Quantos barris de petróleo vale um título da Premiership? | Relvado

Quantos barris de petróleo vale um título da Premiership?

O centro do poder da Premier League está agora em Manchester. Os clubes londrinos passaram para segu
 

O campeonato inglês está em verdadeira ebulição após o resultado surpreendente do dérbi de Manchester no passado no fim-de-semana. A vitória do Manchester City em Old Trafford, com números expressivos e após uma exibição demolidora, veio apenas confirmar o que muitos de nós já sabíamos: o centro do poder da Premier League está agora em Manchester. Os clubes londrinos passaram para segundo plano no que ao título diz respeito. O dono do City, o Sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan parece ter agora a palavra. O “assalto ao poder” por parte dos citizens parece estar finalmente consumado. Os petrodólares começam a vergar a concorrência sem que esta possa competir de igual para igual.

Convenhamos que era uma questão de tempo. 

Junto-me aos críticos que receiam que esta situação se torne recorrente no futebol atual. Não consigo simpatizar com clubes que compram o sucesso de forma tão fulgurante e vulgar. O City é apenas o último exemplo de uma estratégia bilionária que visa resultados imediatos. Os clubes “usurpados”  entram num processo de crescimento acelerado que desrespeita a história e a tradição do próprio futebol. A influência dos super ricos no futebol veio desequilibrar a balança competitiva nos campeonatos europeus.

Como é sabido, nem sempre o dinheiro traz felicidade. Se não houver um estratégia sustentável e com metas a longo prazo, os projetos acabam por ruir. À ascensão meteórica segue-se a descida aos infernos. O futebol encarrega-se de lhes ensinar esta dura lição. O dinheiro não compra a experiência e o conhecimento que são adquiridos ao participar em competições de alto nível ano após ano. Tem sido notória a dificuldade do Manchester City em produzir resultados convincentes na Liga dos Campeões. É bom saber que ainda existem competições que ponham estes clubes em sentido. O traquejo ganha-se e não é oferecido de mão beijada.

A nível interno o City tem estado intratável. As vitórias surgem com naturalidade, acompanhadas de goleadas que sugerem que este será o ano dos citizens. Ainda é cedo para tirar conclusões. Este plantel de estrelas, conduzido a alta velocidade por Mancini ainda não acusa o desgaste de estar presente em várias frentes e também tem escapado a lesões complicadas. Penso que Ferguson e o United ainda vão ser os últimos a rir neste enredo. Os red devils são exímios a recuperar de desvantagens pontuais na tabela classificativa. O caminho é longo e há muitos minutos para serem jogados. Por esse motivo a aposta no Manchester United ainda me parece ser a mais certeira.

Se eu estiver enganado e o Manchester City se sagrar campeão, pode ser interessante fazer a seguinte conta: quantos barris de petróleo vale um título da Premiership?

(Pedro Mota é um adepto atento e especialista no fenómeno futebolístico)

Internacional:

Comentários [6]

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Negocio...

Já há muito que o futebol deixou de ser desporto e passou a ser negócio... não se joga, forçosamente, para o titulo... joga-se para se estar presente na Liga dos Campeões. Se o 2º lugar der entrada directa na CL, para as contas não é relevante se o clube ganha ou não... interessa fazer bons resultados na Europa...
Os titulos contam para os adeptos... para os "donos" (com ou sem aspas) interessa o lucro, as contas...
No entanto, queria realçar que, a serem devidamente implementadas as novas regras do fair play financeiro, clubes como o City ou Malaga vao passar um mau bocado...

SL

é como no portugal à beira

é como no portugal à beira oceano, o centro do poder está no norte, carago! e tem sede no dragom

Quantas toneladas de fruta?

Vale a LIga portuguesa?

Os clubes londrinos e os de

Os clubes londrinos e os de Liverpool, acrescento eu. Mas também não me agrada esta tomada do poder futebolístico pelos bilionários. Gosto que antigas glórias adormecidas regressem à ribalta, mas tantos milhões dispendidos em tempo de austeridade europeia parecem-me uma provocação nova-rica (dos novos ricos de outras partes do Mundo, será simbólico do que aí vem?).

Se bem que o fenómeno não seja totalmente novo. O Milan voltou à ribalta em finais dos anos oitenta com o apoio financeiro de Berlusconi, houve o caso Lagardère no efémero Matra Racing, e outros. Mas nunca a um nível como agora. Parecem ser as novas potências assentes no petróleo, sobretudo os russos e árabes, que mais investem. Se bem que o petróleo não dure para sempre...

Muito dinheiro

Por muito dinheiro que seja investido isso não garante o sucesso, basta ver os primeiros anos do City milionário, ou a equipa dos galácticos no Real Madrid.
Para além do dinheiro é preciso uma boa gestão para evitar flops milionários.

Miguel C.
http://linhasdojogo.blogspot.com/

O Sheik

não comprou o City em troca de meia dúzia de títulos. Chama-se lavagem de dinheiro e maximização do lucro. Só os românticos e os especialistas no fenómeno futebolístico é que pensam e dão a entender o contrário.
Cumps