Liga Portuguesa 2011/2012

Mais uma Liga Portuguesa que caminha para o final, e como tem sido normal nos últimos 3 anos os casos mantêm-se.

Quando refiro casos estou a querer dizer tudo, desde os penaltis não vistos àqueles que apenas quem os marca vê, das bocas incendiárias aos típicos "blackout's" das curiosidades e particularidades de uma Liga Portuguesa que tem tudo para ser das melhores da Europa, devido à qualidade dos seus executantes, mas que continua a roçar os limites da mediocridade devido aos dirigentes desportivos e aos intervenientes extra futebol.

Mas à parte de tudo isso, chegamos à reta final da Liga com 3 equipas a lutarem pelo título que pelo andar da carruagem se decidirá nos próximos 3 jogos, não ficará resolvida em termos pontuais, mas quem conseguir tomar a dianteira e mantê-la durante este período crítico de certeza que não perderá a oportunidade de festejar o almejado troféu.

Neste momento o Braga segue na frente depois de vencer a Académica, beneficiando dos empates de Benfica e Porto na última jornada. O Braga mostra-se uma equipa bem organizada e muito equilibrada, mas ontem esteve com a "estrelinha", onde na primeira parte chega ao golo numa altura crucial, aumentando de seguida a contagem antes do intervalo (o lance do 2º golo parece ser precedido de Fora de Jogo, mas quem emitiu o jogo não mostrou todo o desenvolvimento da jogada não dando assim para tirar mais ilações). Na 2ª parte a Académica entrou forte, galvanizou-se com a entrada de David Simão, tendo este reduzido com um golo de belo efeito, e até ao fim de jogo lutou pelo empate (a Académica reclama ainda um penalti onde um jogador é puxado ao ponto de lhe rasgar a camisola, mas que não existem imagens televisivas que atestem a veracidade da situação).

O Porto segue na 2ª posição a 1 ponto do primeiro; nada a dizer deste Porto, é uma pálida imagem da equipa que na época transata só faltou "ganhar as asas aos anjos". Neste momento o Porto é uma equipa em Piloto Automático, mostrando que não fosse os jogadores que possui no plantel o mais certo seria estar a lutar por um lugar do meio da tabela. Vítor Pereira não entende os jogadores e os jogadores não o entendem a ele, e não fosse mais uma vez o golo ter aparecido por um erro crasso da defensiva pacense (auto-golo), ainda que por mérito de Hulk (que ganha a linha e arranca um excelente cruzamento para a área)..

O Paços de Ferreira-FC Porto foi mais um jogo típico de quem não quer perder pontos, o Paços que quer garantir a manutenção urgentemente e o Porto que não pode perder de vista os seus "companheiros" de poleiro, ou seja, com isto poderia-se depreender que iria ser um grande jogo, mas não. O Porto voltou a entrar muito bem no jogo e teve domínio total até ao minuto 20, altura em que o Paços reequilibrou-se e começou a fazer o seu joguinho típico de "espera" - transições rápidas do Paços parecem feitas de régua e esquadro onde Michel mostra-se como o grande dínamo da equipa e com a ajuda de Melgarejo, de Luisinho e de Filipe Anunciação a mostrarem que este Paços tem muito futebol para dar. O Paços chega ao empate com Melgarejo a desfeitear Helton com um cabeceamento em que consegue ganhar a zona e salto (???) a Rolando. O resultado final foi 1-1 com ambas as equipas a fazerem apenas o suficiente para que o resultado justo seja a divisão de pontos.

No fim o Paços queixa-se e bem de um penalti não assinalado aos 22 minutos e o Porto queixa-se de um penalti também não marcado por volta do minuto 80... Até aqui empatavam.

O Benfica segue na 3ª posição a 2 pontos do 1º e a 1 do 2º. Foi mais um jogo de equívocos e a ser dificultado por todos os intervenientes (árbitros, jogadores e treinadores, etc). O Benfica volta a entrar em velocidade cruzeiro com as linhas demasiado afastadas, sem nenhum dinamizador de meio campo. Nelson Oliveira e Cardozo são apenas compatíveis se houver em campo Aimar... Sem Aimar são apenas 2 jogadores na frente de ataque que esperam que lhes coloquem a bola.

Pedia-se mais atitude ao Benfica e mais intencionalidade a JJ, que aposta num 4-4-2 à antiga mas que definitivamente não faz parte do gene da equipa benfiquista, porque para isso era preciso haver um Rodrigo em campo, mas não havia, apenas Nelson Oliveira que mais uma vez mostrou-se muito desconfortável na posição de avançado móvel. Foi por isso que sem surpresas ambas as equipas chegam ao intervalo empatadas a zero. No reatamento JJ mais uma vez equivocou-se, tira Nolito (ainda que a espaços conseguiu ganhar a linha) para dar Aimar ao jogo e entregando as alas a Gaitan e a Witsel; Witsel baixou como é óbvio a produção porque tinha lutado 60 minutos contra um meio campo de bloco baixo, mas muito robusto tendo começado a dar indícios de quebra física. Aimar vê o cartão vermelho num lance discutível e de seguida JJ equivocou-se novamente, tirando Witsel (apesar do cansaço ainda era o que melhor controlava os timings de jogo) e coloca Rodrigo em campo. O Benfica passava a jogar com 2 jogadores na zona centro do ataque e com outro sobre a lateral direita e centro com Gaitan a fazer a posição de interior esquerdo, deixava de ter um organizador de jogo e perdia o rumo do jogo.

E como se não bastasse JJ, à passagem do minuto 82, comete o seu último equívoco, tirando Emerson (que nunca deveria ter entrado) e lançando Saviola no jogo para fazer de organizador. Ficava neste momento o Benfica a jogar com 2 avançados centro (Nelson e Cardozo), 2 avançados laterais (Rodrigo na esquerda Saviola na direita), 1 médio criativo (Gaitan) e um médio defensivo (Javi)... Nem sempre se ganha por ter avançados em campo e JJ colocou 4 em campo e o registo foi ZERO.

E se pode haver queixas quanto à arbitragem que falhou imenso e que parou demasiadas vezes o jogo, permitindo o anti jogo protagonizado pelo Olhanense, a maior queixa de JJ deve ser para ele próprio, porque cai na teia do adversário quando fez a equipa. Depois erra na saída de Nolito (o jogador a sair deveria ter sido o Nelson), volta a errar quando tira Witsel (mais uma vez deveria ter tirado o Nelson), e comete o pecado final quando faz entrar Saviola (deveria ter entrado Matic para que a equipa tivesse no meio campo alguém que ajudasse Javi a sair com bola). No fim o Benfica queixa-se do vermelho por mostrar a Toy (por muito involuntária que tenha sido um cartão deveria ter sido mostrado, amarelo ou vermelho), queixa-se do vermelho mostrado a Aimar (algo discutível porque há disputa de bola e parece haver intenção do Aimar em tirar o pé do alcance do jogador do Olhanense, penso que foi um toque involuntário e a haver cartão seria amarelo por jogo perigoso), depois queixa-se de inúmeras faltas dentro da grande área do Olhanense (concordo que existam 1 ou 2 faltas mas de difícil julgamento).

Foi um mau jogo para alguém que quer lutar por um título, e que bem vistas as coisas poderia ter dado um forte suporte anímico para o resto da Liga. Assim o Benfica arrisca-se a dizer no fim... esteve quase...