e Ishak