Valentim Loureiro nega acusações de Carolina | Relvado

Valentim Loureiro nega acusações de Carolina

 


Valentim Loureiro nega acusações de Carolina
Valentim Loureiro refuta as acusações de Carolina Salgado expressas no âmbito do processo "Apito Dourado". O presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) comenta pela primeira vez, em entrevista à SIC, as alegações da ex-companheira de Pinto da Costa, negando quaisquer encontros com o líder portista ou com Pinto de Sousa no sentido de promover pressões a árbitros. «Nunca almoçámos ou jantámos os três, eu, o senhor Pinto da Costa e o senhor Pinto de Sousa», assegura o Major, salientando que «é ridículo pensar» que o líder portista se reuniria consigo «por causa dos jogos do Gondomar». Valentim entende ainda que o que está aqui em causa é «uma estratégia que só quem está a comandar este processo é que pode descortinar».


Algo se passou para que me meta em alhadas...

Na entrevista à SIC, exibida no "Primeiro Jornal", Valentim Loureiro considera que «alguma coisa se deve ter passado» para que Carolina Salgado o «meta em alhadas» com as quais diz nada ter a ver. O Major refere-se a declarações antigas prestadas pela ex-namorada do líder portista a uma revista "cor-de-rosa", onde ela terá dito que as três pessoas que mais queria conhecer eram o Papa, Valentim Loureiro e Pinto da Costa, precisamente por esta ordem. Ora o ex-presidente da LPFP não entende por isso o comportamento da mulher, realçando que faz porventura parte de «uma estratégia que só quem está a comandar este processo é que pode descortinar». Valentim Loureiro refere que tem as suas «ideias» sobre a questão e admite «perceber porque é que tudo isto é feito», mas escusa-se a dizê-lo. Pudor não tem contudo em repetir que não tem «consciência de ter cometido qualquer crime».
Abordando concretamente algumas das acusações de Carolina Salgado, Valentim Loureiro assegura que «é mentira que alguma vez, nesta meia dúzia de anos, tivesse almoçado, lanchado ou jantado, em restaurantes ou em hotéis, com a senhora Carolina e com o senhor Pinto da Costa». Um dado que surge no âmbito de alegações de jantares no Restaurante Degrau Chá que é propriedade do Major. «Ela que não esteja a querer fazer passar a ideia de que eu e o senhor Pinto da Costa convivíamos», acrescenta o também autarca de Gondomar. «Nunca fui a casa deles e a minha casa também nunca vieram», adiciona ainda, realçando que entre eles havia apenas «encontros institucionais nas Antas, no Dragão ou no Bessa nalgum jogo Boavista-Porto, ou em casinos e hotéis onde o FC Porto fez festas e para as quais me convidou», relata.
Valentim Loureiro diz igualmente que «é mentira que tenha interferido no processo contra José Mourinho» por causa da camisola rasgada em Alvalade, uma alegada contrapartida do Major ao presidente do Porto pelo seu apoio nas eleições para a LPFP em 2002. «Toda a gente sabe que o senhor Pinto da Costa tinha outro candidato que era o doutor José Guilherme Aguiar e a mim quem me apoiou foi o presidente do Benfica», constata o dirigente da Liga.

Foto: Agência Lusa

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Comentários [9]

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Eu não acredito...

Não acredito no Major, não acredito que nunca tenha almoçado com o Pinto da Costa e o Pinto de Sousa. Almoçar com eles não é nenhum crime e até me parece bastante normal que o façam, pois mexem-se no mesmo meio, têm relações profissionais, e até eventualmente pessoais. Como tal, seria normalíssimo que almoçassem juntos, independentemente do que se falava durante a refeição. O major negar nos termos "Nunca almoçámos ou jantámos" parece-me estranho e um indício de que tem de facto coisas a esconder.

Frase do dia

não tem «consciência de ter cometido qualquer crime».

Re: Frase do dia

do dia? ele disse isso em 2004 quando saiu do tribunal

A democracia para tótós

O que eu acho mais importante nestas afirmações do major é o que elas indiciam quanto ao estado a que chegou a consciência cívica em Portugal. A imprensa do vale tudo pode sentir-se satisfeita com os resultados da sua campanha. Imaginem que já é notícia uma pessoa dizer que nunca almoçou em casa de alguém como se o facto de almoçar fosse, em si, um crime. Uma das piores coisas que pode acontecer a uma sociedade democrática é quando as esferas do público e do privado, do laico e do religioso e, sobretudo, do direito e da moral se confundem. Um dos fenómenos que nos deve fazer pensar é a via do politicamente correcto que a ideologia conservadora americana está a espalhar por toda a Europa. Para os que têm a memória menos curta, conviria recordar aquilo a que eu chamo o fenómeno do "cinto de segurança". Primeiro as pessoas foram aconselhadas a utilizá-lo, depois tornou-se obrigatório o seu uso, não só à frente como atrás. Por fim, a sua não utilização implicou multa e, em certos países, retirada de pontos na carta de condução. Ora a não utilização do cinto em nada prejudica terceiros. É uma questão de responsabilidade pessoal. O Estado, ao impor o uso do cinto, não está a proteger o cidadão contra terceiros, como é a sua função, mas a impor a um cidadão individual um comportamento que considera correcto. Passamos aqui da esfera do direito para a esfera da moral. No caso de um dirigente desportivo, um professor, um juiz ou um árbitro almoçar com alguém a ele ligado pelo mesmo domínio de interesses, o que a imprensa deveria chamar a atenção é que, quando muito, estaríamos perante uma falta de deontologia. Quando a imprensa alega que um presidente do Conselho de Arbitragem não deve encontrar-se com um dirigente desportivo, com a velha máxima de que "não basta que a mulher de César seja honesta, também é importante que o pareça", esquece-se que este aforismo está todo ele marcado por uma ideologia moralista que nada tem a ver com o direito e a justiça. Ora, infelizmente, a imprensa não só não contribui para uma separação clara das águas entre comportamentos deontologicamente reprováveis e actos criminosos, como, à velha maneira da revista à portuguesa, procura adorná-los um certo humor rasca. Quando o Jô Soares ou os Gato Fedorento criam frases feitas género "Fico chateado, claro que fico chateado" ou "Vai buscar" sabe-se que o intuito é que essas frases passem para o domínio público e comecem a ser correntes na linguagem do dia-a-dia. É a sua forma de controlo do "mercado". Quando a Carolina vem com a história dos chocolatinhos, ficou imediatamente claro para o Bom Senso que alguém lhe encomendou o sermão. Para casa convida-se alguém para "beber um copo" ou para "tomar um café". O café com "chocolatinhos" foi claramente uma adenda de alguém que não a Carolina nem a professora de português. Os chocolatinhos vinham renovar a piada já gasta do café com leite e da fruta. Foi um truque de marketing comunicacional e, ao sê-lo, forneceu preciosas informações sobre o livro da Carolina e dos seus mentores. Depois disto tudo, resta-me apelar ao bom senso dos relvas mais esclarecidos e que, por vezes, parecem demasiado distraídos. Qure fique claro: Ao contrário do que a imprensa sugere, o facto de um árbitro frequentar a casa de um dirigente, mesmo que tal se comprove, não constitui qualquer crime. Faço esta chamada de atenção porque anda por aí muita gente a confundir alhos com bugalhos. E é sabendo isso que o Valentim Loureiro tem este tipo de discurso. Confesso que, da mesma forma que nunca me interessou a conversa fiada do Sapo, o que gostaria era de viver num país em que um dirigente, fosse ele de que clube fosse, quando interrogado, pudesse publicamente afirmar que almoçou, jantou ou foi a uma casa de putas com alguém conhecido ligado ao mesmo sector de actividade. E depois? Desde que nos desse garantias de que não tinha nada para dar, vender ou trocar, que nos interessa a vida privada dos agentes nos seus tempos livres? Por que é que eu não posso ir beber um copo com alguém sem me deixar corromper? Para esses distraídos recordo que, em certos Estados dos Estados Unidos, já quase não se faz distinção entre convidar uma colega de trabalho para beber um copo e o assédio sexual e/ou a violação. E que há crianças de 6 anos que são expulsa do jardim escola por darem um beijo a uma colega de 5 anos. É isso que me preocupa, e me revolta, quando vejo a confusão de géneros que por aí vai. Quem quiser viver à americana que viva, mas não é nesse país que eu quero viver. É na Europa, num país chamado Portugal, em que eu possa mandar umas bocas, convidar uma amiga para beber um copo, ela, ou eu, sabermos muito bem o que cada um quer, e cada um ir até onde achar que deve ir e mandar os empernadores de pestana profissionais ir jantar com o Castelo Branco.

Re: A democracia para tótós

Não me parece que os tótós venham ler, e os que porventura por aqui "cairem", vão assobiar para o ar e seguir para a próxima edição do 24 Horas ou Record. Isto dava uma bela crónica... e vai-se perder aqui num local onde ninguém vai mais comentar.

Re: Re: A democracia para tótós

Belissima crónica...

Afirmações interessantes do Major...

«é ridículo pensar» que o líder portista se reuniria consigo «por causa dos jogos do Gondomar». E eu acrescento, ainda se fosse pelos do Porto e do Boavista! «Nunca fui a casa deles e a minha casa também nunca vieram», adiciona ainda, realçando que entre eles havia apenas «encontros institucionais nas Antas, no Dragão ou no Bessa nalgum jogo Boavista-Porto, ou em casinos e hotéis onde o FC Porto fez festas e para as quais me convidou» E eu acrescento, além de casinos e hóteis, clubes nocturnos não? Enfim, é de louvar que o Major refute as acusações, porque quem não se sente, não é filho de boa gente!

Re: Afirmações interessantes do Major...

Oh Andebol ele diz... «é mentira que alguma vez, nesta meia dúzia de anos, tivesse almoçado, lanchado ou jantado, em restaurantes ou em hotéis, com a senhora Carolina e com o senhor Pinto da Costa». Percebeste?

Re: Re: Afirmações interessantes do Major...

Mas eu por acaso falei nessa parte das afirmações? Que eu saiba almoçar com ela não seria crime, indelicado seria almoçá-la, visto que quem o andava a fazer era o Pinto da Costa...