Os saldos chegam ao mercado de transferências

João Moutinho por 11 milhões, Miguel Veloso por 9, o "capitão" Bruno Alves e o internacional canarinho Ramires a renderem 22 milhões... É tempo de saldos também no futebol! O mercado de transferências deste Verão reflecte a crise mundial...

No Verão do ano passado gastaram-se mais de 700 milhões de euros em transferências até ao início do mês de Agosto, com Barcelona e Real Madrid à proa, desembolsando juntos mais de 315 milhões de euros. Neste Verão os gastos globais nem chegam aos 300 milhões.


São tempos de "vacas magras" que afectam os clubes portugueses, sempre dependentes das vendas de jogadores para equilibrarem as finanças. Os 11 milhões de euros pagos pelo FC Porto por João Moutinho ao Sporting são um verdadeiro "saldo", embora o negócio tenha incluído também o passe de Nuno André Coelho e seja preciso contabilizar a vontade do jogador de deixar Alvalade. A ausência do Mundial da África do Sul também ajudou a desvalorizar o valor do passe do ex-capitão leonino.

A saída de Miguel Veloso para o Génova por 9 milhões de euros é outro "rosto da crise", tratando-se de um médio de apenas 24 anos e que foi apontado como alvo de Arsenal, Barcelona e Inter de Milão.


O Benfica também não conseguiu lucrar mais do que 25 milhões de euros com a venda do craque Angel di María para o Real Madrid, habitual campeão das transferências. Se na época passada o emblema "galáctico" apostou forte no mercado contratando Cristiano Ronaldo ao Manchester United por 96 milhões de euros, Kaká ao AC Milan por 67 milhões e Karim Benzema ao Lyon por 35 milhões, neste Verão a grande aposta foi mesmo José Mourinho, sendo Di María até ao momento o mais caro reforço. O alemão Sami Khedira, ex-Estugarda e uma das grandes revelações do Mundial da África do Sul, terá custado cerca de 14 milhões de euros.

O clube da Luz ainda conseguiu vender Ramires para o Chelsea por 22 milhões de euros, o mesmo montante que o capitão Bruno Alves rendeu ao FC Porto na saída para o Zenit. Verbas interessantes, mas mesmo assim ainda longe dos números das cláusulas de rescisão dos dois jogadores que rondavam os 30 milhões.

Até o milionário Manchester City, financiado pelos "petrodólares" do seu dono saudita, aperta o cinto. Depois de no Verão de 2009 ter gastado 117 milhões em figuras como Tévez, Adebayor, Santa Cruz e Kolo Touré, nesta pré-temporada dispendeu apenas 79 milhões, tendo pago ao Barcelona cerca de 34 milhões de euros por Yaya Touré e não chegando aos 29 milhões por David Silva, ex-Valência.


A mais cara transferência do futebol europeu até ao momento neste defeso foi a de David Villa do Valência para o Barcelona, por 40 milhões de euros. Um negócio feito antes do Mundial da África do Sul, onde o internacional espanhol brilhou com a Selecção que se tornou campeã pela primeira vez.

O campeão europeu em título, Inter de Milão, que até contratou um novo treinador, Rafael Benítez, apostou apenas num jogador, o brasileiro Coutinho, e a custo zero, depois de na época passada ter gasto 47 milhões de euros em reforços como Diego Milito, Motta, Lucio e Eto'o.

Foto 1: sxc
Fotos 2: fcporto.pt
Foto 3: realmadrid.com
Foto 4: FIFA