FCP conquistou 1ª Taça Intercontinental faz hoje 20 anos

Tinha apenas 8 anos, por isso já estava a dormir, mas com o barulho que vinha lá debaixo da televisão da sala, acabei por acordar, e fui para junto dos meus pais ver o jogo. Eu lá me mantive acordadinho, enquanto alguns lá em casa iam adormecendo. Vi o jogo até ao fim, sem a emoção da final da Taça dos Campeões Europeus, pois não estava tanta gente junta a ver o jogo, no entanto como é lógico a alegria foi imensa. O golo do Madjer foi sublime... as sua jogada no 1º golo foi excelente, e a entrega dos jogadores foi magnífica. Era uma equipa demasiado competitiva, lutava contra todas e quaisquer adversidades, não foi acaso que venceu os dois jogos da supertaça europeia, e que terminou um campeonato a 2 pontos por vitória com 15 pontos de avanço para o 2º classificado!! Só não pôde bater-se contra a injustiça da eliminação frente ao Real Madrid, porque a sorte não está sempre conosco, por vezes está do lado contrário. Valeu bem a pena estar acordado aquelas horas da madrugada, porque aquela equipa bem o merecia!!

Na origem do caso Calabote Fala-se muito do caso-Calabote, da polémica arbitragem de um Benfica-CUF jogado ao mesmo tempo que um Torreense-FC Porto, na decisão do campeonato de 1958/59, mas poucos sabem que tudo teve origem num Belenenses-Benfica como o que no sábado se disputará no Restelo. A origem dos factos vem de um Belenenses-Benfica da 19ª jornada do campeonato. Jogado no primeiro dia de Fevereiro de 1959, sob chuva intensa, o jogo acabou empatado e rodeado de polémica: Costa Pereira largara para dentro da baliza uma bola vinda de um pontapé de canto, mas o árbitro, Macedo Pires, mandou marcar pontapé de baliza, alegando que, antes de chegar ao guarda-redes benfiquista, a bola descrevera um arco por fora do campo. Protestaram os do Restelo, pedindo a repetição do jogo, pois à data dos factos encontravam-se a apenas três pontos do Benfica, que liderava. E, já perto do final do campeonato, quando já ninguém o esperava, o Conselho Jurisdicional da Federação aceitou o protesto, mandando repetir o jogo. Sucede que, quando se voltou a jogar, numa quarta-feira de Março, entre a penúltima e a última jornada, já o Belenenses nada podia lucrar com a repetição. Em contrapartida, como perdera em Alvalade com o Sporting, por 2-1, num jogo em que Ângelo foi expulso, o Benfica deixara-se ultrapassar pelo FC Porto na tabela: os portistas tinham agora mais um ponto, mas também mais um jogo. O Benfica precisava de ganhar no Restelo para recuperar a liderança, mas acabou por repetir o empate, feito ainda na primeira parte com um autogolo de Serra e um tento de Mendes. Criavam-se assim as condições para uma última jornada absolutamente decisiva, com as duas equipas par a par. O FC Porto jogava no Campo das Covas com o Torreense, enquanto o Benfica recebia a CUF e precisava de superar os três golos de vantagem portista. Ao intervalo, o FC Porto vencia por 1-0 e o Benfica por 3-0, já com dois penáltis assinalados por Inocêncio Calabote. Com um terceiro penálti, os encarnados, contudo, alargaram a vantagem para os 6-1, pelo que chegaram a estar na frente da tabela. Marcou o FC Porto o 2-0, mas logo fez o Benfica o 7-1. E nem quando Teixeira fez o 3-0 para o FC Porto os seus adeptos e jogadores puderam festejar, pois o jogo da Luz começara oito minutos mais tarde. Foram oito minutos de sofrimento para as duas equipas: os jogadores do Benfica lutando infrutiferamente por um golo salvador, os do FC Porto sentados no pelado de Torres Vedras à espera de informações vindas da bancada, de algum adepto com um transístor sintonizado no relato. No fim, o FC Porto foi campeão por um golo, Calabote foi irradiado - justa ou injustamente, segundo a cor de quem argumenta - mas a verdade é que tudo teve origem num Belenenses- Benfica. ANTÓNIO TADEIA - In OJOGO Fonte: www.ojogo.pt