A queda do regime de Hosni Mubarak, no Egipto, é uma vitória das novas tecnologias e da força das redes sociais. Bastaram 18 dias para pôr fim a uma ditadura de 30 anos. Se os ditadores sempre reprimiram as manifestações do povo, porque era possível manter a repressão longe dos olhares públicos, agora, com o Facebook e outras formas de propagação da informação e da revolta, isso não é mais possível. Os vídeos gravados por um simples telemóvel podem chegar, num instante, sem hipótese de controlo imediato, a qualquer parte do globo terráqueo. São as "revoluções tecnológicas" que estão a dominar a actualidade do Mundo Árabe, em efeito dominó.

Independentemente das mudanças que vão operar-se em muitos Países, não deixa de ser lamentável que alguns destes ditadores, fautores de riqueza pessoal à custa da miséria a que subjugaram os seus povos, se vejam desobrigados a serem julgados nos tribunais (aqueles que não estão contaminados pela farsa), e apenas fiquem sujeitos ao "julgamento popular", que em todo o caso fará parte da História. E não deixa de ser ainda mais lamentável que alguns destes ditadores tenham sido recebidos com honras de Estado, em países formalmente democráticos, como aconteceu, por exemplo, com Muammar Kadhafi, no País do beija... Atlântico.