Tarefas dos portugueses na Europa

Com 4 equipas em competição na Europa (1 na CL e 3 na LE), Portugal arrisca-se a fazer história mais uma vez, apesar de ser um pouco prematuro ainda falar, mas de qualquer forma é de enaltecer esta caminhada das equipas lusas onde apenas o Porto mostra alguma perda de supremacia relativamente a anos transatos.

Zenit - Benfica - Um jogo difícil onde o Benfica terá que tentar equilibrar antes demais a "asa" esquerda da equipa, esse mesma "asa" que era sinónimo de golos e assistências em épocas transatas, hoje é o ai de "Jesus". Emerson mostra-se seguro a defender mas não imprime garra a atacar, não sabe acompanhar o médio ou extremo esquerdo, sendo uma nulidade em jogadas de 2-1, onde a maior parte das vezes procura as referências máximas da equipa (Aimar e Witsel), em vez de dar profundidade ao flanco com passes para a velocidade do extremo ou procurando Cardozo ou Rodrigo na área.

Este jogo não deixará de ser também um teste à capacidade finalizadora dos avançados "encarnados", pois o Zenit é uma equipa que usa um estilo defensivo muito idêntico aos que se usava em tempos idos na Alemanha, ou seja, é uma equipa que se fecha bem sem nunca perder a posição, a atacar esta equipa lembra o futebol holandês com executantes hábeis e rápidos, procurando muitas vezes Danny que funciona como o Joker da equipa.

Para sair vencedor desta eliminatória o Benfica, terá de 1º ser compacto na retaguarda e não permitir que haja passe para as costas da defesa, depois deverá manter o tridente do meio-campo com Aimar, Witsel e Javi, fazendo Javi a tarefa de bombeiro à lateral esquerda. Na frente de ataque apostaria em Nolito, Gaitan e Rodrigo - Rodrigo devido à sua mobilidade permite que, quer Nolito como Gaitan, se soltem mais e de certa forma é como se o Benfica utilizasse 2 pontas-de-lança e não um, pois Nolito é talvez o jogador que mais verticalidade dá à equipa, sendo que Rodrigo agradeceria essa verticalidade, pois deixaria de ter apenas Aimar a jogar para si, e passaria a ter a "visita" ocasional do espanhol que faz do imprevisto a sua arma, tendo Gaitan apenas a tarefa de acompanhar Aimar na abertura de espaço entre o centro e a lateral direita do terreno de jogo.

Porto - Manchester - Sai a fava ao Porto, o Man. City é talvez a equipa mais difícil de definir, não tem um estilo de jogo vincado, nem tem pontos fracos (evidentes), mas tem imensos pontos fortes. Balotelli e Aguero são elementos de grande requinte técnico que conseguem com bola no pé aquilo que muitos não conseguem com ela na mão. A única zona que me parece ser a explorar pelo Porto é a faixa direita do ataque (antigo habitat de Hulk), onde o lateral esquerdo me parece algo lento e com alguma dificuldade em articular com os médios, sendo que para tirar melhor partido dessa opção optaria por um Porto em 4-4-2, onde os 4 médios portistas (no meu ver Guarín, Defour, Moutinho e Fernando) teriam que ser rápidos a fechar os espaços e agressivos a pressionar o portador da bola, de modo a que os avançados (optaria por James e Hulk) também eles pressionassem, mas sem bola a zona central (os centrais são fortes fisicamente, mas lentos) e a lateral esquerda da defesa do City. A meu ver, só um porto ao nível da época passada passará este difícil teste, tem a palavra Vítor Pereira.

Sp. Braga - Besiktas - Difícil mas não impossível, o Besiktas é uma equipa que neste momento faz lembrar, no seu estilo de jogo, o Braga de 2009/2010, ou seja, a nível posicional muito forte, rápido no contra-ataque e depois lá na frente Quaresma e Simão fazem mexer o xadrez. Um Braga compacto e acima de tudo agressivo é o que se pede, talvez seja um jogo para Viana, Nuno Gomes e Barbosa mostrarem a sua qualidade. Viana pela sua visão ampla do campo, Barbosa porque é agressivo a atacar e dá profundidade ao ataque, Nuno Gomes porque só ele sabe desposicionar uma defesa como a do Besiktas que defende muito atrás e o ideal é fazê-la avançar para que depois Lima e Alan surjam com espaço nas costas da defesa.

Légia Varsóvia - Sporting - Claramente um passeio para o Sporting....ou talvez não! Isto porque as equipas polacas (o mesmo se passa com a sua seleção) têm vindo a evoluir, têm neste momento um estilo de jogo agressivo, físico, o que já dificulta a tarefa aos principais "alimentadores" do ataque leonino. Depois em ataque adotam um estilo direto com jogadores rápidos e agressivos nas alas, tendo sempre em vista o avançado referência, que por norma costuma ser também ele alto, possante. À primeira vista parece presa fácil, pois também a defesa do Sporting parece talhada para este tipo de futebol, onde no ar Onewyu marca a posição, mas não deixa de ser importante ter em conta que João Pereira é descuidado nas subidas, deixando por imensas vezes o flanco defensivo descompensado e aí talvez será o ponto a ser explorado pelo Légia. Mas caso Rinaudo recupere (tudo indica que sim) será ele e Schaars a comandarem o meio-campo, e isso será benéfico, pois não há jogador como o Rinaudo para essas compensações a João Pereira e tendo Schaars a seu lado é quase garantido que a bola sai jogavel para Elias. E a partir daí com Wolfswinkel em dia sim e Capel (que tem de se lembrar de vez em quando de tirar os olhos do chão e olhar para a frente) afinadinho, é quase meio caminho para os oitavos.

Os próximos jogos dirão algo mais acerca do Sporting, mas em jeito de prognóstico quase que aposto numa vitória por 1-0 na Polónia e em casa o Sporting a mostrar o seu poderio ofensivo por 3-0. Sporting rumo aos oitavos!

Acima de tudo desejo boa sorte a todas as equipas lusas e que rumem todas aos mais altos pedestais da Europa. Força equipas! Força Portugal!