Alberto João, a Madeira e os dirigentes do futebol | Relvado
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O que têm em comum Alberto João Jardim e alguns dos mais carismáticos dirigentes do futebol portu

O que têm em comum Alberto João Jardim e alguns dos mais carismáticos dirigentes do futebol português?

Alberto João está há 33 anos no poder. Como acontece genericamente com os lideres que se eternizam no poder -- quer na política, quer no futebol -- estabelece-se, nestas dinâmicas, uma relação de proximidade entre quem protagoniza o poder e os destinatários das mensagens públicas, que são os eleitores e, no caso particular do desporto-rei, os adeptos/sócios dos clubes.

Na política, o argumento de defesa e ataque é o povo. Tudo pelo povo. No futebol, é o clube. São os adeptos, os sócios e os accionistas que justificam todos os regimes alargados de decantada benemerência.

O jogo é sempre emocional. A escolha dos ‘inimigos públicos’. Na política, os opositores ao governo. No futebol, os adversários, no plano desportivo, e, também, os opositores internos.

O situacionismo faz-se da mesma massa anti-crítica. E se alguém sai a terreiro com ideias próprias, corajosas, capazes de provocar algum impacto público, a ‘máquina’ situacionista trata de forjar um conjunto importante de propagandistas/situacionistas capazes de relativizar e muitas vezes isolar o efeito desse impacto. 

São conhecidas as vozes acusadoras do controlo da comunicação social na Madeira. Sabemos que, na área do futebol, os principais ‘investidores’ e ‘donos’ de uma parte significativa dos media tratam de colocar os situacionistas em posição de contraditar à sua maneira os arrufos daqueles que pensam pela sua cabeça e que, invariavelmente, acabam silenciados. E, aqui, não estamos a falar apenas da realidade insular. Estamos a falar de uma realidade muito mais abrangente, à escala verdadeiramente nacional.

Preocupante.

Os que não se revêem, por questões culturais e sanguíneas, com as correntes dominantes são apelidados de ‘cubanos’, terroristas, desequilibrados ou mesmo ‘loucos’. Há sempre um adjectivo preparado para funcionar como obus capaz de lançar o efeito dissuasor ou potencialmente paralisante. Fosse a comunicação social um contra-poder, como o era na raiz da sua essência, e os obuses teriam resposta certa. Os tempos mudaram e no exército das comanditas são admitidos todos os tipos de mercenários. E a custo baixo porque a crise ou a sua -- como dizer? -- etimológica ‘construção capitalista’ não está para modas. Dá para tudo. Hélas!...

O Tribunal de Contas detecta agora um novo buraco de 220 milhões de euros nas contas da Madeira, resultante de um empréstimo contraído pela Empresa de Electricidade que o Governo Regional terá desviado para pagar, para além de outras despesas, salários e subsídios de pessoal da administração pública local.

O ‘buraco’, até agora, já conhecido não fica muito longe dos  2 000 milhões de euros e ainda estão por apurar as dívidas não facturadas.

Quando se olhar para os benefícios recebidos pelos clubes da Madeira veremos a que ponto chegaram os ’custos da insularidade’...

Há uma tendência natural de responsabilizar Alberto João Jardim pela ocultação. Mas, afinal, não foram quase todas as figuras de Estado que alimentaram esta caótica situação, que tem paralelo obviamente nas contas públicas que a troika fez o ‘favor’ (pago a peso de ouro) de desmascarar?

Quase todos se agacharam perante as ameaças de Alberto João Jardim. O medo nestas circunstâncias é o causador de muitas omissões e hesitações.

Quanto custam os encantos da ‘Pérola do Atlântico’, na política e no futebol?

Ao argumento da insularidade e do isolamento juntou-se-lhe uma certa chantagem. A ilha grita e o continente encolhe-se. É preciso não perder a lucidez e perceber que a excepcionalidade da situação da Madeira foi promovida por algumas das figuras teoricamente mais responsáveis do PSD.

A resposta ao financimento desmedido chegou a ser a ameaça de mais autonomia, no limite da reivindicação independentista. Como foi possível capitular perante a dimensão da chantagem? Tinham medo de morrer afogados?

A ‘casta’ Jardim é bem visível no dirigismo do futebol nacional. No torrão continental, contra o centralismo do Terreiro do Paço, também sobejaram ameaças, chantagens e todo o tipo de coacção. Quem se meteu ao caminho, levou.

Como se posicionou a classe política perante os desmandos do futebol? Da mesma maneira como se colocaram perante os desmandos da Madeira. Os mesmos truques para os mesmos tiques.

Deste temor são vítimas a classe média e os contribuintes. Portugal está nesta fase em que, para cada buraco, há mais imposto preparado atrás da porta. Onde vai isto parar? É preciso ser economista e beneficiar de um estatuto de especialista-mor para avançar com a solução do aumento de impostos? Impostos sobre o trabalho suado e honesto?! Onde está a justiça social?

No futebol, a bola que entra e que leva as pessoas ao auge da excitação, protegendo às vezes situações para as quais deveria haver mais escrutínio e maior regulação, coloca os olhos na árvore e não na floresta.

Os passivos aumentam, as engenharias financeiras estão no limite da ‘criatividade’ e... não se passa nada. Se alguém ‘levanta o dedo’ ou protagoniza uma espécie de indignação lá sai o exército da comandita para abafar o efeito desse tipo de movimentações.

As contas estão no ‘vermelho’, mas, no futebol, a troika ainda não chegou. Anda para aí a UEFA, empunhando a bandeira do ‘fair-play financeiro’, mas não se conhecem grandes avanços. Até quando? A situação é tão preocupante que o efeito-dominó pode provocar uma avalancha imparável...

Alberto João ainda corre o risco de ser penalizado nas próximas eleições (a ver vamos...). Mas não se trata apenas de responsabilidade política. Estamos todos a pagar uma elevadíssima factura de governações irresponsáveis, que nos esconderam o essencial. As contas ocultas, a maquilhação dessas mesmas contas, a indiferença perante o peso das off-shores e do enriquecimento ilícito.

Os ‘buracos’ no futebol ainda não foram descobertos porque a classe política precisa de se proteger (não quer dizer que não haja políticos honestos, com apetência pela defesa da ‘causa pública’) e, nessa ânsia de protecção, não querem desencadear a ira dos deuses. Porque estes também não podem ser colocados em desassossego.

Alguém foi responsabilizado pela megalomania do Euro-2004?

Onde é que isto vai parar?

Alberto João Jardim
Taxonomia: 
Rui Santos

semelhanças

Alberto João tem semelhanças com alguns dirigentes desportivos. Eis algumas das suas características:
- é demagogo, gosta de protagonismo, gasta mais do que as reais possibilidades orçamentais, faz muitas promessas, culpa sempre o árbitro (O Continente, o PS, o sr Silva e os comunistas), é implacável para com os adversários, faz batota, quando necessário é caceteiro, é bairrista, odeia Lisboa e o centralismo mais os seus políticos, tem sotaque, comunica bem, gosta de ser adulado, zanga-se com facilidade com os jornalistas, acha-se com muita piada e está no poder há décadas!
Confesso que toda esta adjectivação me fez lembrar um importante dirigente desportivo, sem que estivesse a pensar nele.
Já agora uma advinha:
- QUEM?.

Pela comparação descabida e,

Pela comparação descabida e, como aqui já referida, hipócrita e repleta de azia mal contida (a cor dela já todos sabemos e sejamos francos, já nem ligamos...), nem vou comentar.
Já sobre as discussões sobre como melhorar o futebol no nosso país também digo apenas: Se querem melhorar o futebol português, construam bancadas junto ao relvado como em Inglaterra...

BOM ARTIGO, RUI SANTOS

De facto, política e futebol estão de mãos dadas. Numa palavra, a podridão entrou neste país a todos os níveis e o futebol não ficou de forma alguma à margem desta desgraça.

Akguem acima quiz disparatadamente fazer comparações entre Alberto Jardim e Pinto da Costa. Para quem tem olhos na cara, uma comparação deste tipo só pode definir como um ignorante ou doente mental que faz tal tipo de afirmação descabida.

Pinto da Costa é um homem admirado em toda a europa desportiva pelo seu cariz imparcial de homem que nasceu vocacionado para o futebol a nível de gestão administrativa.

Reflectir

Realmente...não se percebe como ainda anda ai...

Passem pelo meu blog, sobre futebol:

http://novemetrosequinze.blogspot.com/

Obrigado e saudações desportivas a todos.

Jardim e Pinto da Costa.

O Alberto João Jardim devia ser preso e afastado de qualquer cargo público até ao fim da sua vida. O país (os portugueses do continente) andam a sustentar os vícios da ilha da Madeira com o aval dos políticos há muito tempo. A Madeira que vive dos impostos dos portugueses honestos, através das transferências do orçamento de Estado, devia ser-lhe dada a independência para o Jardim e os madeirenses (que tanto gostam dele e recebem televisões e fogões para votarem nele, mais uma vez com o nosso dinheiro) perceberem que têm de trabalhar para viver como vivem e não às custas do trabalho dos portugueses.
Não consigo perceber, por mais que tente, qual é o receio de acabar com a farsa Jardim...
Quem vai pagar este buraco são os portugueses com mais um imposto criado pelo governo para calar a 'troika'.
Penso que aos portugueses pouco interessa que o primeiro-ministro não vá apoiar a campanha de Jardim. Essa é uma conversa para não ficar mal no 'retrato', mas que nada significa, pois tudo se mantém na Madeira e quem vai pagar o 'desvio colossal' somos nós, no continente.
O Jardim só abre a boca para dizer disparates, que sinceramente não percebo como intimidam alguém. Se Portugal fosse um país a sério, este senhor já estava preso há muito tempo. Quem é ele para brincar com o dinheiro dos portugueses?!
O presidente da República também tem muitas culpas porque é sempre muito crítico relativamente a tudo o que diga respeito aos Açores e quando se trata da Madeira tem um discurso de desculpabilização a roçar o paternal.
Chega de roubarem os portugueses honestos. Chega.
O estilo de abordagem de Jardim é muito semelhante ao de Pinto da Costa. Acusam o continente ou Lisboa, respectivamente, conforme necessitam de capitalizar simpatias regionais ou inflamar os vários meios que pretendem atingir. E assim seguem anos e anos e roubar e a gozar com cara dos portugueses.

Ao jornalista Rui Santos, um bem-haja pela magnifica pena e sentido crítico, cada vez menos presente no jornalismo em Portugal.

Já tem algum tempo!

Meu caro, o seu post já tem algum tempo, mas como só agora o li, não posso deixar de comentar.
Em 1º lugar quero dizer-lhe que não são só os 2 dirigentes que mencionou que abrem a boca para dizer asneira: você também o faz!
Em 2º lugar, esquece-se, e muito mal, que os Madeirenses e Açorianos também são portugueses que pagam os seus impostos e têm, na sua vasta maioria, trabalhos honestos.
Em 3º lugar, lembrar-lhe que quem paga as contas da Madeira são e serão os Madeirenses. Como Região de Portugal, tem direito ao seu cunhão do Orçamento de Estado, tal como as suas autarquias, como qualquer outra do país.
Em 4º lugar, já que fala de honestidade, ligue as notícias e veja onde é que se dão mais assaltos, roubos e afins. E saiba que, devido ao corte no orçamento para a Região, foram criadas Sociedades de Desenvolvimento para que se pudesse ter acesso a crédito. Logo o dinheiro não veio do seu bolso, nem dos seus pares!
Tem que pensar que não se deve acusar "os madeirenses", "os continentais", "os açorianos". Nós somos todos portugueses! Se assim fosse, os madeirenses (que tanto gostam de Alberto João Jardim, como diz...) podem acusar os continentais de colocarem José Socrates no poder, que deixou o nosso país na situação que se sabe. Ainda lhe deram uma maioria absoluta no 1º mandato! E agora, meu amigo??
É claro que não digo que tudo o que se passa na Madeira é perfeito. Obviamente que não! Mas tem de parar esse perconceito estúpido de falar dos "madeirenses" como uma raça inferior.
Um conselho (porque quem assim fala não conhece!): venha à Madeira de férias e depois fale! Pode ser que o seu discurso mude um bocadinho....
Quanto a Pinto da Costa, tudo certo, concordo consigo.

Concordo consigo excepto com o seu penultimo parágrafo...

Comparar a abordagem de Jardim a Pinto da Costa é forçado e intelectualmente desonesto.
Pinto da Costa (apesar de todos os seus defeitos!) nunca escondeu um buraco de 1113 milhões de euros de dinheiro de contribuintes PORTugueses. Era porreiro para muita gente mas não...

A conversa é para todos?

Será que esta conversa, aliás escrita, se aplica a todos os clubes ou só a alguns? É que, segundo crónicas anteriores, o Porto tem telhas e alicerces, venceu os mercados e tem estabilidade. E essas ''engenharias'' financeiras em todos os clubes não deviam ter sido denunciadas há mais tempo pela comunicação social? Ou só depois de sabermos que esses desvarios nos vão sair do bolso é que vale a pena denunciá-los?

O sr. Rui Santos quer é protogonismo...

De facto são os jornalistas que temos...!!!

jornalista Rui Santos

Sr. Coral...Realmente faltam-no muitos jornalistas em Portugal como o Rui Santos. Anda por aqui tanto povo que não diz nada...

Lá terá os seus motivos para gostar do sr. Rui Santos...

pessoalmente a ideia que tenho é que é um incendiário( como jornalista).

Os políticos, dirigentes de

Os políticos, dirigentes de futebol e vocês "os bem iluminados" jornalistas que se entendam, nós o zé-povinho já temos problemas a mais só de pensar em como sustenta-los. É que todos são "eruditos", falam-desfalam, contradizem-se, insultam-se, engolem sapos, perdem tempo com debates de caricaca, etc...no fundo se trabalhassem mais e falassem menos o país não estava nesta situação caótica. É a "democracia", todos têm direito a emitir opiniões, mesmo sem conhecimento de causa, é o que se vê na comunicação social, só patetices e consumo de recursos(escassíssimos"). É o caso deste artigo que não tem onde se pegue, ou seja "bitates".

Sinceramente

Muito sinceramente e sem nada mais a acrescentar, na minha modesta opinião, depois de tudo o que vi e vivi, só uma solução. A REBELIÃO. A obrigação MORAL de levar todos, sem excepção à praça publica e desvendar tudo, mas MESMO TUDO, doa a quem doer seja quem for.

Santa Maria....

Tanta hipocrisia e raiva mal contida, num artigo sem pés nem cabeça.
Comparações fáceis, facciosismo e que, longe de contribuir para a resolução dos problemas do nosso Futebol mais não fazem do que ajudar à sua persistência e quiça até ao su agravamento.
Mas temos de compreender que alguns ganham a vidinha a escrever artigos desta estirpe.
Ainda bem que as profícuas meninges do Rui ainda não se debruçaram sobre a questão do JFK

Raiva mal contida...

As comparações são legítimas e oportunas. Não entendo o que o senhor Manuel Castro apelida de 'raiva mal contida'', pois não tenho esse entendimento do artigo. A sua raiva parece-me mal contida. Critica o artigo sem qualquer tipo de fundamentação. Ou melhor: não critica nada a não ser o autor do texto e isso é muito fácil... Será que tem interesses na Madeira ou no (podre) futebol nacional?! Para defensor de 'regimes' pouco transparentes deve ter pouca massa crítica...ou nenhuma...

Fernando Pessoa

É que tinha muitos heterónimos......

Em parte, nem o senhor Manuel

Em parte, nem o senhor Manuel Castro nem você têm razão. Aliás, o seu comentário reflecte claramente o que é o hobbie preferido dos portugueses: dizer mal de so prórpios.
Com todo o respeito, discordo veemente da sua afirmação acerca do nosso futebol, sempre muito convenientemente, ignorantemente e até facilmente definido como "podre" e "mau", etc; isto acerca de um campeonato que ocupa a posição 6 no ranking de campeonatos da UEFA entre tantas federações filiadas, mesmo não possuíndo o poder económico de tantas e tantas ligas que lhe ficam atrás como a Russa, a Ucraniana, a Turca, etc;
Ficar á frente desses e de mais outros tantos países que na verdade são todos os restantes aparte dos 6 primeiros, deveria ser objecto de orgulho, mas isso é um sentimento proibido em Portugal, apenas o mal-dizer e a auto-falta de consideração se incumbem de caracterizar este país, que pensa pequeno, quando poderia ser grande,

Eu cuido das minhas contas há mais de 30 anos

Não tenho buracos financeiros. Acho que vou fazer uma parceria para me descapitalizar, bom não é?

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