Venham daí os espanhóis que não temos medo (Crónica)

Espanha será o adversário de Portugal nas meias finais do Euro 2012, depois de bater a França por 2-0, com golos de Xabi Alonso (na sua 100ª internacionalização) num jogo um pouco aborrecido mas no qual mostrou superioridade.

Recorde-se que há dois anos, no Mundial de 2010, foram os espanhóis que nos eliminaram, nos oitavos de final. Mas desta vez, as nossas hipóteses parecem ser maiores: embora continue temível e seja possivelmente a melhor equipa em prova e naturalmente favorita, a Espanha não parece estar tão forte.

Já Portugal encontra-se incomparavelmente melhor do que nesses tempos. O nosso melhor jogador está em grande forma e parece haver comunhão total entre treinador e futebolistas, ao contrário do que sucedia em 2010 com Carlos Queiroz.

E na última vez que as duas seleções se encontraram, já no "reinado" de Paulo Bento, "despachámos" os espanhóis por 4-0. É verdade que foi um jogo particular, mas...

Jogo pouco interessante - As duas equipas começaram cautelosas, embora houvesse algum ascendente espanhol, com David Silva a desequilibrar, aproveitando o espaço concedido pelo lateral esquerdo Clichy, que, diga-se em seu favor, não tinha o apoio devido.

Vicent Del Bosque voltou a apostar numa equipa sem ponta de lança de raíz, a mesma opção que havia tomado com a Itália e que fora tão criticada pelos adeptos. 

Não havia ponta de lança de raiz mas Xabi Alonso quase parecia um, pela forma como cabeceou para o fundo das redes de Lloris, aos 19 minutos. A assistência, perfeita, foi de Jordi Alba, lateral esquerdo do Valência que está na mira do Barcelona.

A França não conseguia soltar-se e a primeira vez que se aproximou com perigo da baliza de Casillas foi apenas aos 32' por Cabaye, na marcação de um livre direto.

A Espanha estava nas suas sete quintas: vencia e a pouca pressão dos franceses permitia-lhe fazer o seu habitual futebol de passe curto sem grandes dificuldades. Até ao intervalo, não houve novidades...

França melhor mas pouco - Os 'bleus'  voltaram mais desinibidos do intervalo, mas só conseguiram criar perigo aos 60' através de um bom cabeceamento de Debuchy. Pouco, muito pouco...

Na Espanha, o costume: passe para aqui, passe para acolá e de repente, um passe mortífero a isolar um jogador. Foi isso que sucedeu aos 62', com Lloris a evitar o golo de Fabregas. O jogador do Barcelona, que funcionava como o homem mais adiantado, foi substituído por Fernando Torres aos 64'.

Até ao final, o jogo desenrolou-se na mesma toada morna e sem ocasiões de golo. Esta França nem obrigou a Espanha a grandes esforços... E Xabi ainda teve tempo para fechar a loja com o 2-0, de penálti, após falta sobre Pedro.