Afinal quem é o melhor do mundo?

... Ronaldinho?

Na minha opinião, Cristiano Ronaldo. Como muito bem disse o Joca Lagarto, é inacreditável a quantidade de membros dessa nova seita anti-C.Ronaldo. Mais curioso é verificar que muitos dos membros da seita que alegam a “arrogância” do rapaz como causa primária para a falta de entusiasmo, são os mesmos que abraçam os sucessos de Mourinho (esse paradigma da humildade) com deleite. Para mim é uma questão de associações indevidas. As mais nefastas associações possíveis. Cristiano Ronaldo é o ídolo das meninas, das crianças…dos gays e da Cinha Jardim. Tivesse nascido com a fronha do Peter Crouch e teria meio caminho andado para o reconhecimento. Como se não bastasse, tem a coragem, essa infame coragem, de desafiar os conceitos do futebol moderno, arrogando-se no direito de reter a bola mais do que três segundos em seu poder e humilhar adversários deixando-os a gatinhar. Em tempos de Garrincha, uma palavra para isto: génio. Hoje: puto imaturo que não sabe jogar para a equipa e objectivamente. Alguém no seu perfeito juízo, homem adulto, quererá associar-se a estas secções de fãs? É portanto, mesmo que inconscientemente, pouco aconselhável admitir-se que ver Cristiano Ronaldo jogar é um prazer. Logo haverá alguém predisposto a desvalorizar quem o afirma, concedendo de si para si mesmo um atestado de superioridade sobre tal pessoa. Isto se não transportar a palavra “prazer” para outras vias mais duvidosas…querem ser olhados com respeito enquanto discutem futebol? Critiquem Cristiano Ronaldo, elogiem Gerrard… Importa perceber como esta mentalidade surgiu. Há alguns anos “inventou-se” uma nova profissão em Inglaterra. Os football-pundits, os especialistas da bola. Antigamente o ídolo era aquele jogador que conseguia tirar o jogo do marasmo e executar algo que aos outros fosse impossível. O futebol é um jogo de processos simples. Se tacticamente pode levar algum tempo a perceber, o valor individual dos executantes é facilmente perceptível. Quase instintivo, quase instantâneo. Alguém pouco conhecedor de futebol, identifica logo, sem influências prévias, os mais dotados para a arte. Eis que chega a máquina mediática ao futebol. Em força. Jogos televisionados. Futebol presente nas nossas vidas a toda a hora. Chamam-se os “especialistas da bola” para comentarem o jogo. No inicio eram fiéis à verdade. Os craques eram esses magos da bola, esses que qualquer miúdo de 7 anos conseguia valorizar, cativado por eles, subjugado por eles. Os que faziam sonhar. Os que tocavam o irrealizável, negando as limitações humanas. Sim, há um pouco de exibição circense neste conceito. Mas afinal, o futebol não é o circo moderno? Circo romano, circo de montecarlo ou circo futebolístico, em comum e como suporte de existência: o espectáculo. Verdade que há perder e ganhar, mas sem esta dimensão de espectáculo valerá mesmo a pena perder tanto tempo a olhá-lo? É aqui que surge a primeira falácia. Numa era de pouco romantismo, pouca pausa e necessidade de produtividade, apela-se à “objectividade”. Ao resultado…do jogo e do fim de cada jogada quando analisando um jogador enquanto individualidade. E os donos da verdade, assumiram um facto: um jogador que enfeite, é necessariamente um jogador pouco objectivo. Mesmo que marque muitos golos, que seja rei das assistências, que leve toda a equipa para a frente, que provoque pavor nos adversários obrigando-os a alterações tácticas apenas para o parar…não adianta. Enfeita? È pouco objectivo. Esse mesmo jogador de tanto levar nas orelhas, decide-se pois um dia, ou porque esteja farto ou porque perdeu a alegria, a não enfeitar mais. Passa a marcar menos golos, menos assistências, menos espaços criados para os companheiros, mas já não enfeita? Então está maduro e objectivo. Marca o mesmo numero de golos, etc, etc que antes? Está maduro e objectivo e um senhor jogador, muito muito melhor que antes. Respeita-se. Não como o mágico que faz sonhar, mas como o trabalhador responsável e competente da sua profissão. No fundo, é a transposição para o futebol dos valores modernos em contraposição aos valores de outras eras. Prefere-se o cientista obcecado por tudo o que diz respeito à sua área mas não conseguindo localizar o próprio país no mapa, ao génio universal que divaga, que se dispersa, que se embebeda e é escandaloso, criativo e diletante. No fundo ainda humano. Hoje reina a máquina. Esquecem que a perfeição é inatingível. Mas iludem-se com a sensação de controlo, como meio para a atingir. A ausência de erros é apenas aparente. A escolha de trilhos conhecidos nem sempre é a melhor opção. Mas aqui surge a questão: mas porque enfeitam alguns jogadores? Produzirão mais assim? Penso que há que encontrar um equilíbrio. Muitas vezes, esses “enfeites” não são mais que demonstrações de superioridade, componente psicológica em jogo. Outras é para auto-recriação. E a verdade é que os verdadeiros génios do futebol para criar, necessitam de se sentir bem. Felizes, soltos, divertir-se em campo. Nem sempre esses enfeites levam a alguma coisa, muitas vezes não, mas se um jogador habilidoso renunciar a eles, sem os expressar em campo, inevitavelmente, a sua produção decairá pela ausência de prazer em campo. Figo passou por esta fase na minha opinião, nos primeiros anos de Real Madrid. Como se a alegria se tivesse eclipsado, por saturação. Produziu menos, apesar de muito ainda, quando deixou de “bailar”, recuperando-a já no ocaso da sua grande carreira. Ronaldinho Gaúcho passa por esta fase agora. Está muito menos de números circenses este ano(depois dos transtornos psicológicos do Mundial) e para incompreensão de alguns, baixou ligeiramente a produção(não contem os penaltys). Concluindo, é esta lógica implacável das pessoas, de associar tudo ao imediato que leva a estes erros de julgamento. O resultado, a produtividade, pode advir de um conjunto de factores que analisados apressadamente, parecem desprezáveis. Retomando. Após esses primeiros anos de sinceridade dos especialistas-da-bola, o povão começa a contestar os lugares. Não será difícil imaginar o que passaria pela cabeça de alguns: Mas porque raio o Alfred está ali a ganhar dinheirinho, a dizer que o George Best é excelente, porque dribla 2 e 3 adversários se qualquer trolha poderá dizer exactamente o mesmo? Depois os treinadores. O “povão” começava a ficar cada vez mais conhecedor das nuances tácticas, capaz de formular alternativas às decisões dos comandantes das suas equipas. Como assegurar a validade dos lugares das elites do futebol? Nada melhor que procurar novos caminhos, novas interpretações, distinção da massa ignara. Definir um grande jogador passa a ter muitas variáveis. Odes aos Gerrards e Lampards e Beckhams e Drogbas do mundo moderno. Atenção! Não pretendo desvalorizar este género de jogadores. São importantes. Têm qualidades especificas que devem ser elogiadas. Mas uma coisa é certa: são mais facilmente substituíveis que os Ronaldinhos Gaúchos, Cristianos Ronaldos deste mundo. Pretender o contrário é pura tentativa de colagem a opiniões mais consensuais entre os especialistas da bola, conscientemente ou não. Podem alegar que no fundo, acabam por ser estes craques a vencer os prémios individuais e a recolher maior elogios. E eu contraponho: era o que mais FALTAVA que assim não fosse, porque mais tarde ou mais cedo, o talento vence e é de tal modo inegável que soaria a ridículo a tentativa de negação(embora ao mínimo desaire apareçam as brigadas)!! Mas o caminho a percorrer, é muito mais doloroso para estes jogadores que são muito mas muito mais criticados que os anteriores. E os níveis de exigência são muitas vezes injustos para com eles porque lá no fundo as expectativas são outras e todos sabem que craques, craques, são eles. O que muitos não captam é que isto é um fenómeno ciclico, interminável. Em breve, o povão aclamará o jogador objectivo e simplista como o verdadeiro senhor da bola(são cada vez mais) e a elite futebolistica depressa se desfará em elogios aos habilidosos e quem pensar o contrário, não entenderá a "essência" do futebol. E novamente a massa...bem o resto, dá para adivinhar. É um pouco como a roupa. O Gerrard é a dos anos 80, com almofadas nos ombros. E a questão central do tópico. Kaka ou Cristiano Ronaldo? Para mim Kaka é um pouco a fusão dos 2 estilos que aqui tentei distinguir. Uma máquina de produtividade, com centelha de génio. Mas com preponderância da máquina. Falta-lhe a coragem, falta-lhe a loucura de desafiar o impossível para o ter em tão boa conta como a Ronaldo. E digo isto, não porque ele seja português, mas porque reúne aquilo que eu mais admiro num jogador de futebol. Ainda com pontos por evoluir, mas com o fundamental para atingir o nível maior entre todos. Há duas semanas atrás, em todo o Mundo C.Ronaldo, consensualmente melhor do Mundo. Depois de 2 jogos, tudo muda. Não pode, nem deve ser assim. Primeiro, porque Ronaldo está visivelmente desgastado fisicamente e psicologicamente(inclusive a debelar uma pequena lesão, impeditiva de iniciar o jogo com o Everton). As exigências competitivas foram muito maiores para ele que para Kaka. Se repararem, começa a ser vulgar equipas que já desistiram dos seus campeonatos nacionais há muito, chegarem à final da máxima competição de clubes. Coincidência? Não me parece. Só para entender estas conclusões. Se Kaka provou ser melhor que Ronaldo nestes jogos, então Reina provou ser o melhor guarda redes do Mundo em relação a Petr Cech? E Eusébio provou ser melhor que Pele em 66? Gullit melhor que Maradona em todos os massacres do Milan ao Napoli? Dá a sensação que muitos anti, apenas viram estes jogos de Ronaldo este ano. Ainda tanto por dizer sobre este duelo em particular…mas isto já vai longo demais.

...é o kaká.

Bergkamp..:) pois..esse ja n joga..:)

nao so o que ja ganhou o kaka que sao muitos mais titulos colectivos e individuais que o ronaldo como tambem em campo o kaka tem provado que é melhor que cristiano ronaldo. http://en.wikipedia.org/wiki/Kak%C3%A1 http://en.wikipedia.org/wiki/UEFA_Team_of_the_Year#Team_of_the_Year_2006