é a troca de camisolas no fim... ;)

Antes de mais, muitos parabéns pela crónica e muito obrigado por de vez em quando irem falando de futebol no feminino, espero que se vá batendo na mesma tecla até que um dia se ouça alguma nota... Penso que com o crescente interesse da modalidade no seio da comunidade feminina também surge a curiosidade de experimentar, mas se não houver onde nem como, nem se em tenra idade for aceite pelos país como um desporto válido para meninas, a questão nem se chega a pôr. Lembro-me de nos meus tempos de escola primária, estar disponível um campo de futebol gigantesco para os rapazes e um outro espaço de brincadeiras para as raparigas onde se jogava à macaca e ao elástico. Ou seja, tudo começa nas bases, quando se cataloga o futebol como um desporto apenas ao alcance dos rapazes, tudo fica mais difícil para aquelas que gostariam de experimentar este desporto. Lembro-me também na altura, que só depois de um certo charme e muita persistência, é que tinha o privilégio de participar no jogo, mas à baliza com mais duas amigas e como a bola só lá ía parar de 10 em 10 minutos não era invulgar que alguma conversa paralela fosse interrompida com uma bola vinda do espaço. Assim, é natural que qualquer interesse se perca, logo de raiz. Obviamente que depois quando por iniciativa própria se procura iniciar neste desporto, com 14 ou 15 anos, tudo é mais difícil dependendo da força de vontade de cada uma e das condições de trabalho que lhe são proporcionadas, isto claro se se encontrar algum local onde exista esta possibilidade. Quando estive no Brasil, enquanto fazia uns testes médicos para me inscrever numa academia, perguntaram-me se gostava de futebol e se tinha alguma vez praticado futsal, disse que gostava mas que nunca tinha experimentado, e de imediato, fizeram-me o convite de ir a uns treinos de futsal, tendo desde logo aceite o convite. Fui e levei comigo uma colega alemã que ao contrário de mim, já tinha dado mais do que uns toques numa bola, dizendo inclusive que não é de todo invulgar na Alemanha uma rapariga saber jogar à bola, sendo uma das primeiras opções como desporto escolar, mesmo tendo em conta o clima não muito propício a actividades ao ar livre. Ora de alcunha “Cristiano Ronaldo” e correndo o sério risco de o mesmo me processar por desonra, não faltei praticamente a nenhum treino e ainda marquei uns golinhos… Sem nunca ter feito uma finta na vida (nem julgava possível) fui evoluindo, e se bem conhecem o futsal, não existe melhor por onde se começar no futebol. Foi como um sonho tornado realidade. Claro que transportei algumas bases tácticas de outros desportos que pratiquei em tempos (muito muito muito idos), senão era praticamente impossível, o que me permitiu focar mais na aprendizagem da técnica. É por experiências destas e pelo conhecimento que tenho de inúmeras tentativas de amigo(a)s em criar equipas de futebol feminino que sei que é uma aposta ganha. Uma amiga chama outra, e a determinação e vontade de aprender é tão grande que se forem criadas boas condições e estas forem mantidas conseguem-se bons resultados e a longo-prazo(!). Portanto, penso que tudo passa, em primeiro lugar, por ter direito a praticar esse desporto, em segundo lugar, a motivação, e em terceiro lugar, serem oferecidas condições para que se consigam traçar objectivos (não existe maratona sem meta) de modo a que se atinjam os níveis competitivos que sustentem e dêem visibilidade ao desporto. Cumps.

...pode ser subsidiada. Se o publico demonstra interesse pode ser um grande sucesso e os seus jogadores famosos mundialmente como o futebol masculino. Se o publico não demosntra interesse a modalidade nunca passa do amadorismo. A verdade é que as pessoas não ligam ao futebol feminino. Quantos de nós fica a ver a Eurospot quando dá futebol feminino? Se o publico não adere é obvio que não há dinheiro, se não há dinheiro não há profissionalismo? O que se pode fazer para inverter este ciclo? Penso que pouca coisa. O que não faltam por aí, é modalidades que sonhavam ser profissionais e não conseguem. Agora ouvi falar de Rubgy feminino. Credo! Espero nunca ter de apanhar isto na televisão. Mulheres a praticar Rubgy não é o ideal que tenho sobre o sexo oposto.