O percurso de Vítor Pereira

Vítor Pereira saltou esta terça-feira para a ribalta do futebol português, ao ser promovido de adjunto a treinador principal do FC Porto pela mão do presidente Pinto da Costa, por força da saída inesperada de André Villas-Boas para o Chelsea.

Sem nunca ter liderado qualquer equipa do escalão principal, Vítor Pereira entra na Liga pela “porta grande”, a maior que poderia ter escolhido, com a obrigação de defender o título conquistado na época passada, que o FC Porto dominou de forma incontestada.

Villas-Boas deixa-lhe uma equipa ganhadora, um “bilhete” para a Liga dos Campeões e uma herança pesada, que passa também pelas vitórias nas finais da Liga Europa e da Taça de Portugal, mas Pinto da Costa pareceu convencido das qualidades de Vítor Pereira, considerando-o o “sucessor natural” do novo treinador do Chelsea.

Depois de uma carreira modesta como praticante, Vítor Pereira sentou-se pela primeira vez no banco de suplentes na temporada 2002/03, para treinar a equipa de juniores C do Padroense, desempenhando as mesmas funções no FC Porto nas duas épocas seguintes.

A passagem para os seniores surgiu em 2004/05, substituindo Luís Castro no comando da Sanjoanense já com a época na II Divisão B a decorrer, mas falhou o objetivo de promover o clube ao escalão superior, ao terminar na quinta posição.

A Sanjoanense manteve-se na II Divisão B e Vítor Pereira também, mas em outro clube, o Sporting de Espinho.

A experiência começou bem, falhando por pouco a subida Liga de Honra, ao terminar no segundo lugar do campeonato 2005/06, quatro pontos atrás do Lousada, mas o novo técnico do FC Porto não chegou a concluir a época seguinte na liderança dos “tigres”, tendo sido substituído por Amândio Barreiras.

Após um curto regresso às origens, orientando os juniores C do FC Porto, Vítor Pereira subiu ao patamar mais alto da carreira, na Liga de Honra, ao assumir o comando técnico do Santa Clara em 2008/09, terminando no terceiro lugar, atrás do Olhanense a da União de Leiria e a escassos dois pontos de subir ao escalão principal.

O novo técnico do campeão nacional levou ainda o clube açoriano aos oitavos de final da Taça de Portugal, na época seguinte, acabando por ser eliminado pelo Arcos de Valdevez, mas a temporada não foi tão produtiva, falhando a promoção à Liga principal, apesar de ter mantido o Santa Clara na luta até ao fim do campeonato, que terminou no quarto lugar.

Na época passada, Villas-Boas era quase tão desconhecido quando foi contratado para uma das funções mais apetecíveis do futebol português, a de treinador do FC Porto, e Vítor Pereira foi a escolha para adjunto do técnico que, no espaço de um ano, convenceu o Chelsea a pagar 15 milhões de euros pela sua contratação.

Acompanhe os artigos do Relvado no Facebook e no Twitter.