FC Porto perplexo com Director Nacional da PSP

Em comunicado colocado na página oficial do clube na internet «na sequência de declarações infelizes», o FC Porto estranha que Oliveira Pereira «já apresente conclusões» sobre o esquema de segurança no estádio para a recepção ao Benfica (1-1, 17ª jornada da Liga de futebol), «apesar de dizer que ainda se encontra a analisar os factos».«O FC Porto costuma proceder à análise dos factos antes de avançar com conclusões e está sempre disponível para discutir com todas as entidades no sentido de melhorar os procedimentos de segurança», refere-se no documento, onde se nega que os assistentes de recintos desportivos «eram só dois», como declarou Oliveira Pereira à Rádio Renascença.De acordo com o Director Nacional da PSP, a alegada insuficiência de assistentes obrigou a «solicitar reforço do número de agentes», no sentido de «acelerar a entrada dos apoiantes do Benfica», mas o FC Porto diz que, «como pode ser comprovado com a consulta às gravações das câmaras do estádio», o número começou «por ser de 18» e passou «para 25, ainda antes da hora do jogo». «Não eram cinco, como foi anunciado por um comentador desportivo, nem dez, como relatou um adepto visitante a um programa de rádio. Muito menos dois, de acordo com as palavras do Director Nacional da PSP», frisa-se no comunicado.Salientando que o planeamento de segurança «foi feito em consonância com a PSP», o clube portista esclarece também que sugeriu às forças de segurança que «seria ideal» separar «em dois grupos de 750 cada» os adeptos do Benfica que desembarcaram em Campanhã, «o que facilitaria o processo de revista no acesso ao Estádio do Dragão». Sustenta o FC Porto que «a PSP decidiu juntá-los numa única coluna» e que alertou para o facto de a revista dos adeptos poder ser «forçosamente minuciosa», medida considerada «acertada», «como se comprovou com a apreensão de diverso material pirotécnico e de material passível de ser arremessado, como esferas de aço», detectados «após vistoria ao calçado».No comunicado refere-se que «não é hábito do clube dirigir responsabilidades próprias para terceiros, muito menos em eventos que envolvem o bem-estar de 50.000 pessoas e extravasam em muito lógicas meramente clubísticas». O FC Porto, que aludiu à «larga experiência na organização de esquemas de segurança para jogos de alto risco», salienta que «concebeu o esquema de segurança habitual para desafios considerados de alto risco e para a previsão de 2.500 adeptos visitantes».Na segunda-feira, o Benfica pediu uma investigação ao Director Nacional da PSP à acção do Comando Metropolitano do Porto, que qualificou de discriminatória.Lusa