Quo vadis, Sporting?

Antes de mais, na qualidade de benfiquista, a leste da paixão sportinguista, com todo o respeito que o SCP merece como adversário e agremiação desportiva centenária, espero que saia da profunda crise que se encontra para ressurgir no futebol profissional como potência desportiva nacional e internacional, já que a nível amador continua a ser um fenómeno desportivo, pelo seu passado e presente.

Depois do fiasco Bettencourt, que ganhou as eleições com uma maioria esmagadora, não fora toda a família sportinguista acreditar no seu bom desempenho como profissional, como o primeiro presidente remunerado, não haveria razões para voltar a folha atrás, para melhor análise do que nunca devia ter acontecido.

Bettencourt tinha todo o direito de se demitir, todavia era seu dever, como assalariado do clube, juntamente com com o resultado da auditoria, esclarecer os sócios da razão da sua demissão, acompanhados de um relatório das necessidades urgentes para o SCP continuar na senda da sobrevivência, a qual neste momento se vê ameaçada pela falta de liquidez, ou de meios para a obter.

Bettencourt não foi um presidente qualquer, é um bancário experiente, competente e pago como tal. Para além de sportinguista, é-lhe exigido muito mais do que a um Godinho Lopes, frágil, incoerente, suspeito e de cadastro obscuro. A credibilidade não se compra num supermercado de bairro, tem-se ou não, ao contrário do Dr. Bettencourt, em quem os sócios cegamente confiaram.

Posto isto, é tempo de todos os bons e capazes sportinguistas, Dias Ferreira incluído, se unirem, debaterem ideias, e proclamarem sem sofismas uma candidatura, com transparência e lucidez, enfrentando a realidade, prometendo aos sócios e adeptos trabalho, através das condições materiais existentes, sem promessas patéticas impossíveis de assumirem forma real. Já vi terras queimadas produzirem boa seara.

Os sportinguistas não devem criticar o que já não pode ser retificado. Devem sim procurar saber o que poderia ter sido feito para evitar o estado atual e envidar esforços para resolverem o presente. O clube dos viscondes saberá como sair da crise - ser independente, ter ideias próprias, não atirar pedras ao telhado do vizinho, manter-se silencioso, escutar quem lhe quer bem e disciplinadamente regressar ao pódio.

Tenho a certeza de que, além dos próprios sportinguistas, haverá muitos desportistas que ficarão aliviados com o regresso à saúde financeira e desportiva do Sporting Clube de Portugal.