As contratações do FC Porto

Acho que existem dois flops e um "meio-flop". Flops do Prediger e do Valeri. Não parece ser só uma questão de falta de adaptação, mas também falta de qualidade. Quanto ao meio-flop, trata-se do Belluschi. Porque quando foi contratado foi para fazer a vez do Lucho, e por muito bom jogador que seja (até é um bom número 10) não consegue fazer a posição do argentino que foi para França. As contratações de Maicon, Miguel Lopes e André Coelho foram nitidamente para segundas linhas. Quanto ao resto, Alvaro Pereira, Falcão, Varela e Ruben, foram acertadíssimas. Não se deve colocar em causa as contratações por um jogo. Talvez se deva antes colocar a questão de saber quem não foi contratado, ie, que jogadores fazem falta.

O problema foram as vendas de Lucho e de Lisandro. Falcao, Belluschi e agora Ruben Micael são os substitutos naturais da dupla argentina que agora joga em França, os três são bons jogadores mas nenhum deles tem a classe e a leitura de jogo de Lucho bem como Falcao apesar de ser um excelente finalizador não é um jogador tão completo como Lisandro. Analise aos reforços: Beto - Excelente guarda-redes, uma boa alternativa para Helton e tem todas as condições para ser titular; Miguel Lopes - Na minha opinião é o melhor defesa-direito do actual plantel, Fucile está irreconhecível esta época e já era altura de apostar em Miguel Lopes que quando foi chamado correspondeu da melhor forma; Maicon - Bom substituto para Rolando, uma aposta de futuro, nada mais que isso...; David Addy - Ainda não o vi jogar, só sei que foi titular indiscutível na selecção sub-20 do Gana que venceu o Mundial e ontem foi titular na Selecção A num jogo amigável, a ver vamos no que dá...; Álvaro Pereira - No inicio da época não justificou o investimento mas com o decorrer da época tem subido de forma e é neste momento um jogador muito completo, defende e ataca de uma forma excepcional, excelente reforço; Prediger - É um jogador muito fraco, mas também fez cerca de 2/3 jogos com a camisola do FC Porto; Valeri - É um excelente executante de bolas paradas, esta é a única qualidade que reparei na forma de jogar de Valeri, de resto é um jogador muito lento e que passa ao lado do jogo, a “sorte” é que só está cá por empréstimo; Belluschi - Bom jogador, que agora perdeu terreno com a chegada de Ruben Micael, é um jogador a ter sempre em conta; Ruben Micael - Chegou tarde e a más horas, toda a gente conhecia o seu valor e caso tivesse sido contratado no inicio da época o história poidia ser outra neste momento; Varela - Foi na minha opinião a melhor aquisição do FC Porto esta época, chegou a custo zero e tem feito golos e assistências, não consigo imaginar um onze base do FC Porto sem Varela; Falcao - Está a realizar uma excelente época, para a sua primeira época no FC Porto e na Europa é muito bom aquilo que tem feito, todavia não faz esquecer Lisandro, mas como “Licha” também não há muitos; Orlando Sá - É uma das maiores promessas do futebol português, chegou lesionado e esteve muito tempo no estaleiro, regressou, marcou um golo e está outra vez lesionado, é dar tempo ao tempo pois tem uma margem de progressão enorme. Em suma as contratações forma boas no geral, mas alguns erros da equipa técnica não possibilitaram uma melhor prestação dos mesmos até ao momento.

A pensar num futuro risonho… No rescaldo do mais recente clássico, na secção dos resultados, uma interessante discussão – se assim se poderá definir – ocorreu entre os usuários portistas. Segundo Ludovic, “ a estratégia desportiva do Porto é a culpada disto tudo”. dragao13, contradizendo esta conclusão, assume essa culpa como responsabilidade maior do treinador. No meu entendimento – concordando em parte com ambos –, a culpa é extensa e chega para todos. Antes de mais, peço desculpa e compreensão aos usuários mencionados por ter tomado a liberdade de citar as suas opiniões, esperando não os desagradar com isso. A discussão é de sobremaneira relevante, alego como justificação, e poderá ser aqui aprofundada. Ora, relembrando algumas palavras, Ludovic assim escreveu: “… a grande culpa desta época […] é a má construção do plantel”, “privilegiar o financeiro em detrimento do desportivo pode funcionar quando não há concorrência a sério […] mas quando o Benfica joga como uma equipa, quando o Braga apresenta um futebol de grande nível aí esta estratégia mostra os seus limites”. Sugere ainda alterações fundamentais, “deixar de apostar só nos brasileiros e argentinos, deixar de comprar meia dúzia de jogadores, deixar de vender ano após ano os nossos melhores jogadores, deixar de emprestar os jogadores que formamos durante anos para depois saírem para outros clubes, deixar de obrigar o treinador a reinventar e reconstruir uma nova equipa a cada início de época.”, para assim conseguir melhores resultados. dragao13 relembra “importa que fique claro que há culpas da SAD, onde se privilegiam alguns negócios em detrimento da equipa, mas tenho consciência que não é possível deixar de vender jogadores para poder equilibrar as contas! Importa é ter uma prospecção ainda melhor e também um treinador que saiba aproveitar a prata da casa, de forma a não ser necessário comprar tanto todos os anos!”. Apesar de reconhecer estas falhas, endereça as maiores críticas a Jesualdo, que no seu entendimento é “um treinador medíocre e sem capacidade para treinar o Porto”, tacticamente incompetente – destacando as equipas de “tracção atrás” apresentadas nos mais importantes jogos – incapaz de apostar na formação, obrigando a SAD a despesas extra. Comparativamente ao Braga e Benfica, “a grande diferença está no treinador!”. Pois bem, eu aproprio opiniões de ambos, dando contudo especial atenção às estratégias empregues pelo clube… O treinador não será medíocre, na minha opinião, não acredito que o Porto por si só tenha conquistado os últimos campeonatos – contrariando algumas posições –, o treinador é culpado, e sublinho a ideia de total incapacidade de aposta nos jovens em formação, tal como as incompreensíveis invenções à Professor Pardal que volta e meia surgem. A sua não continuidade será, para mim, uma compreensível hipótese… Não posso, em qualquer situação, deixar de expressar o meu desagrado em relação ao trabalho dos dirigentes – o qual critiquei mesmo em marés de sucesso desportivo. Nem sempre tomo conhecimento desta insatisfação, tenho em conta o historial do presidente, as conquistas recentes, e quase compreendo que seja custoso esta crítica – mas é apenas isso, uma crítica, desejo de melhorias. Pessoalmente, classifico como inadmissíveis algumas decisões tomadas. Como se explica que os nossos dirigentes impinjam qualquer tralha ao treinador, como se de reforços se tratasse? Na moda está comprar tudo o que mexe na Argentina… Como poderemos ridicularizar o treinador quando este sujeita-se ao que lhe é imposto? (a sujeição será criticável, mas isso é outro assunto) Ou seja, nunca escamoteando culpas de Jesualdo, não tenho qualquer interesse nisso, como o crucificar em exclusivo quando a própria estrutura condiciona o seu trabalho?, ou não oferece as melhores opções? Num ano em que o maior orçamento do futebol português foi aprovado (81,5 milhões de euros), o Porto não possui o melhor conjunto de jogadores – e aqui discordo do dragao13. Podendo ou não ser o melhor, nem é isso que me espanta, como se explica a inexistência de melhores jogadores? Parece-me preocupante o modo de como o dinheiro se esfuma ou esbanja, e que o orçamento disponibilizado não corresponde minimamente ao conjunto que temos. Em relação às vendas, compreendendo a existência de propostas irrecusáveis, defendo todavia maior estabilidade na equipa. Se sem esse dinheiro as contas desequilibrar-se-iam, será então imperativo conseguir forma de maiores receitas e menores custos, diminuindo ao máximo a necessidade da realização de mais valias extraordinárias. Digo eu, que nada percebo dessas matérias… ainda assim, julgo não ser necessárias competências de Medina Carreira para avaliar que muito dinheiro é mal aplicado naquela casa, dinheiro que poderia cobrir outras necessidades. Como o dragao13 pedia, termino então com possíveis medidas que podem trazer benefícios ao clube num futuro próximo, esperando que outros portistas façam-no também, e com a sensação de que me alarguei em demasia. - Delegar maior poder ao treinador na construção do plantel, ou no mínimo pedir a sua aprovação em todo e qualquer caso – excluindo aqueles cuja valia é por demais evidente e segura… e mesmo assim, poderá não se enquadrar naquilo que o treinador quer. - Melhorar o trabalho de detecção de talentos, escrutinando novos mercados – o africano é ignorado, quando para Inglaterra é uma mina, por exemplo –, garantindo elevado nível de sucesso, nunca comprando aqueles que à partida nenhumas condições terão para este clube. Não será possível que todos os contratados justifiquem a aposta, mas melhor poderá ser feito… e assim se evita custos desnecessários, garantindo a hipótese de futuras receitas. - Decidir que fazer com a formação… penso que o melhor seria implementar um qualquer programa – existe(?) já o Visão 611, salvo erro – de aposta nos melhores, um programa real e exequível, não mera fachada. Assim, de maior qualidade seria o plantel, pois mesmo não havendo oportunidades em catadupa para estes, os outros teriam menor espaço, e seriam criteriosamente seleccionados. Caso não se aposte na formação… que se pense no que fazer com ela. Formar para vender? Porquê essa despesa?

Retirado de um blog «Pura ficção! Há dia ao fazer zaping, vi um filme sobre futebol, uma ficção sobre um jogador sul-americano no Real Madrid. Confesso a minha ignorância em matéria cinematográfica, e foi com surpresa que vi Zidane, Raul, Roberto Carlos e Beckham no tal filme. Estória banal do pobre que vem à procura do sucesso com o final glorioso da conquista da Champions. Apesar das belas imagens cénicas sobre o jogo, o que me chamou mais à atenção foi a sensação de falso. Quando vejo um filme sobre qualquer outro jogo não consigo detectar tal sensação, porque não tenho a vivência profunda desse desporto. No futebol a coisa já não é bem assim. E deu-me a pensar que até tinha um belo argumento para um bom filme. Imaginemos um país do 3º mundo no qual um clube após vegetar à sombra da sua insignificância consegue por força da vontade das suas gentes chegar ao topo. Mas esse clube é dirigido por gente capaz de tudo para alcançar o sucesso. Imaginemos um jovem adepto, que rejeita a clubite aguda, o fanatismo militante e granjeia a simpatia dos adeptos adversários. Esse jovem faz-se homem e alcança o sucesso social. Alcança o sucesso social, e a sua imagem, eloquência e talento, leva-o a pensar que um dia poderá ter um lugar de destaque no clube do seu coração. Mas o seu clube está povoado de gente sem escrúpulos. Quando percebem que ele é capaz de um dia poder perfilar à sucessão do grande Chefe, abordam-no no sentido de mudar a sua postura, pois se ele quer alcançar tal desiderato tem de seguir a linha há muito traçada, e adoptar o “modus operantis” que tem sido habitual no clube após uma revolução militar, há já mais de 30 anos. Ele tenta resistir mas as ameaças, tentativas de agressão, danos no seu automóvel fazem-no vacilar. Mas a ambição é maior e ele cede, colocando-se ao lado daqueles que o atormentaram. Ei-lo participando em manifestações organizadas pela ala marginal dos adeptos do clube do seu coração, contra a estrutura desportiva do futebol do seu país. Depois claro, há situações e personagens que surgem para enriquecer o argumento do filme. Como uma cena no balneário, no intervalo de um jogo muito importante no qual o capitão de equipa e um amigo do peito se confrontam com o treinador da equipa e contra um grupo de sul-americanos que tentam dominar o balneário, levando ao completo alheamento dos dois na 2ª parte do jogo. Como represália, a direcção do clube, nas mãos dos empresários do tal grupo sul-americano, põe os dois na lista dos transferíveis, quando anteriormente sempre recusou a sua venda. E que tal uma cena em que os responsáveis do clube pedem a colaboração de um pequeno clube, que tem na presidência um individuo amigo da casa, e que até tem uma importante participação financeira no grande clube. Primeiro querem que ele envie adeptos à tal manifestação para ela ter sucesso, coisa que não acontece e que irrita profundamente o grande Chefe. Este temendo o fracasso absoluto da época envia-lhe à boa maneira mafiosa uma “embaixada” com o intuito de convence-lo a fazer o seu clube perder um jogo de olhão, pois a presença do pequeno clube numa competição internacional, retira o grande clube dela, e dos milhões que proporciona a todos, principalmente o seu Chefe e directores, que vivem à grande e à francesa. Que fará o presidente do pequeno clube? Amarrado a promessas feitas a gentes da sua terra, perderá ele os milhões investidos no grande clube, ou trairá quem nele confia? Juntando fruta fresca, belas mulheres mais ao menos sérias, musica, muito café e leite, luvas, viagens aos trópicos, temos emoção, violência, sexo, amor, emoção, enfim todo o mix necessário para fazer do filme um grande sucesso. A minha imaginação ainda vai-me render uns cobres valentes.» CU-curruuu...