Rui Santos: "Sá Pinto está ferido de morte"

Rui Santos abordou este domingo a situação do Sporting. No entender do cronista do Relvado, o treinador Ricardo Sá Pinto tem os dias contados no comando técnico da equipa de Alvalade.

“O Ricardo Sá Pinto está ferido de morte. Se não ganhar ao Gil Vicente, julgo que haverá uma decisão muito rápida sobre a sua saída. Se vencer, será uma decisão mais ou menos a prazo. Tem muito poucas condições para continuar o seu trabalho”, sublinhou o comentador no Tempo Extra, o seu programa de análise na SIC Notícias.

"Faz lembrar o ministro do Iraque" - “A falta de resultados, mas sobretudo a falta de qualidade, é arrepiante. O Sporting tem melhor plantel que na época passada, tem a obrigação de jogar mais futebol. O futebol não convence e isso é responsabilidade de Sá Pinto. E o discurso não condiz com o que os adeptos veem em campo. Faz lembrar o discurso do ministro do Iraque, em que as tropas estavam a entrar por ali adentro e ele dizia que não...”, acrescentou.

Mas Sá Pinto não é o principal responsável pela situação, advertiu: “Alguém achou que Sá Pinto era a pessoal ideal para o Sporting, quando ele está ainda a fazer o seu tirocínio. Com o dinheiro que já gastou, com os jogadores que não provaram coisa nenhuma, com os treinadores que fizeram os possíveis mas que não tinham currículo nem possibilidades de fazer melhor, o Sporting já poderia ter contratado o Mourinho ou o Guardiola e tinha o problema resolvido. O Sporting, para sair deste estado de agonia, precisa a curto prazo de um treinador experiente, que seja capaz de mobilizar”.

Cenário limite é refundação - A saída para a crise nos leões não se antevê fácil, reconheceu Rui Santos. “O cenário limite é o de refundação: deitar abaixo tudo o que tem a ver com o passado recente. Mas não será com este presidente. O Godinho Lopes representa a continuidade no Sporting. O Sporting está quase morto porque as anteriores direções sugaram o clube. O projeto Roquette faliu e atirou o Sporting para uma situação insustentável. O leão está ligado à máquina há muito tempo”.

A hipótese de o clube ser salvo pelo capital de um investidor não parece ser muito crível para o comentador: “Mas quem é que está doido para investir no Sporting? A troco de quê?”.

Começar tudo de novo - “O cenário limite”, voltou a frisar Rui Santos, “será começar tudo de novo. Inclusive declarar a insolvência e recomeçar tudo a partir de divisões inferiores. Os adeptos e sócios não querem isso, mas prolongar este estado de agonia pode ser uma forma de o Sporting perder o seu lastro, o que tem de mais valioso, que é a sua força associativa, e entrar numa situação de colapso difícil de inverter”.

Veja o vídeo do programa:

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