Veiga constituído arguido nega desvio de dinheiro

José Veiga foi constituído arguido por alegada burla qualificada e suspeita de infidelidade de negócio no âmbito das investigações em torno da transferência de João Vieira Pinto do Benfica para o Sporting em 2000. O ex-director geral do Benfica foi libertado sob a medida de coacção de termo de identidade e residência depois de ter sido detido pela Polícia Judiciária (PJ) e de ter sido ouvido no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa. Em declarações divulgadas pela Rádio TSF Veiga nega ter desviado qualquer verba no âmbito da dita transferência, frisando que acompanhou o caso «não como empresário», mas como
«amigo» de João Pinto. «Se o Sporting transferiu alguma verba para alguma empresa vai ter de dizer para qual foi, porque para a minha não foi de certeza», afiança o antigo empresário de futebolistas.



Na base das suspeitas está uma investigação iniciada pela PJ em 2002 com Veiga a ser acusado de ter desviado para uma
conta off-shore nas Ilhas britânicas uma quantia da ordem dos 3,5 milhões de euros, e não dos 5 milhões anunciados inicialmente, ao que apurou o jornal Público. O diário refere que os tais 3,5 milhões eram «parte dos dez milhões de euros envolvidos no acordo entre o empresário e o Sporting para a transferência de João Pinto», sublinhando o mesmo jornal que os crimes que são imputados a Veiga «prejudicaram o Sporting» e que «ainda não foi apurado se o jogador João Pinto também foi vítima neste processo». Oficialmente a contratação do atleta que agora está vinculado ao Sporting de Braga foi anunciada a custo zero pelo clube de Alvalade, mas aparentemente houve dinheiro envolvido no processo. Veiga é que assegura que não teve interesses financeiros no caso, sublinhando que acompanhou a transferência como «amigo» de João Pinto e da sua família. Após ter sido ouvido no TIC, o ex-dirigente da Luz saiu acompanhado pelo advogado e sob termo de identidade e residência frisando que prestou declarações «durante 35 minutos» e desmentindo «completamente» qualquer apropriação indevida de dinheiro. «Se o Sporting transferiu alguma verba para alguma empresa vai ter de dizer para qual foi, porque para a minha não foi de certeza», afiança Veiga. «Quem tem de explicar para onde foi essa verba não sou eu concerteza, mas as pessoas que transferiram essas verbas», acrescenta. Na altura da contratação de João Pinto por parte do Sporting, após desvinculação do jogador do Benfica nos tempos de Vale e Azevedo como presidente, o homem forte do futebol de Alvalade era Luís Duque.
De notar que Veiga revela que se dispôs a levantar o sigilo bancário a todas as suas contas para que estas possam ser investigadas de modo a provar a sua alegada inocência.