Ivkovic ganhou 100 dólares e defendeu 2 penáltis... mas queria mais | Relvado

Ivkovic ganhou 100 dólares e defendeu 2 penáltis... mas queria mais

 

O croata Tomislav Ivkovic, ex-guarda-redes do Sporting, defendeu duas grandes penalidades marcadas pelo argentino Diego Armando Maradona e arrecadou 100 dólares à conta de uma delas... mas queria mais, ter ganho os jogos.

“Perdi dois grandes jogos, defendi dois penaltis, mas não fiquei satisfeito. Pela Jugoslávia, se temos ganho, tínhamos ido às meias finais (do Mundial de 1990) e ficado até ao final. No jogo contra o Nápoles, o Sporting jogou bem, mereceu passar à próxima eliminatória, mas infelizmente ficou só a recordação”, afirmou à Agência Lusa Ivkovic.

O primeiro “confronto” de “gigantes”, à distância de 11,00 metros, ocorreu a 27 de setembro de 1989 e teve o Estádio San Paolo, em Nápoles, como palco. Um “duelo” inesquecível para Ivkovic.

“Lembro-me, claro que me lembro. Foi o dia do Nápoles-Sporting, em Nápoles, para a primeira eliminatória da Taça UEFA. O jogo acabou 0-0, no prolongamento também, e nos penaltis ganhou o Nápoles (4-3)”, lembrou.

No entanto, as recordações do ex-guarda-redes vão mais além: “Particularmente, tenho boas memórias porque defendi um penalti do Maradona e ganhei 100 dólares (72 euros ao câmbio atual) numa aposta”.

“Eu preferia ao contrário, que tivesse perdido a aposta e ganho o jogo. Ganhei só eu e não bastou para assegurar a passagem à segunda ronda da Taça UEFA. Mas, ficou sempre na história aquele primeiro penalti que defendi ao Maradona... por causa da aposta”, sublinhou, o croata, que até ao final da última época, agora como treinador, comando o Medimurje.

Perante o “astro” argentino, que celebra sábado o 50.º aniversário, Ivkovic não se intimidou e propôs a aposta.

“Fui eu, surgiu assim, sem pensar. Era um penalti decisivo, se o Maradona marcasse o Nápoles ganhava e o jogo acabava. Sei lá! Fui ao pé dele e surgiu-me esta ideia, de repente, e perguntei-lhe se queria apostar que não ia marcar o golo. O árbitro percebeu, começou a rir e eu insisti: Então, queres apostar? 100 dólares! Ele aceitou a proposta e pronto, eu defendi, ele perdeu. No final do jogo, deu-me a camisola dele e 100 dólares”, explicou.

Apesar de não saber do paradeiro da camisola, Ivkovic ainda guarda o lucro: “A camisola perdi, não sei onde anda, mas os dólares ainda tenho no meu livro de recordações”.

Mal sabia que 276 dias depois, a 30 de junho de 1990, voltaria a ter Maradona pela frente e, desta vez, nos quartos de final do Mundial, sem aposta.

“Não houve aposta, mas eu queria, porque tinha a certeza se o Maradona marcasse um penalti ia defender outra vez”, referiu Ivkovic, recuperando uma iniciativa lançada por um jornalista alemão que não obteve resposta.

No jogo “aconteceu a mesma história de Nápoles”, incluindo o sucesso da formação de Maradona, em detrimento da equipa do ex-guarda-redes.

“Quando ele foi pegar na bola para marcar o penalti eu chamava-o e dizia que sabia para onde ia rematar. Ele só baixava a cabeça, nem queria olhar para mim. Eu fiz a finta para o lado que ele rematou no jogo contra o Nápoles e ele chutou para o lado contrário”, defendeu Ivkovic.

Reconhecendo o talento de Maradona, o croata lamenta apenas o seu percurso fora dos relvados.

“Aquela imagem que dava nos relvados era completamente diferente fora do campo. Ele era grande dentro de campo e muito, muito pequeno fora. No campo podia ser ídolo de muita gente, mas fora não podia ser ídolo de ninguém”, concluiu.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Foto: wikimedia

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Comentários [2]

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lembro-me bem desse jogo.

Era eu ainda catraio novito com 13 tenros anitos e faltei a uma aula de inglês para ir ver o futebol para o tasco.
Arre fodasse que já passaram 21 anos.

Saudações alagartadas!!

Aquela Jugoslávia...

dominou a Argentina por completo (ou muito perto disso). Tinha uma equipa incrível e só mesmo nos penalties os argentinos se safariam, com um Goycochea abençoado.

E Maradona, ao manter a promessa dos 100 dólares e ainda oferecendo a sua camisola, só prova que era de facto enorme.