Pinto da Costa chega aos 50 títulos!

"Meu caro: suborno implica que se dê uma certa quantia ou valor a troco de um benefício ilegal!" Bem, para já, quinhentinhos, férias pagas ou noites de sexo parecem-me entrar na categoria do "quantia ou valor", digo eu. "Os jogos em que as famosas "escutas" e não se sabe em que medida as conhecidas são todas ou as importantes, pretenderam descobrir prendas a árbitros nem sequer foram ganhos pelo FC Porto!" Não foram? O jogo com o Estrela até foi. E, já agora, não é decisivo que na vitória frente ao Estrela, por exemplo, a arbitragem tenha tido influência no resultado. É óbvio que, ao afagar um árbitro (seja com viagens, quinhentinhos, subidas a internacional, sexo ou afins), o clube corrupto está a garantir que o jogo corre bem para o seu lado. Se o jogo acabar por correr bem, só por si, é evidente que o árbitro não vai dar nas vistas e desatar a marcar penalties a favor desse mesmo clube só porque sim. "Não houve, algo confirmado pelo peritos chamados, nenhum lance em que essas arbitragens tivessem favorecido o FC Porto e que o fizesse alcançar um objectivo ilegal!" Aqui, a meu ver, aplica-se o que expliquei imediatamente acima. "Pelo que não se pode falar, com seriedade, em suborno!" Enfim. Então, se eu der "presentes" a um autarca para, aconteça o que acontecer, a minha oferta para conseguir um empreitada seja aceite, e, depois, acabar por ser mesmo a melhor oferta, isto não é suborno? Pois não, é lá agora! E mais: quem dá prendas numa porcaria dum Porto x Estrela ou Beira-mar x Porto, que dá em jogos que realmente importam? Ou é suposto acreditarmos todos que o Pinto da Costa resolveu ver como era isso de subornar árbitros só essas vezes e teve azar? "Não tenho nenhumas dúvidas que o FC Porto, e pelo que sei ainda que não tivesse havido nenhuma investigação, todos (TODOS!) os outros clubes, dava prendas a árbitros de uma forma que me parece imoral e indesejável!" Que eu saiba, presidentes de conselhos de arbitragem, de arbitragem e afins, também estiveram nas escutas e nem todos (TODOS!) os dirigentes de clubes lá apareciam, a pedir despenalizações e jeitinhos vários. "Isso não significa subornos mas que davam prendas para criar um ambiente favorável! Lamento e sou contra isso, mas nada de diferente dos outros!" Imagino que, nessa cabeça que precisa de se convencer de que o Porto nunca comprou ninguém, queiras comparar os jantares que se dão à equipa de arbitragem no final dos jogos (ou umas máquinas fotográficas que se deram em tempos, por exemplo) como equivalentes às viagens ou putedo. Há uma diferença substancial: o ser feito às claras, sem nada a esconder. Manipular classificações de árbitros, pedir despenalizações (Genial, presidente, genial...), árbitros a pedir "fruta para dormir" e afins, tudo isso foi feito na escuridão, de forma subterrânea. Quem não deve, não teme. Quem não deve, não leva uma suspensão por corrupção desportiva e não recorre. "Já agora e a talhe de foice, estranho que isso venha de um adepto de um clube que ganhou uma Taça de Portugal numa finalíssima contra o FC Porto através de uma arbitragem miserável de um árbitro que, no dia seguinte, foi viajar com esse clube para a China! Que te parece?" Parece-me engraçado que, agora sim, já existam "arbitragens miseráveis" - coisa que, podemos depreender, nunca existiram para o lado azul durante o reinado de Pinto da Costa porque o Beira-mar x Porto e o Porto x Estrela da Amadora não tiveram grandes casos. Não sou desse tempo (do Mário Luís) e gostava de ouvir a história completa (sem ser sempre da boca de portistas que, agora que precisam de mostrar que os outros também corrompem - já lá vai o tempo de dizer que as acusações de corrupção eram invenções de maus perdedores -, desenterram essa história, a da Cabalabote e uma duma pistola, mas registo com agrado o facto de se ter sabido logo, porque ninguém o escondeu, que o árbitro acompanhou a comitiva do Sporting nessa viagem à China. Cumprimentos.