E vão três Taças para a Luz (crónica)

O Benfica ganhou pela terceira vez consecutiva a Taça da Liga, ao derrotar o Paços de Ferreira, em Coimbra, por 2-1. O jogo constituiu um bom espetáculo, com a emoção, mais do que a qualidade, a durar até ao fim dos 90 minutos.

A primeira parte foi toda do Benfica. Os pacenses entraram com a intenção clara de segurar o meio-campo adversário, tentando explorar o contra-ataque. A primeira oportunidade de golo até lhes pertenceu, mas Maycon não conseguiu dominar a bola em zona de finalização.

Do lado do Benfica, a jogar num 4-4-2 clássico, Franco Jara não perdoou. O argentino inaugurou o marcador logo aos 16 minutos, após jogada de insistência de Fábio Coentrão pelo lado esquerdo, com o caxineiro a mostrar toda a sua raça e a cruzar para o sítio certo.

A equipa de Rui Vitória tentou reagir, mas sem conseguir incomodar um muito atento Moreira. A excepção ocorreu à passagem da meia-hora de jogo, quando o árbitro Pedro Proença assinalou uma grande penalidade muito discutível, a castigar um alegado derrube de Maxi Pereira a Pizzi. Valeu a elasticidade do guardião dos encarnados, que adivinhou o lado para onde Manuel José disparou.

O Benfica continuou a carregar e Javi Garcia, aos 42, aproveitou uma enorme falha de marcação dos defesas contrários para ampliar a vantagem.

Outro jogo na segunda parte

A vencer por 2-0 ao intervalo, poucos acreditariam que o Benfica passasse um mau bocado na segunda parte, como veio a acontecer.

O Paços regressou dos balneários com outra vontade de discutir o jogo. Onde na primeira parte era passividade, no segundo tempo era velocidade. A entrada de leão da equipa de Rui Vitória deu frutos logo aos 50 minutos: Luisão marcou um golo na própria baliza, num lance em que não havia perigo para as suas redes.

O momento de infelicidade do capitão dos encarnados galvanizou os homens que vieram do norte, que passaram a acreditar que era possível dar a volta ao resultado. Não o conseguiram, nem sequer construíram jogadas de perigo evidente, mas o Benfica revelou alguma intranquilidade até meio da segunda parte.

Jorge Jesus apercebeu-se de que algo não funcionava no seu meio-campo e fez entrar Airton. O Benfica serenou e levou o barco a bom porto, mantendo até final o Paços longe da sua baliza. De nada valeu a Rui Vitória lançar atletas mais frescos para o ataque - a diferença de qualidade e de experiência das duas equipas acabou por vir ao de cima.

Triunfo justo dos encarnados, que mereceram a conquista de mais uma Taça da Liga - a terceira consecutiva a ir para as vitrinas do Estádio da Luz. Só a primeira não mora lá, mas em Setúbal.

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