Ensaio sobre a estupidez

Em primeiro de tudo o meu sincero pedido de perdão ao Saramago por lhe estar a copiar (ou quase) um dos títulos dos seus livros.

Mas tudo começou há dois anos quando alguém, que não tinha que fazer e tinha uma imaginação grande demais, resolveu colocar um polvo, de nome Paul e que vivia na Alemanha (tinha que ser), a adivinhar quem seriam os vencedores dos jogos do Mundial de seleções que decorria na África do Sul.

Por enorme coincidência, pois não pode ter sido outra coisa, o raio do polvo até acertou em todos os jogos que o colocaram a adivinhar e a estupidez do pessoal levou a melhor sobre a racionalização e colocaram o polvo num pedestal.

Ora este ano, na disputa do Europeu na Polónia/Ucrânia não é que proliferaram por essa Europa fora os animais, vertebrados e invertebrados, mamíferos e peixes, que foram dados como adivinhos?

Eles foram polvos, vacas, coelhos, cabras, e até cães. Na maioria das vezes se acertaram uma vez na seguinte de imediato falharam, até porque como a forma de adivinhar é eles irem comer num de dois recipientes de comida que lhes colocam à frente os animais têm sempre 50% de hipóteses de acertar ou de falhar.

Mas o fazerem isto não é o problema maior, pois esse é que uma enorme quantidade de pessoas acreditam piamente que isso serve para alguma coisa e que até são adivinhações reais. A tal estupidez instalada de que Pinto da Costa fala quando diz que os estúpidos não estão a diminuir, penso eu.

Os cientistas mundiais que estudam a antropologia dizem, já há bastante tempo, que a evolução do homem terminou. Não vamos ficar de cabeças enormes nem o nosso cérebro vai aumentar. Como somos é como seremos daqui a um milhão de anos se lá chegarmos. Mas será que a evolução da mentalidade e da inteligência do homem também terá terminado? A ver pelos exemplos e pela crendice que o homem apresenta quanto aos resultados destes "adivinhos" feitos à pressa de resultados de jogos de futebol, espero bem que não.

É que se assim for deixo a pergunta, à qual espero que responda quem souber e tiver inteligência bastante para isso: "Até onde chegará a estupidez humana?".