FC Porto vs CSKA: não os deixem gelar o Dragão!

O golo de Guarín em Moscovo valeu duplamente por dois: em primeiro, porque foi um grande golo; em segundo, e mais importante, porque os golos fora têm, quase literalmente, essa conotação. A segunda-mão no Dragão é uma vantagem para os azuis-e-brancos, mas André Villas-Boas, cuidadoso e meticuloso como é seu timbre, já deixou o alerta: o CSKA pode ganhar no Porto da mesma forma como o FC Porto ganhou em Moscovo.

E há mais: basta um golo da equipa russa em solo luso para a eliminatória ficar igualada. Villas-Boas não quer, por isso, distracções. Por exemplo, ao técnico portista “dá igual” ouvir falar de um FC Porto favorito à conquista da Liga Europa nas casas de apostas, isto numa altura em que a turma azul-e-branca ainda não garantiu a passagem aos quartos-de-final.

O CSKA, de resto, nunca perdeu no Dragão, palco que pisou por duas vezes. Também é um facto que nunca marcou um golo, como atestam os dois empates a zero. O que coloca o FC Porto no mesmo patamar da equipa russa, no que a confrontos directos diz respeito. Mas, desta vez, um 0-0 basta.

O que fazer com Guarín?

As contas são fáceis de fazer, a decisão é que deve pesar mais na cabeça do treinador portista. Guarín desbloqueou jogos complicados nas últimas semanas: marcou o golo decisivo em Sevilha, deu a vitória em Moscovo e abriu o marcador no fim-de-semana, contra o ultra-defensivo Leiria.

As bombas de Guarín, há que dizê-lo, têm dado muito jeito ao FC Porto, que tem tido no colombiano uma peça talismã que não é titular, mas que já merecia sê-lo. O problema é que também há Fernando. E Belluschi. E Moutinho.

O trinco brasileiro teve direito a descanso no Lis. Belluschi, por seu turno, ficou no banco na primeira mão destes oitavos-de-final, mas foi dos melhores em Leiria. Moutinho, apesar do cansaço, deve ser o mais indiscutível de todos.  

Na frente, a mesma pergunta de há uma semana. James ou Varela? O puto esteve apagado frente ao CSKA, com benefício do português, que desperdiçou a oportunidade seguinte, com proveito para o colombiano.

Dúvidas à parte, passam-se às certezas. A primeira é a ausência de Álvaro Pereira, castigado. A outra é a sua substituição por Fucile, abrindo alas para Sapunaru, também ele ausente na última jornada da Liga, do lado oposto. A ausência de Maicon dos convocados significa o regresso de Otamendi e, finalmente, Hulk e Falcao serão as armas mais letais de ataque ao adversário moscovita.  

Emoções quentes nos ares frios da Rússia

Em Moscovo, viveram-se dias agitados. À abertura do campeonato local com uma vitória, seguiram-se treinos com agressões entre jogadores. Pelo meio, o jogador mais perigoso na primeira-mão, Doumbia, está em dúvida devido a problemas físicos.

Do outro lado, destaque para o regresso de Mark Gonzalez.

Vagner Love, referência do ataque moscovita, diz que o CSKA vem à amena cidade do Porto com vontade de “marcar golos no Dragão”. Do outro lado, está, segundo dizem por aí, a grande favorita à vitória na Liga Europa.

Mas André Villas-Boas, o cuidadoso treinador do FC Porto, não liga aos elogios. Importante é “adicionar troféus”, diz. Ora, eliminar a turma de Leonid Slutski faz parte de um ainda longo caminho para a conquista do troféu teoricamente mais complicado.