Roberto: um guarda-redes de excepção!

Tenho acompanhado de perto a carreira de Roberto Gimenéz Gago, desde o Atlético de Madrid, e com as suas passagens pelo Recreativo, Tarragona e Saragoça, aliás importantíssimas no seu processo de crescimento e de aprendizagem do díficil e específico posto de guarda-redes.

Confesso-me admirador deste profissional desde há vários anos a esta parte, um atleta com uma configuração morfológica de eleição para a ocupação do posto de guarda-redes, mas que também serviria para a posição de poste no basquetebol. É um atleta que denota grande serenidade na baliza, nomeadamente a sair de entre os postes, saindo suavemente e só depois de confirmar que o pode fazer em segurança. Entre os postes é claramente o local onde se sente mais à-vontade e de onde não gosta de sair, fazendo uso da sua morfologia felina e capacidade atlética para efectuar aquele ágil saltitar que o impulsiona para impressionantes voos rasantes ao relvado, enquanto as suas possantes mãos tentam agarrar desesperadamente o esférico, como garras de felino.

Não consigo compreender o porquê de tantas críticas a Roberto ainda no início da época. Em minha opinião deveria ser dada a oportunidade de jogar uma época inteira a titular e só no fim se faria uma avaliação ao seu desempenho.

Os adeptos portugueses são muito impacientes e ávidos de resultados imediatos mas o futebol não se compadece com imediatismos, é preciso deixar os jogadores adaptarem-se. Repare-se que na época passada, os adeptos sportinguistas também se insurgiram contra Filipe Caicedo e que depois ele calou muitas bocas. Não concordam comigo que ainda é cedo para avaliar Roberto e que este deveria continuar a ser titular do Benfica?