Os casinos portugueses: haverá espaço para o ‘casino resort’?O “timing” não poderia ser mais apropriado. |
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21 de Maio de 2018, às 16:36 |
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No Brasil discute-se, atualmente, a possibilidade de liberalizar a atividade dos casinos. Ao contrário do que acontece em Portugal e em grande parte do mundo, é proibido operar um estabelecimento de jogos de azar no “país irmão” desde 1946. Neste âmbito, os legisladores estão a criar a figura do “casino resort”: para abrir um casino, será obrigatório que esteja “acoplado” a um resort turístico de grandes dimensões, com capacidade hoteleira, de restauração e muito mais, capaz de atender centenas ou milhares de pessoas.
Claro que a dimensão do mercado brasileiro é bastante superior à do nosso. Mas será que, dada a evolução e transformação do mercado, os casinos portugueses não deveriam pensar, cada vez mais, em adotar este conceito?
O crescimento do setor
Ninguém tem dúvidas que o setor vive um bom momento. Tal como foi noticiado recentemente pelo DN, as receitas dos casinos portugueses aumentaram 5,7% no primeiro trimestre de 2018 em relação ao período homólogo e espera-se que continuem a subir. Contudo, o artigo não esconde que o turismo é parcialmente responsável por esta subida; além disso, caso se venha a registar algum abrandamento na economia portuguesa, a indústria terá de apontar cada vez mais aos visitantes internacionais.
Novos casinos: o exemplo do casino de Ponta Delgada
O Hotel Casino de Ponta Delgada, inaugurado em março de 2017, é mais uma prova de que ainda havia espaço e mercado para a abertura deste género de estabelecimentos. Em todo o caso, a Região Autónoma dos Açores configurava um caso excecional, uma vez que era a única grande região do país sem qualquer casino, ao contrário da Madeira e do respetivo Casino do Funchal. De certa forma, o casino de Ponta Delgada veio preencher uma lacuna no mercado que parecia quase óbvia.
Haverá espaço para novos casinos em Portugal?
Mais do que a abertura de novos casinos, poderemos perguntar-nos se a indústria será capaz de se transformar. O exemplo já citado do Brasil, onde os promotores da liberalização do jogo pretendem saltar várias etapas e “arrancar” com um conceito atual e contemporâneo, poderia nortear uma metamorfose da indústria nacional. Contudo, é natural que isso compreenda custos maiores, pois é sempre mais difícil remodelar um conceito e uma infraestrutura do que começar de novo.
Contudo, o “timing” não poderia ser mais apropriado. Todas as estatísticas apontam para um crescimento sustentado do turismo nos próximos anos, pois Portugal apresenta um conjunto de condições únicas no mundo e está, claramente, na moda. Tal poderia servir de mote, quer à refundação dos casinos enquanto espaços associados a uma ideia de férias, de turismo, quer ao estabelecimento de novos polos de atração baseados naquelas características de “casino resort” que estão a ser planeadas no Brasil e que podemos ver noutros países.
Em todo o caso, as grandes regiões “turísticas” nacionais – Porto, Lisboa e Algarve – teriam de ser os ancoradouros para este tipo de iniciativa, caso contrário o risco de surgimento de “elefantes brancos” é real.
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