Porque perdem os jogadores a cabeça? |
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04 de Março de 2003, às 20:45 |
pois pergunta ainda: "seria necessário apoio psicológico para estes jogadores, para prevenir estas situações?
Recordo o caso de Fernando Couto. Diz, quem o conhece, que é um indivíduo perfeitamente tranquilo e sereno, mas que dentro de campo é verdadeiramente intratável."
16 Comentário(s) | Faça login ou registe-se para comentar
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Enviado por canossa a 05 de Março de 2003, às 15:26.Como é q estas agressões se explicam? Bom, no outro dia falava com 1 amigo e discutíamos se a personalidade de 1 jogador em campo corresponde ao seu ego ou ao seu alter ego. Esta teoria do alter ego justificaria o comportamento dos jogadores q se transcendem em campo - ex: FCouto. Quem o conhece, sabe q ele é calmo, pacífico. No entanto, em campo, é como a gente sabe. Dps há aqueles jogadores cuja postura em campo reflecte o seu background socio-economico e cultural, como seja o caso do Paulinho e do JV Pinto. Acho q foi contigo, pois, q falei das diferenças de personalidade do Quaresma e do Hugo Viana e como este último, ao contrário do 1º, estará talhado para o sucesso a nível europeu. Ie, para mim, o Quaresma até pode 'sacar' 1 contrato com 1 grande clube, mas nc chegará ao msmo nível do Viana. Para o Quaresma, o futebol é gozo, é alegria, portanto preferirá sp 1 boa finta, deixar o lateral contrário de rastos, do q a regularidade exibicional - e será sp o seu 'grande pecado'.
Mais do q falar sobre as explosões dos jogadores, pq essas são sp justificáveis, vou falar sobre essa história do apoio psicológico. Este apoio deve fazer-se é nos escalões de formação e n foi por acaso q no outro dia referi-me ao Ajax elogiosamente. Pq de facto até existem alguns psicólogos em clubes cá em Portugal, mas em nenhum outro país europeu se trabalha a prevenção, o desenvolvimento de competências de relacionamento interpessoal e a educação para a cidadania como na Holanda (a nível de desporto). Nesse aspecto, considero + compensatório o trabalho transversal desde os infantis até aos juniores, procedendo ao acompanhamento individual dos que efectuam transições demasiado rápidas (como os casos de Postiga, Ricardo Costa, Moreira, Ronaldo, Quaresma, etc.). Como se deduz, sou contrária ao acompanhamento de seniores - acho q aí o trabalho deverá ser o de fomentação da coesão grupal e prevenção de conflitos e n tanto o trabalho individual - já q este´já só acontece qd há crise instalada (vide Jardel e Pena)
O futebol é 1 jogo agressivo, toda a emoção q dele resulta, a adrenalina q dele resulta provoca isto msmo - ie, basicamente, se estas explosões n acontecessem, se calhar o futebol n teria tanta piada. Se calhar desportos como o rubgy desmentem o meu raciocínio, no entanto...acho q é isto. O rugby tem 1 background socio-cultural completamente diferente e acho q produz a diferença nas posturas....
por hoje é tudo,
canossa
Alguém tem uns pontinhos para dar aqui?
Enviado por pois a 05 de Março de 2003, às 17:06.Obrigado :)
Ps: Tou a agradecer o comentário..não os pontos..:)
Re:Alguém tem uns pontinhos para dar aqui?
Enviado por canossa a 06 de Março de 2003, às 10:32.bj,
canossa
Essa do apoio psicológico...
Enviado por PLO a 05 de Março de 2003, às 01:37.O caso, em minha opinião, mais flagrante foi o do Paulinho Santos.
Paulinho tem uma natureza agressiva, basta dizer que é caxineiro, e tendo a escola do "mestre" André, foi um jogador que foi incentivado à agressividade excessiva.
Critico aqui de forma veemente a política seguida pelo FC Porto que sempre "branqueou" todas as situações em que ele esteve envolvido, nomeadamente na célebre cotovelada ao João Pinto. Para Pinto da Costa, foi preferível tapar de forma absurda o sol com a peneira do que sugerir um acompanhamento psicológico para o jogador.
Estou também convicto de que uma medida destas seria logo motivo de toda a chacota por parte dos adversários, mas penso de igual forma que o jogador tería beneficiado muito e a pessoa de Paulinho Santos tería beneficiado imenso. O clube acabou por "perder" em termos práticos um atleta que até era titular e que tinha muito mais dificuldade em fazer o seu estilo de jogo devido à fama que ganhava.
O acompanhamento psicológico seria uma excelente medida no tratamento do stress a que os jogadores são sujeitos e uma forma de prevenção de situações que em muitos casos levam à expulsão.
* PLO *
Re:Essa do apoio psicológico...
Enviado por pois a 05 de Março de 2003, às 08:46.E explico:
O Pinto da Costa, deve sempre proteger o seu atleta.
Não porque o deva fazer de forma hipócrita, mas porque mesmo repreendendo-o, deve fazer sentir ao atleta que está na sua casa..e que na sua casa, pode contar com o dono..
Quanto ao acompanhamento psicológico.
Nem sei se Paulinho o teve.
E mesmo que o tivesse, não teria que se saber, já que seria uma medida interna do clube, da qual os dirigentes não tem que prestar contas a ninguém, muito menos jogar "para a fotografia" do jornal tipo "Paulinho anda no psicólogo"...isso sim, influenciaria o rendimento do atleta, prejudicando até o próprio acompanhamento..
Quanto à utilização de psicólogos nas equipas de futebol, utilizados de forma sistemática e generalizada.
Penso que é inevitável.
É uma questão um pouco tabú, por enquanto, sendo que apenas se ouve falar dela em situações "extremas", quando eu penso que alguém especializado nesse assunto, poderia ajudar os atletas a "focar" melhor os jogos, melhorar a sua atitude competitiva, enfim..a melhorar aspectos mentais dos jogadores e ajudar a suprimir falhas sociais esporadicas, ou não..
Penso que isso só não acontece, porque os treinadores se opõem...parecem ter medo de perder o "domínio" e o controle dos jogadores...
Tal como na utilização de especialistas no treino físico (que foi um processo muito lento, demorado e até polémico, por vezes) será tomado como uma coisa imprescindível...não como uma eventualidade...
A ver vamos..
Re:Essa do apoio psicológico...
Enviado por PLO a 05 de Março de 2003, às 18:04.1) Tinha-se sabido! Estas coisas sabem-be sempre...ou quase sempre!
2) Tinha-se notado! Pelo menos alguma evolução no jogador a nível de atitudes e comportamentos o que infelizmente não posso dizer que tenha observado.
Quando recrimino a atitude do FC Porto, refiro-me à forma exagerada (e para mim imcompreensível) como se fez de conta que tudo eram "situações perfeitamente normais" (como diria o outro).
Quanto aos teus últimos dois parágrafos não posso estar mais de acordo.
* PLO *
Olha...é um acto
Enviado por Barao Das Couves a 04 de Março de 2003, às 23:59.Re:Olha...é um acto
Enviado por pois a 05 de Março de 2003, às 08:37.Já reparaste que isso acontece também, ou mais vulgarmente em escalões mais baixos.
E num estudo sobre isso, referiram que os periodos pós guerra, são periodos em que é mais visível o fair play e onde os jogos são menos violentos...dentro e fora do terreno de jogo....
Escape?
Caro pois
Enviado por Paulo Verde a 04 de Março de 2003, às 23:44.Momentos de menor clarividência...todos temos...e no calor do jogo, da disputa, muito mais fácil...
E nãoadianta serem amigos, ou conhecidos, ou irmãos...seja com quem for, se a coisa der para o torto...tunga...e depois veêm as conseuqências...é muito dificil controlar esses impetos, quase selvagens...
Saudações strompistcas...
Re:Caro pois
Enviado por pois a 05 de Março de 2003, às 08:34.Aí penso que pode entrar o indivíduo que pode evitar esse tipo de problema.
O tabu do uso do psicólogo deve ser quebrado.
O próprio Figo, na entrevista antes do jogo com o Borússia, quando lhe indagado sobre o problema entre Amoroso e Lehman, disse que se o seu guarda redes o tentasse agredir, provavelmente “Dava-lhe um estalo.”, remantando em seguida “Penso que são momentos da partida em que se perde um pouco a compostura e os nervos, e pode acontecer. Não é normal, mas são situações do jogo”.
Ao fim ao cabo, é uma análise lúcida e pouco hipócrita, que no entanto não deve servir de exemplo.
A questão do...
Enviado por Paulo Verde a 05 de Março de 2003, às 12:12.Já sobre a resposta do Figo...isso representa o que se passa...por isso nem sei até que ponto o psicólogo consegue ser eficaz...
Repara bem na carga de tensão e de adrenalina que se abate sobre os jogdores em determinados jogos...passas o jogo a levar pau de um tipo qualquer, que nem amarelo leva...ao fim de 6 ou 7 vezes passas-te...que pode o psicologo fazer???
Não sei, penso que é complicado...
Saudações...
Oh Paulo Verde..
Enviado por pois a 05 de Março de 2003, às 15:09.o mafioso também tem uma psicologa, e mata gajos..: )
Caro Carlos
Enviado por Rasputin a 04 de Março de 2003, às 23:11.- a enorme pressao com que convivem diariamente, nomeadamente a nivel de alta competicao. Imprensa, dirigentes, tecnicos e publico exigem sempre mais e melhor. A carga de stress vai-se acumulando (tipo "bola de neve") ate que, em algum momento (que ate pode nao ser de grande intensidade), sai tudo ca para fora e surgem os actos irreflectidos, que usualmente contrastam diametralmente com a pessoa no seu estado normal;
- por outro lado, julgo que sera consensual que a maioria dos jogadores faz aquilo que gosta: pratica futebol, com as inerentes cargas de competitividade e ambicao de vitoria, que tal acarreta. Sera portanto natural, que em alguns momentos se excedam no empenho competitivo e na ansia de vencer(propria do ser humano), gerando situacoes de conflito de que, mais tarde, com a cabeca fria, se arrependem.
Saudacoes Relvaticas
Rasputin
Re:Caro Carlos
Enviado por pois a 05 de Março de 2003, às 08:29.Parece-me que o efeito "competitivo" do futebol, ajuda a libertar essa carga.
Segundo alguns estudos a natureza competitiva humana, (a velha máxima "o homem fez-se para guerrear..para lutar..heheh) é uma realidade.
De notar que não são apenas os intervenientes directos no jogo, que agem dessa forma.
O próprio público, os dirigentes, são muitas vezes levados a actos extremos pouco condizentes com a sua natureza social, ou com a forma como actuam ordinariamente.
O jogador, muitas vezes é treinado para ser competitivo, pouco clarividente, mas bastante intuitivo.
Ainda ontem, no Benfica-FcPorto, se viu o Ricardo Rocha ser expulso num lance em que foi óbvio pelos seus olhos momentos depois "que fui eu fazer..".
Mas os seus instintos de defesa, mandam para o avançado..e ele parou-o..
Quando falei nessa pressão vinda dos treinadores, faço-o com conhecimento de causa.
Deliberadamente os treinadores fabricam pequenas máquinas de combate.
Se por exemplo, num treino e entre colegas de equipa, o treinador achar que os jogadores estão pouco aplicados ou competitivos, e de repente deixar de apitar faltas, os jogadores intuitivamente e com o passar do tempo, vão gradualmente endurecendo as entradas, chegando até a provocar momentos pouco bonitos...
Natureza Humana
Enviado por endhoscopy a 04 de Março de 2003, às 22:14.Lembro, por exemplo, o recente caso de Henry,jogador do Arsenal, quando ele próprio admitiu ter perdido as estribeiras num lance em que atingiu um adversário com um tackle perigosíssimo. Valeu-lhe, na altura, a distração do árbitro que não observou o lance e,principalmente, a acção moderadora dos colegas que o fizeram "regressar ao jogo", segundo as suas próprias palavras.
Julgo que jamais será possível, nem sequer seria desejável, erradicar essa tensão do jogo. E que situações problemáticas existirão sempre. Contudo, acredito que se deve insistir numa noção mais elaborada de fair-play, logo desde os escalões de formação, de forma a limitar os incidentes ao mínimo possível...
Mais, essa acção não se deve limitar somente aos jogadores, mas deve alargar-se a todos os restantes agentes do futebol.
Re:Natureza Humana
Enviado por pois a 05 de Março de 2003, às 08:53.Como já disse um pouco em cima, julgo que ao Barão das Couves, em estudos efectuados, provou-se que nos periodos pós guerra, ou em alturas de conflitos, o futebol torna-se num simbolo e palco de fair play e de bem estar....
Será que o futebol tem a popularidade que tem, não pela sua beleza, mas pela extraordinária competitividade, que leva a um estravazar de emoções, que "faz falta" à condição humana?
Porque analisando bem, e eu apenas dei exemplos de jogadores, no fenómeno futebol, não são apenas estes que "se passam" e tem atitudes pouco condizentes com a sua condição...
Quantas vezes ouvimos falar, do "tal" indivíduo que até é um tipo calmo, mas que quando vai ver um jogo chama tudo aos árbitros e aos adversários, parecendo que lhes batia se pudesse...