Dirigentes com cargos em Clubes/SAD não deveriam ser 'comentadores-residentes' | Relvado
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Um leitor do Relvado questiona o papel da Comunicação Social na erradicação da violência do futeb

Sub-título: 

A pergunta do leitor:

Qual pensa que deve ser o papel da Comunicação Social na erradicação da violência no futebol?

Faço esta pergunta, tendo em conta a linha editorial de determinados órgãos de Comunicação Social, da qual resulta um tratamento e um destaque diferenciado de semelhantes acontecimentos violentos ocorridos em Portugal.

Por um lado, quando as "vítimas" estão associadas a um determinado clube, o tema da violência surge de com toda a força na sociedade e são feitas grandes manchetes e discussões à volta disso, por outro, quando a violência é praticada contra dirigentes ou adeptos de uma outra cor clubística, o assunto é propositadamente ignorado.

Por outro lado, conhecemos também a forma como os diferentes órgãos de Comunicação Social gostam de publicitar as declarações incendiárias que surgem de diversos quadrantes, tal como insinuações gratuitas e absolutamente sem sentido sobre esses mesmo atos ocorridos.

Na sua condição de jornalista e de agente do fenómeno, gostaria que desse a sua opinião sobre o tema, abordando não só uma suposta responsabilidade da Comunicação Social nos acontecimentos violentos que acontecem regularmente, e também se esta efetivamente pode ter um papel apaziguador que ajude a erradicar a violência do futebol e do desporto português.

Cumprimentos,
zefil


A resposta de Rui Santos:

Meu caro,

Respondendo à sua pertinente questão:

  1. Os órgãos de Comunicação Social (OCS) têm um papel muito importante na sociedade em que vivemos.
  2. Num tempo de ‘cidadania activa’, em que a opinião, seja de quem for, pode ser efectivamente publicada (e comentada), a partir do qual se concorreu para um ‘protagonismo massificado’, os órgãos de Comunicação Social, atentos e preparados para este fenómeno, são chamados a dar mais e melhores respostas: a) Não deixando que se misture notícia com opinião; b) Não discriminando nem positiva nem negativamente grupos de pressão, sejam eles políticos, económicos, religiosos, futebolísticos ou outros; c) Não permitindo que conflituem interesses de natureza editorial (assentes na verdade, no pluralismo, no contraditório e no direito à opinião) com interesses de natureza comercial.

 No caso do desporto/futebol:

1.  A notícia resulta do que efectivamente acontece. Posso ter o entendimento, por exemplo, de que às claques não deve ser dado protagonismo. Posso ter noção do perigo que resulta a presença das câmaras de televisão junto de grupos de pressão e da sua propaganda/ideologia. No entanto, se a FPF -- e já aconteceu --, a propósito de uma final com o peso institucional de uma Taça de Portugal, resolve publicar uma brochura oficial do jogo com as fotografias de chefes de claques nas respectivas capas; se os clubes e os seus responsáveis são os primeiros a conferir acrescida importância a essas organizações; se elas a certa altura passam a dominar os acontecimentos, o que podem fazer os órgãos de Comunicação Social? Ignorar essa realidade? Ignorar os acontecimentos? Não. Os órgãos de Comunicação Social não devem ignorar a realidade, sem nunca subverter os princípios éticos e deontológicos.

2. Parece evidente a colagem de ‘certa Imprensa’ a ‘certos Clubes’, numa relação nunca assumida. A notícia toma, então, forma de propaganda. Chegámos a um ponto porventura sem retorno em que o leitor (neste caso) tem de saber fazer as devidas distinções.

3. Se o direito de reunir adeptos de clubes representativos diferentes me parece legítimo, na óptica do debate público, como acontece com todas as estações televisivas, já me parece altamente discutível a presença nesses painéis de ‘comentadores-residentes’ que desempenham uma determinada função nos respectivos clubes ou sociedades anónimas desportivas. Até porque já se percebeu que, nalguns casos -- não todos --, o facciosismo está latente ao imperativo de defender incondicionalmente o Clube/SAD que se representa. Esse, sim, é um exercício perigoso, porque está na sua génese a não racionalização das paixões; ao invés, utiliza-se o binómio ‘representação directiva/comentador televisivo’ para se pôr em prática o objectivo da ‘manipulação das massas’ -- as que se deixam manipular, bem entendido. 

 4. Não se deve atribuir aos OCS a responsabilidade da publicação das -- como chamou? -- ‘declarações incendiárias’. A fronteira entre o ‘bom senso’ e a censura é muito ténue e, por isso, cuidado com as confusões que se tornam fáceis de efectuar. Se um presidente de um grande clube faz uma afirmação num determinado sentido, não cabe aos OGS determinar o grau de alegada irresponsabilidade de quem a proferiu, a não ser no espaço bem delimitado da opinião. Por isso, quem consome informação não deve ter o impulso de condenar os OGS por divulgarem o que é dito e o que se passa no nosso quotidiano (nesta caso) futebolístico. É preciso ir à origem. É preciso determinar quem desencadeou (e porquê) o normal processo de divulgação pública.

Em síntese: num país democrático, a ‘censura dissimulada’ é perigosa. Os OCS também têm um papel escrutinador, designadamente no âmbito do ‘jornalismo de investigação’ (que caiu em desuso na chamada ‘imprensa desportiva’), mas não se devem substituir às instituições e aos órgãos de soberania. Sem serem persecutórios, cabe-lhes um papel de ‘contra-poder’, combatendo -- no caso específico do futebol -- as fáceis fórmulas de contaminação clubística. É um papel muito difícil, mas -- sem nunca recusar o diálogo -- não há outro.

(Rui Santos escreve de acordo com a grafia do português pré-acordo ortográfico)

 

Taxonomia: 
Rui Santos

Caso Rui Gomes da Silva e Eduardo Barroso

No meu entender, o Dr. Rui Gomes da Silva é o pior comentador desportivo da história de televisão. O seu exacerbado facciocismo não condiz com um programa de debate. É curioso notar que o Dr. Eduardo Barroso, que muito prezava mesmo não sendo comentador do meu clube, que inclusive era o meu comentador favorito, desde que se tornou Presidente da Assembleia Geral, esta a "Gomes Silvar-se", tendo uma postura, uma atitude e a utilizar palavras e modos que roça a mal-educação. Fez-lhe muito mal tornar-se dirigente do Sporting.

Agradeço a sua resposta

Antes de mais gostaria de situar os restantes relvas relativamente à minha questão. Ela foi escrita há já algumas semanas tendo como pano de fundo os recentes casos violentos no futebol português e respectivas declarações e insinuações, tal como as de Pinto da Costa sobre "simulações de agressão", assim como as de dirigentes do slb sobre AVB.

Gostaria também de recordar a disparidade nos destaques das capas de jornais relativamente aos casos das pedradas que atingiram LFV há 1 mês atrás comparando com semelhante acontecimento na A5 com Pinto da Costa há 1 ano. 2 casos que na minha opinião desfazem por completo a suposta tese das capas feitas em função do mercado e do que vende mais. Se acredito que a capas ao "terror na auto-estrada de paços ferreira" vendam milhões, que dizer do que seria de capas de jornais onde Pinto da Costa é o alvo?.. Certamente que venderia ainda mais, pois ele é claramente a figura mais mediática do mundo desportivo português (ronaldo e mourinho à parte). Adiante.

Sobre a resposta propriamente dita de Rui Santos:

1) É verdade que a CS não deve ignorar os factos. Mas deve ou não deve dar tratamento igual a factos iguais? A realidade não é a percepção que nós temos da dita realidade?.. Um acontecimento não se torna maior ou menor de acordo com o impacto que tem?..

2) Quanto à propaganda ela parece evidente e vem no seguimento do ponto anterior. Sabendo nós de noticias encomendadas a jornalistas pelo meu presidente pinto da costa, assim como de uma linha editorial e de 1ªas páginas concertadas entre os directores d'A bola com os dirigentes do benfica, não há muito mais a dizer.

3) Aqui parece-me que o alvo é RGS que mais surpreendentemente do que ser comentador desportivo é ser dirigente de um clube como o slb, e ainda mais surpreendentemente é conjugar as duas funções. É também interessante verificar que nesse programa um dirigente do benfica foi substituido por outro (cervan por rui gomes silva). Mas sobre esse caso, parece-me que o problema é do proprio programa assim como a credibidilidade do mesmo.

4) Sobre as declarações "incendiárias", assim como outras, o probelam é muitas vezes o contexto apresentado e o destaque dado. Os OCS como se sabe preferem 1000xs a guerra à paz, e sabem perfeitamente se determinada declaração terá ou não mais impacto nos adeptos ou nos restantes agentes desportivos.

Por fim, dizer que eu defendo naturalmente a total liberdade de expressão ao nível da CS mas não é por isso que devemos aceitar tudo ou quase que daí vem. Sabemos perfeitamente que muita da imprensa é manipuladora, facciosa e mesmo falsa. O caso Mourinho deste fds surgiu precisamente por uma resposta do "special one" ao que ele considera a adulteração e o excessivo empolamento de determinadas palavras dele.

A sua resposta está muito bem argumentada

Adorava ver relvas a serem assim, temos uns 10 bons, o resto é gasolina para a fogueira.

O Rui (vou tratá-lo assim, fica mais fácil, se escrever o Santos gasto mais 7 caracteres contando com o espaço), Santos, tem que ter uma análise cuidada por causa da clubite aguda dos intervinentes externos, como adeptos, sócios, membros de SAD / Clube, etc.

Mas eu não tenho que me cuidar em nada, portanto, só gostava de fazer prevalecer uma opinião, como se faz o ataque e como se defendem?

Simples, hoje alguém mata um adepto do Porto, amanhã toda a gente chora, depois de amanhã alguém diz que no passado também aconteceu "não sei o quê", e pronto, continuamos nisto.

Eu matei, mas só matei porque já matataste, and so on.

Parem com isso! Ganhem juizo.

Cumprimentos.

Dirigentes/ comentadores residentes..

O nosso desporto ,futebol em geral tem muito caminho a desbravar, comecando pelas mentalidades dos nossos dirigentes, mas quando els se convertem em comentadores residentes ainda pior.
Todas as semanas em todos os programas do genero podemos ve-los a defender o que muitas vezes nao tem defesa, errar e humano ,mas quando tentamos ou branquear ou nao admitir o eroo... Mentalidades de "dirigentes'..
Vou apenas referir um recente exemplo de uma modalidade bem popular aqui nos USA e no mundo, a NBA, Kobe Bryant dos L.A. Lakers e "apenas" o melhor jogador do mundo, recentenente ao discordar de uma decisao do arbitro, ao sentar-se no banco deu uma 'boca" referindo-se a orientacao sexual do dito arbitro, RESULTADO: multa de $100,000.00 Dollars e um pedido publico de desculpas, casos destes em Portugal sao uma vergonha todos podemos ler os labios das nossa 'vedetas" depois vemos os famosos residentes a justificarem/bramquearem comportamentos de atletas, adeptos emfim.. queria ainda salintar que a nossa Liga sagres tem uma media de espectadores de cerca de 10,000 pessoas por jogo enquanto a NBA tem cerca de 18,000 por jogo durante a epoca regular, elucidativo como quando as pessoas acreditam na verdade desportiva e se zsentem seguros vao aos estadios/pavilhoes, resta-me ainda dizer que programas desportivos por aqui temos muitos, mas programas "incendiarios" genero Jogo Gritado, ou Trio de ... ou dia seguinte pura e simplesmente nao existem.

Engraçado...

...alguns utilizadores colocarem perguntas tão politicamente correctas...e depois no suposto fórum serem os primeiros a denegrir, minimizar, criticar, por vezes insultar a opinião ou considerações várias daquele a quem colocam questões.

Acho curioso...

toda a gente ficou a saber

toda a gente ficou a saber que o pinto da costa liga para certos directores de jornais e fabricam noticias em conjunto, muitas delas autenticas obras de teatro. Quando assim é...

A Bola, Record, Correio da

A Bola, Record, Correio da Manhã, benfica tv....queres mais???

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