Deschamps: "Tentamos limitar Ronaldo e os outros têm mais liberdade"

O jogo do próximo sábado entre França e Portugal é mais uma edição de um "clássico" do futebol mundial. As palavras são de Didier Deschamps, que nesta segunda-feira deixou a sua antevisão ao encontro particular entre as duas seleções.

"É um dos jogos de cartaz com mais prestígio da nossa história. Tem sido um duelo repetido, quer em amigáveis, quer em competições oficiais. Continuam a ser nações fortes no plano europeu e mundial. Continua a ser um jogo de cartaz. Como os duelos com Itália, Inglaterra, Espanha...", considerou o treinador.

No meio das suas recordações de outras partidas entre estas seleções, Deschamps lembrou a meia-final do Europeu 1984, que foi uma "emoção forte" para o na altura telespectador, e o Europeu 2000, na mesma fase.

Europeu 2000 - Neste último caso (2-1) Deschamps era o capitão da seleção francesa e por isso tem mais memórias: "Lembro-me dos protestos dos portugueses, durante alguns segundos, mas passou pouco tempo entre o momento em que o árbitro apitou e a grande penalidade (Zidane). Eles protestaram junto do árbitro auxiliar mas o árbitro não cedeu. De onde eu estava, não vi a falta. Depois, na televisão, ficou claro que o Abel Xavier tocou com a mão na bola, mesmo que ele tenha declarado que não tocou, como sempre".

Ronaldo e os outros - Voltando ao presente, o maior perigo do lado português chama-se Cristiano Ronaldo. É preciso pará-lo, avisou o selecionador, mesmo que isso liberte outros portugueses: "É muito difícil travá-lo, ele tem sido muito consistente no seu clube. Teremos uma atenção especial em relação a ele porque ele consegue fazer a diferença no um para um. Inevitavelmente vamos tentar limitar a sua influência na equipa. Vai ser algo importante. Mas inevitavelmente isso deixa um pouco mais de liberdade para os jogadores que estão ao redor".

Fazendo uma comparação sobre os colegas de equipa no Real Madrid, Ronaldo e Karim Benzema, adversários no próximo sábado, Deschamps sublinhou que são jogadores com características distintas e, enquanto o português se envolve mais em ações individuais, o francês participa mais na construção de jogo. "Cristiano é rápido, Karim é talvez mais lento, mas participa mais no jogo", acrescentou.

Wenger pouco calmo frente a Mourinho - Um jornalista quis saber a opinião do treinador da seleção francesa sobre o desentendimento entre José Mourinho e Arsène Wenger, no Chelsea-Arsenal deste domingo: "Todos somos seres humanos, há momentos em que estas reações podem surgir. Tentamos controlar a impulsividade mas até a mim pode acontecer. Não estou aqui para julgar. Arsène é calmo, controla as suas emoções, mas aquele contexto deve ter originado aquela reação".