Um dia histórico - aí está a tecnologia ao serviço do futebol | Relvado
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Já sabíamos que ia ser um processo longo. Mas aí está a tecnologia ao serviço do futebol.
Os

5 de Julho de 2012 passa a constituir uma data histórica para o futebol mundial. A IFAB (International Football Association Board) deu, finalmente, luz verde à implementação da tecnologia da linha de golo, através da utilização de dois sistemas (GoalRef e Hawk-Eye) que passaram até agora todos os testes a que foram submetidos.

Apesar dos cuidados colocados na explicação que acompanhou o anúncio da decisão, durante a qual ficou claro que o árbitro continua a ser soberano nas suas apreciações e que esta decisão NÃO corresponde à abertura da discussão em torno das ‘tecnologias no futebol’, a verdade é que foi dado um passo importante nesse sentido.

A tecnologia chega, finalmente, ao futebol, mas há o cuidado de dizer que este momento não corresponde à (re)abertura do debate em torno do tema. Pois.

A matéria é polémica e tornou-se mais susceptível de promover bloqueios a partir da posição inflexível do presidente da UEFA, Michel Platini, que se mostrou sempre contrário à ajuda que as novas tecnologias pudessem dar, no plano das decisões dos árbitros.

A decisão foi tomada por unanimidade e a FIFA financiará a sua utilização no próximo Mundial de Clubes, a realizar no Japão, no próximo mês de Dezembro.

Recorde alguns golos que deram que falar:

Há questões de licenciamento e de operacionalidade que subsistirão nos próximos meses, mas, se tudo correr bem, é possível -- segundo Alex Horne, representante inglês do Board -- que a tecnologia da linha de golo possa ser implementada na Premier League na segunda metade da próxima época e, com maior segurança, durante a temporada de 2013-14.

Parece claro que todas as resistências colocadas sobre a aprovação da GTL (Goal Line Technology) não tiveram a ver apenas com os testes necessários à fiabilidade dos sistemas, mas também com a finalidade de criar uma espécie de embargo à figura do vídeo-árbitro.

Esse será o próximo passo -- e é esse que mudará a face do futebol provavelmente na próxima década. Este ‘sistema’ tem de implodir primeiro para se adquirir a consciência de que o futebol tem de criar mecanismos de transparência e aquisição de verdade, sob pena de colocar em causa a ‘saúde’ da própria indústria.

Permitam-me uma nota final sobre este dia histórico: em 2008, nasceu o Movimento ‘pela Verdade Desportiva’. Abriu-se o debate sobre a importância das tecnologias no futebol. Sensibilizou-se a sociedade civil e a corporação futebolística para as vantagens da modernidade. Incluiu-se no debate a classe política. O Presidente da República interessou-se pela causa. O Parlamento também. Foram 3 anos e 9 meses de luta por uma causa. Sabíamos que, como sempre, a bola estava do lado da FIFA e, por arrastamento, da International Board. Mas sabíamos também quão importante era o envolvimento dos adeptos e dos consumidores do futebol. Um pouco por toda a Europa, o tema hoje é conhecido e debatido. São maiores vencedores todos aqueles que querem a verdade desportiva. É um pequeníssimo passo (poder-se-ia ter evitado aquele estúpido erro do Ucrânia-Inglaterra, no Europeu), mas com ele mais depressa chegará o dia em que os erros dos árbitros terão menores consequências no resultado de cada jogo. É só isso que se pretende. Que os árbitros sejam ajudados e se deixem ajudar. Se a bola passa a linha de golo, e se há forma de o verificar, faz algum sentido aceitar a decisão (errada) do árbitro, em nome do princípio da soberania?

 

Essa soberania não faz nenhum sentido, mas para o IB é importante continuar a defender o princípio. Até os tribunais têm instâncias de recurso. O futebol deu aos árbitros um poder incomensurável que é um atentado ao bom-senso e à inteligência das pessoas.

O vídeo (televisão) mudou a face do futebol. Vale para tudo. Para promover o espectáculo e os patrocinadores. Para divulgação dos mais ínfimos pormenores. Só não serve para ajudar os árbitros a tomar boas decisões. Não é estranho?

(Rui Santos escreve de acordo com a grafia do português pré-acordo ortográfico.)

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Rui Santos no Relvado 1 (fundo verde)
Taxonomia: 
Rui Santos

Congratulo-me com as novas tecnologias mas.....

Pergunto-me a mim mesmo como é que o futebol sem erros vai continuar a dar trabalho a :
3 jornais desportivos DIARIOS
4 programas televisivos desportivos SEMANAIS
e MEIA DUZIA de sites da especialidade onde se vem para aqui descutir quem é corrupto e quem nao é; Qum roubou e quem foi roubado; Quem comanda e é comandado.
O International board esta simplesmente e muito relutantemente a adaptar o jogo ao seculo XXI mas voce, "jornalistas" que apregoam a verdade desportiva e futebol sem erro humano (coisa impossivel), estao simplesmente a matar a vossa GALINHA DOS OVOS DE OURO....

...

O futebol não é só polémica.

E mesmo que fosse só polémica, esta não vai acabar nem quando o árbitro for totalmente virtual. Aliás, aí sim começa a polémica futebolística e acaba o teatro deprimente que tem tapado completamente o jogo em si.

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Leis de jogo/Regras Universais!

As leis de Futebol estabelecidas pela International Board, são Universais, contudo, caso as novas tecnologias sejam no futuro próximo uma ferramenta essencial para descortinar um fora-de-jogo, uma bola que efectivamente entrou na baliza, entre outros erros que infelizmente surgem num jogo de Futebol, serão utilizados esses meios em todos os recintos onde se pratica Futebol Federado?

Bom, onde pretendo chegar, sendo o Futebol uma modalidade Democrática, e repito, com leis e regras bem definidas e Universais, e assim, poderemos perfeitamente ver essas Ferramentas serem ultilizadas num jogo mediático, por exemplo, a ultima Final deste Europeu, e a questão surge, e no Barrancos - Cabeça Gorda do Campeonato Distrital da A F de Beja? Haverá meios técnicos para os árbitros neste País profundo, onde também se joga Futebol, utilizarem os mesmos meios? Ou irá haver uma relativa desvirtuação das tais Regras Universais? Quer-me parecer que sim, e a questão fica, não será por este facto que a FIFA/UEFA tem revelado algum conservadorismo? Ou os meios, as leis, ou as regras devem ser diferentes no Futebol de 1º plano, ou de qualquer "Liga dos Ultimos"? E a Universalidade das regras, e a tal Modalidade Democrática, que se joga em qualquer latitude do Mundo, com leis, regras, ou meios rigorosamente iguais, não seria desvirtuada?

Surgiu-me esta dúvida legitima e pertinente, creio ter sido claro, agora, gostaria de vê-la abordada neste espaço. Obrigado!

Uma questão interessante!

Essa é uma questão interessante que eu próprio já tenho levantado. Claro que se pode sempre argumentar que o futebol de alto nível está mais sujeito a erros dos árbitros pois joga-se a uma velocidade muito maior e, por outro lado, existem muitos mais interesses em jogo.
Passa-se aliás o mesmo em todas as modalidades que já optaram por introduzir o vídeo ou outra alta tecnologia. Elas criam diferenças entre os jogos! Mas também já existiam por exemplo, entre os jogos de alto nível (Champions, Europeus, Liga Europa) onde há árbitros de baliza e 4º árbitro.
As tecnologias são caras, não são pasíveis de se disponibilizar para todos os jogos mas apenas para os mais importantes/mediáticos.

Primeiro passo...

Finalmente o primeiro passo para acabar com as trafulhices no futebol.

O Rui Santos foi o primeiro a abordar este assunto neste país de medíocres que quando alguém avança com uma ideia acham sempre que não vai resultar. Ou será o síndroma da inveja, tão enraizado na cultura portuguesa?
Se bem me lembro, a petição Pela Verdade Desportiva, da responsabilidade do jornalista Rui Santos, foi uma excelente iniciativa que fez chegar a instâncias como a FIFA e a UEFA uma grande ideia em representação e de todos os portugueses que assinaram o documente e, consequentemente, o nome de Portugal sem ser através da Liga e da Federação Portuguesa de Futebol- como se sabe esses senhores colocam-se de joelhos perante a FIFA e a UEFA porque fazem parte do sistema.

O tempo está a dar-lhe razão ao jornalista Rui Santos e ainda vai dar mais.

Continue. Há poucos jornalistas com a sua fibra.

Maria Filomena Pires

Celebrações???

Rui Santos, alegra-me vê-lo tão entusiasmado com uma medida que é de facto útil e acabará de vez com todos os problemas no futebol!
De facto, se há situações que acontecem em praticamente todos os jogos, são estas que agora se tenta evitar, recorrendo às tecnologias: a bola ultrapassou a linha de golo ou não?, eís o cerne de toda a especulação futebolística!
Coisas "menores" e muito menos frequentes tipo: "golo anulado por fora de jogo duvidoso", ou "o jogador na altura do passe estava ligeiramente adiantado, logo o golo deveria ter sido anulado", ou "o jogador jogou de facto a bola com a mão , ficando por assinalar grande penalidade", ou ainda "a falta foi de facto cometida dentro da área e não à entrada da mesma...", são coisas de somenos...
Claro está, que a sua efusividade perante esta medida "para inglês ver", deixa muito a desejar... se calhar na época passada um clube não teria sido "contemplado com 3 penaltys em 10 min, contra o Guimarães...", se se usasse DE FACTO a tecnologia existente!
Esta medida é areia para os olhos, e o senhor está a segurar uma pazinha...

Senhor Rui Santos, a dúvida se a bola passou a linha ou não, acontece duas ou três vezes por época... se tanto.
O verdadeiro problema não está aí! Está nos fora-de-jogo, nos penaltys, nas faltas que dão segundo amarelo, ou vermelho e que fazem uma equipa ficar reduzida de jogadores, o que altera todo o desenrolar de um jogo...
E isso só se consegue esclarecer com o recurso ás tecnologias em TODO O CAMPO. E tão simples como no Rugby, basta interromper o jogo uns segundos para esclarecer. Se reparar no exemplo do Rugby, nem protestos há, não há cartões por discordar da decisão do árbitro, coisa que no futebol, é em praticamente cada falta...
Agora diga-me lá porque não é implementado o recurso às imagens televisivas no Futebol, como no Rugby? Perde-se muito tempo? Treta. NÃO SE QUER! E você, quer?

....

pois o que tem que pensar agora caro rui santos. é que será o principio do fim do seu emprego visto que vive das suspeições e das teorias da conspiração...o que se esquece de observar é que se põe intenções no que os outros fazem, explique o que o retira a si do lote de pessoas que vivem do futebol apenas por interesse? o que contribui ou alguma vez contribuiu para o são desenvolvimento do futebol em Portugal? agora vamos lá a explicar quem vai pagar o sistema, ou se será um sistema portátil que os árbitros transportarão de jogo para jogo...de que forma será aplicado a todos os escalões de futebol e com que viabilidade...ou teremos um tipo de futebol amador e de 2a divisão e o futebol profissional? sou a favor da tecnologia como é evidente, mas as abordagens fundamentalistas, conspiracionistas fazem com que mesmo na introdução das tecnologias haja muitos ponderáveis a ter em conta sem que por isso não se defenda a verdade desportiva, porque se calhar se esquecem esses mesmos fundamentalistas que ao sÊ-lo, apenas atestam a falta de confiança e credibilidade que assola TODOS os que estão ligados ao futebol, não apenas estes ou aqueles e que no fundo nunca terá havido o que designam como verdade desportiva, sendo que concedem o direito a pôr em causa todo o desporto antes da introdução dessas mesmas tecnologias e a credibilidade que terão esses títulos ou realizações...como é que se fica? ou só se põe em causa para uns e para outros não? tantas certezas....

Fidelis!

Sempre pode criar os habituais climas de suspeição, Mascarenhas, recordo o ultimo e bem grave: afirmou/indiciou este Senhor nos seus "Monologos da Vagina" no "Tempo Extraordinário", que Fidelis do Marítimo teria de forma propositada provocado uma G Penalidade que favoreceu o Porto, na sua vitória na Madeira. Ou então, as incorências da sua Liga Real (sem erros de arbitragem), mas vejamos num artigo deste Senhor tamanha "coerência" :

"Fazendo as contas, tendo em conta erros com influência direta nos resultados, o FC Porto faria os mesmos pontos, 75. O Benfica faria 66 em vez de 69. O Sporting teria mais 3 pontos (62 em vez de 59) e o Sporting de Braga menos 5 ( 57, em vez de 62)", revela.

Apesar de considerar o FC Porto um justo campeão, Rui Santos defende que "nos últimos largos anos quando há uma dúvida, os árbitros beneficiam o FC Porto, existe esse padrão de comportamento dos árbitros, é uma questão factual".

Ou seja a sua Liga Real, perante tais afirmações é uma verdadeira TRETA!

Bruxoempatafada:Você deve

Bruxoempatafada:Você deve saber o que move o Rui Santos,sempre contra o FCPorto e sempre a elogiar o benfica???Para alem de o benfica ser o clube do seu coração,o sr Rui Santos foi barbaranente agredido por adeptos do benfica,munidos de paus à saída dos estudios da SIC,no fim de um programa desportivo em que o Rui Santos participava,a partia daí o homem ficou com tanto medo que não consegue dizer o que lhe vai na alma,só pode dizer aquilo que os benfiquistas querem ouvir.

Subscrevo!

Subscrevo que as novas tecnologias, ou mesmo o video-árbitro, poderão ser ferramentas essenciais para se evitarem erros grosseiros das equipas de arbitragem, e que desvirtuam muitas vezes classificações finais.

Porém, neste artigo, temos de relevar esse paragrafo "despretensioso", bem ao jeito do seu autor, aliás, creio mesmo que terá sido o autor deste artigo o "Pai" destas alterações, terá sido o próprio, em conjunto com os arautos da verdade desportivas (O Benfica, claro!), sim, em 2008 esta "cruzada" teve o seu inicio, e foi finalmente coroada de relativo exito, a própria FIFA reconheceu esse mesmo Movimento como fundamental, para proceder a estas primeiras investidas das novas tecnologias no Futebol. Provavelmente, Alexandre Mestre, Secretário de Estado do Desporto e Juventude, irá a 10 de Junho atribuir a Rui Santos a Comenda de Mérito Desportivo, por este tributo, mas também, pelos extraordinários artigos de opinião, sempre a relevar,e valorizar esta Selecção Nacional presente neste Europeu.

Bom, mas leiam comigo este paragrafo singelo, mas também modesto, com a ausência da 1ª pessoa do singular :
"Permitam-me uma nota final sobre este dia histórico: em 2008, nasceu o Movimento ‘pela Verdade Desportiva’. Abriu-se o debate sobre a importância das tecnologias no futebol. Sensibilizou-se a sociedade civil e a corporação futebolística para as vantagens da modernidade. Incluiu-se no debate a classe política. O Presidente da República interessou-se pela causa. O Parlamento também. Foram 3 anos e 9 meses de luta por uma causa. Sabíamos que, como sempre, a bola estava do lado da FIFA e, por arrastamento, da International Board. Mas sabíamos também quão importante era o envolvimento dos adeptos e dos consumidores do futebol. "

Subscrevo quase na íntegra com o artigo

Julgo que o caminho para o vídeo-árbitro é o mais esperado e desejado pelos pregadores da verdade desportiva, nos quais me incluo sem reservas. O poder que se dá aos árbitros é perverso, e julgo que esta medida, mesmo não sendo suficiente, é necessário e espero que seja apenas o começo de uma nova era para o futebol. A próxima medida a ser tomada deveria ser o recurso a tecnologia para apurar os fora-de-jogo, que são tão ou mais importantes que o ship na bola.
Realmente não se compreende (ou compreende-se bem demais) o porquê da tecnologia só estar a entrar no futebol (que é só o desporto mais popular do mundo) em pleno século XXI, quando há muito já faz parte do ténis, formula 1, atletismo, todos os géneros de corridas, etc. Os recurso tecnológicos nunca irão mudar a globalidade dos problemas do futebol, mas tornarão tudo muito mais claro e o caminho só poderá passar por aí.

PS: Partilho da opinião do comentador Rui Santos, no diz respeito às arbitragens e ao desmascaramento do dito "sistema", mas estou longe de concordar no que diz respeito aos comentários sobre futebol propriamente dito. Os artigos de opinião que escreveu sobre a selecção portuguesa foram quase todos ao lado, bem longe da muge.

Cumps.

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