Quando as equipas dependem de jogadores | Relvado

Quando as equipas dependem de jogadores

Há equipas de futebol que dependem significativamente de certos jogadores.
 
Gaitán em ação no PSG-Benfica
Isabel Cutileiro / SL Benfica

Há equipas de futebol que dependem significativamente de certos jogadores e isso nota-se mais quando, por este ou aquele motivo, esses mesmos jogadores não jogam, porque isso afeta sobremaneira a forma de jogar da equipa. No caso atual do Benfica, nota-se muito a dependência de Gaitán, porque nos jogos em que não jogou a equipa foi sempre abaixo e perdeu pontos para o campeonato. Portanto, Jorge Jesus estará neste momento a pensar em não perder o Gaitán nos jogos que faltam para o término do campeonato sob pena de perder mais pontos e, com isso, poder vir a perder o campeonato para o rival FC Porto.

Assim como o Benfica depende de Gaitán, também o Real Madrid depende do Cristiano Ronaldo e o Barcelona do Messi, ou, em tempos idos, o mesmo Benfica dependia de Eusébio na década de 60 ou do João Pinto na década de 90, assim como o FC Porto também dependera de Jardel e, mais tarde, de Deco, sendo que, inclusivamente, muitos comentadores chegaram a apelidar isso de “Decodependência”.

As equipas que dependem de certos jogadores não valem pelo seu conjunto, mas sim pelas individualidades que têm no seu plantel e isso é notório no atual Real Madrid e Barcelona. Cristiano Ronaldo e Messi assumem um papel preponderante nas equipas que representam e quando não jogam os treinadores das suas respetivas equipas vêm-se aflitos para arranjar jogadores que possam substituir os seus craques. A comprovar tal facto, podemos verificar que tanto nos golos apontados, como nas assistências para golo, tanto CR7 como Messi estão sempre no topo destacadíssimos dos seus colegas de equipa.

Porém, e apesar de Gaitán não ser um goleador, o argentino faz muitas assistências e sempre que joga o Benfica transforma-se para melhor. Como o Gaitán é um jogador cheio de classe, esse fator tem efeito imediato na equipa do Benfica, pois a equipa “encarnada” nem parece a mesma e joga sempre com mais preponderância ofensiva.

Benfica:

Comentários [4]

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Isso não é assim tão redutor como tu apresentas,

na questão das equipas que dependem dum jogador é porque não têm colectivos fortes... existem jogadores que obirgam a equipa a ser dependente deles, por muito boa qualidade colectiva exista, por muito bom que seja o treinador... existem jogadores que tornam a equipa dependente tal é a sua qualidade, no entanto, isso não significa que a equipa não tenha um bom colectivo, nem tão pouco significa, que seja um descalabro total se o jogador se lesiona por muito tempo, acho que se nota mais se o jogador se lesionar dois ou três jogos, aí sim, nota-se um bocado a diferença, porque apesar de existirem alterantivas, a equipa tem que se adaptar à nova realidade...

No caso do Benfica, o grande problema da ausência de Gaitán tanto tempo, nem passa pelo facto de existir um colectivo dependente das individualidades, nem da falta de capacidade dos outros jogadores em resolverem, simplesmente, não existem ninguém do género de Gaitán neste Benfica, nem pior nem melhor... Ola John é um jogador que parece sentir-se melhor na linha, Talisca como falso extremo não resulta, e esse é o grande problema do porquê do Benfica ser tão diferente com Gaitán e sem Gaitán, é que não existe outro do género dele, mesmo mediano...

Este artigo fez-me lembrar

Este artigo fez-me lembrar o United quando ficou sem o Cristiano Ronaldo. Até nem ficaram fracos, muito pelo contrário, porque ganharam um colectivo, enquanto que com Cristiano a equipa vivia muito dessa individualidade, a todos os níveis. Tanto no campo, como fora dele.
Inclusive chegaram à final da Champions em 2011.
Em todas as equipas com suas próprias características, há os seus prós e contras...

É uma verdade de La

É uma verdade de La palisse... Todas as equipas estão reféns de um ou outro jogador, quer porque estão acima da média do plantel (Jackson, William e Gaitan nos seus clubes, por exemplo), quer porque são únicos como Messi e Ronaldo. Por muita qualidade que os seus substitutos tenham as suas ausências significam invariavelmente duros golpes.

Julgo que este lugar comum funciona um pouco diferente nas selecções, ou melhor, nas grandes selecções como constatámos recentemente com Alemanha e Espanha em que a dependência do jogador A ou B era pouco preponderante na mecânica da equipa, mas nos clubes é notório.

Jass, não concordo, acho que as individualidades GERALMENTE,

são mais necessárias numa seleção que num clube, por uma simples razão, num clube tu tens rotinas, se te faltar um jogador, se fizeste o trabalho de casa, terás um jogador com rotinas, comprado para a equipa não se ressentir tanto a nível colectivo, além disso, como treina mais vezes é uma equipa que se conhece, que consegue suprir a falta de um qualquer jogador melhor que uma seleção, que terá sempre um jogo menos colectivo que uma equipa... claro que existem excepções, mas mesmo elas, nascem nos clubes, a ALemanha deste ano não tinha uma grande individualidade e a sua estrela era a equipa, porque já jogam juntos há muito tempo, e têm muitos deles têm rotinas de equipa especialmente do Bayern cujo modelo foi adotado pela seleção... a seleçãoe espanhola, na sua génese nasceu no Barça... que perdendo Messi, mesmo nos tempos de Guardiola não era o descalabro total, o ADN mantinha-se e até não fizeram maus resultados, ou melhor, resultados tão diferentes sem ele, claro está, que perdendo um dos maiores da história, a equipa não pode ficar mais forte e ficará sempre mais fraca...