A Bola recorre aos tribunais contra o FC Porto

O jornal A Bola vai «recorrer a todas as instâncias oficiais, incluindo judiciais» contra os «persistentes problemas» que os seus jornalistas têm experimentado com o FC Porto. Revelações do director do diário desportivo, Vítor Serpa, que na Agência Lusa fala numa «descriminação abominável e inaceitável».





O FC Porto decretou um "black-out" ao jornal no âmbito de uma notícia sobre os incidentes do túnel do Estádio da Luz que implicam Hulk e Sapunaru em agressões a um steward. Os jogadores e o treinador portista não têm prestado declarações nas conferências de imprensa em que elementos do diário estavam presentes, mas a "gota de água" foi o facto de a equipa de reportagem do A Bola ter sido alegadamente impedida de trabalhar no Estádio do Dragão durante o FC Porto-Sporting (5-2) da Taça de Portugal.

Vítor Serpa relata na Lusa que foi «uma situação extrema que o clube não quis resolver». O director da publicação conta que o clube arranjou uma «desculpa absurda», enviando «um funcionário do clube dizer que um jornalista de Lisboa acreditado para o jogo tinha levantado as credenciais às 10.30 horas, quando a essa hora ele ainda estava em Lisboa». No local da assinatura «havia apenas uma cruz na frente dos nomes da Bola, muito significativa», acrescenta Vítor Serpa.

O jornalista alerta que «o futebol não é um far west em que um xerife faz o que bem lhe apetece», realçando ainda que «não é um mundo à parte» e que «não tem leis próprias». Vítor Serpa também nota que ao longo dos anos o jornal tem tido problemas com os três "grandes", citando nomeadamente o período de presidência de Vale e Azevedo no Benfica, e considerando que com o Sporting houve menos dificuldades por se tratar de «um clube com maior sentido de urbanidade, civismo e cidadania».