Fotos: 18 recordes do Bayern campeão

O que mais impressiona em Guardiola é, mais do que os títulos, a identidade de jogo e competitividade das suas equipas, que assumem os jogos no meio-campo advrmersário, com posse de bola e qualidade táctica irrepreensíveis. Uma coisa é fazê-lo em casa diante o Hoffenheim, outra é fazê-lo em Dortmund, Manchester ou Londres. E à enorme qualidade táctica e de letura de jogo, Guardiola mantém um grupo motivado, coeso, rotativo, com alto rendimento constante, seja em particulares, em jogos de campeonato, ou finais decisivas.
Ao contrário do que a maioria pensa, não partilho da ideia de que Guardiola pegou numa equipa feita e que se limitou a dar-lhe continuidade. Antes pelo contrário. Guardiola tomou uma opção de alto risco em ir para Munique.
Uma equipa que tudo venceu, mas em fim de ciclo liderado por Juup Heinkes (de saída) e com jogadores super-campeões (Ribery, Robben, etc) que, já nos 30, ganharam tudo e, por isso, ganharam peso acrescido na equipa e com os vícios que isso acarreta.
Guardiola soube manter a equipa ao mais alto nível (veja-se como, em plano inferior, Moyes não tem sabido manter um barco solidificado em Manchester) e ganhando ou não a Champions o trabalho mais difícil de continuar a motivar jogadores está feito. Além disso, aos poucos, foi colocando o seu cunho pessoal na equipa que é hoje mais à imagem de Guardiola do que de Heynkes.
Guardiola há muito já provou o que tinha a provar, esse trabalho de reestruturação foi feito no Barcelona com o êxito que se conhece. Além disso há uma ou duas diferenças face a Mourinho. Enquanto as equipas de Guardiola constroem jogo, forçando o erro, as de Mourinho jogam no erro do adverśario. Nem sempre é assim, mas tem sido muito assim. É verdade que pegou em clubes de topo mas tem-nas elevado para o patamar da história do futebol, o que também não é pouco. Os títulos são apenas o resultado natural (17 em 23 disputados). A outra diferença é a postura de respeito para o futebol e os seus agentes, no geral. Mourinho procura a constante desvalorização dos feitos dos adversários para elevar os seus triunfos e trabalho, Guardiola assume mais um discurso para dentro de campo, valorizando e respeitando adversários e agentes desportivos. Com estilos diferentes, são os dois melhores do mundo.