A conspiração do relógio!

Parece que as leis do desporto em Portugal agora não estão dentro do "espírito da lei". Vários clubes, nos quais se inclui o famoso FC Porto, se deixaram apanhar numa distração que, legalmente fatal, poderá dar muito que falar. Envolve equipas A e B e jogadores que rodam entre elas.

Resumindo a questão, 72 horas, ou se quiserem 4320 minutos, terão que decorrer entre o momento em que um jogador da B possa atuar na equipa A, ou vice-versa, depois de ter realizado uma partida. Ora aqui podemos sempre optar por duas opções: ou alargamos o prazo estabelecido e acordado pela lei e com a anuimento de todos os clubes; ou acrescentamos alguma alínea que possa suavizar a mesma em certas e determinadas circunstâncias.

Porque afinal, o que são quinze minutos? Tempo suficiente para fazer algo de valoroso, menos próprio ou até transcendental, como criar uma vida? Parece que não.

Por esta linha de raciocínio, qualquer infração, burocrática ou não, teria de ser delimitada ao segundo ou ao minuto. Se as leis existem, se foram criadas com delimitações especificas, serão para ser cumpridas. Sejam para FC Porto, Sp. Braga B, Marítimo ou Sporting B.

A partir daqui só nos restam mais duas opções para analisar o caso: ou foi algum dos clubes ainda restantes na Taça da Liga (que parece ter tão pouca importância, especialmente para quem ainda nunca a venceu, chegando a raiar o absurdo de se valorizar mais a Supertaça num jogo de início de época do que uma competição de vários jogos) que conspirou e elaborou uma trama Hitchcokiana; ou então existiu incompetência de quem lidera estes clubes nesta área.

E aqui, mais uma vez a duplicidade de opções: num caso como o do FC Porto, ou se admite que existiu erro, coisa pouco vulgar ou talvez disfarçada por aqueles lados, e se castiga quem de direito; ou se dispara em todas as direções, se assobia para o lado e se admite cabala, ou se desvaloriza a importância do troféu.

Repito: se as leis existem, são para ser cumpridas. Se há quem as ignore ou pretenda transformá-las em algo banal e facilmente ultrapassável, isso já será outra questão.