Em 2010 chegou a Málaga Abdullah Bin Nasser Al-Thani. Com ele, alguns milhões vindos do Catar e cerca de 36 foram gastos na compra do clube.

Além do membro da família real do Catar e do dinheiro, chegou a promessa: "No espaço de três anos temos que consolidar a equipa e chegar à Europa" - a segunda meta foi cumprida; agora a parte da consolidação...

É um facto: dentro de campo o Málaga fez história na época passada. Após 60 milhões de euros gastos no mercado de verão, a equipa terminou o campeonato no quarto lugar e garantiu presença na Liga dos Campeões pela primeira vez.

Depois veio o pior. Numa altura em que os adeptos estavam mais entusiasmados que nunca, Al-Thani desapareceu.

Dívidas que não terminam - Os problemas já começaram em abril deste ano, quando Fernando Hierro apresentou a sua demissão do cargo de diretor geral, pouco antes de aparecem denúncias de Villarreal, Osasuna e River Plate - entidades às quais o Málaga devia dinheiro, cerca de 5 milhões de euros no total. E também o anterior proprietário Fernando Sanz reclamava 3,5 milhões. E surgiam mais 18 milhões de dívida às Finanças - novas contratações ficaram "congeladas" desde então.

Desaparecimento do proprietário - Al-Thani gostava muito de conversar com os adeptos do Málaga, no Twitter; no início da presente época, durante mais de um mês, não surgiu qualquer "rasto" do milionário. Nada se sabia sobre as suas promessas e sobre as esperadas grandes injeções económicas. Apenas alguns membros do seu grupo económico apareciam em Espanha. A fazer contas.

Pedir "esmola" - Ou seja, de repente, parecia que Abdullah Bin Nasser Al-Thani desapareceu do mapa. A estrutura não foi bem montada desde início e, depois dos 60 milhões de euros gastos em contratações há um ano, os responsáveis andaram, em agosto, quase desesperados para conseguir 26,5 milhões com as vendas de Cazorla, Rondón, Mathijsen e Apoño. Havia compromissos urgentes e novas regras impostas pela UEFA. O Málaga chegou mesmo a pedir "esmola" ao PSG, para o emblema francês ceder os jogadores em excesso no plantel.

19 jogadores para a Liga dos Campeões - Com tudo isto, o plantel que inclui dois portugueses - Eliseu e Duda - e que já foi orientado por Jesualdo Ferrera, há dois anos, ficou reduzido a 19 jogadores para o play-off com o Panathinaikos, orientado precisamente por Jesualdo Ferreira na altura.

Venda do clube - Especulava-se muito que Abdullah bin Nasser Al-Thani havia comprado o Málaga apenas porque queria envolver-se noutros negócios em Espanha. O cenário estava "cinzento" e a venda do clube estaria próxima.

Percurso notável - Não houve venda. Os responsáveis lá se foram entendendo com o empresário milionário (mesmo à distância) e, sobretudo, os jogadores responderam a grande nível dentro de campo. Qualificaram-se para a fase de grupos da Liga dos Campeões, não perderam qualquer jogo, ficaram no primeiro lugar C e agora vão defrontar o FC Porto nos oitavos-de-final.

(artigo escrito no dia 22 de agosto, atualizado a 20 de dezembro)

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