Portugal, um país pequeno para o Benfica!

Tanto ódio. :)

Ja agora e como lembrei logo disso quando li este artigo, recupero aqui neste cantinho, um texto meu, da personagem Antunes, o socio benfiquista numero 120333421343245,historiador...uma brincadeira que durou um tempo, com mais dois amigos meus(1 benfiquista e 1 sportinguista), em que cada um ficou com a tarefa de defender 1 clube(que nao o verdadeiro) numa humilde publicaçao universitaria. Isto levou uns cortes, mas vai quase na integra aqui, para quem nao tenha mais nada que fazer: "... Vocês já olharam à vossa volta? Vocês já repararam que tudo está relacionado com o Glorioso? Escrevo pouco depois de se saber que o Benfica é o MAIOR clube do Mundo! O Guiness teve a honra de receber o Benfica entre os seus recordistas. Isto fez-me passar os últimos dias no desenvolvimento de uma teoria. Como explicar tamanha força, tamanha superioridade? Pesquisei, perscrutei, consultei e descobri factos muito interessantes. Junto antes outro dado tornado publico, à exposição: segundo estudo recente publicado na imprensa, há 14 milhões de adeptos encarnados(e o estudo era tão preciso que até referia não só onde, mas quantos em cada local percorrendo todo o Planeta. Exemplo: os 116790 fãs na Indochina!!) Apesar de minucioso, revelo aqui que o estudo tem erros. Soube recentemente, por investigação apurada que o número relativamente à Indochina está errado por defeito! São tão fanáticos que até uma claque por lá fundaram, os Khmers Vermelhos (que são uma espécie de No Name Boys um pouquinho menos violentos) O Benfica é ainda MAIOR do que pensam! Querem saber como há tanto benfiquista disperso pelo Mundo, em paragens tão remotas como a Indochina e o Alentejo? Incrível como alguns historiadores se perdem em minudências desprezáveis e não vão ao que realmente interessa: o Benfica. Na verdade, o benfiquismo não é condição recente. Há toda uma era de benfiquismo pré-futebol. Infelizmente o mesmo sucede com os nossos rivais verdes e azuis. Os clubes só vieram materializar definitivamente, esse sentimento de cisão entre facções ainda não concretas. Todos nós aprendemos na escola que antigamente existiam as classes sociais: Nobreza, Clero, Povo bla bla bla. No entanto, não era incomum assistir a padres numa generosa proximidade de suas paroquianas plebeias, ou nobres a partilhar com nobreza a sua espada com o pescoço de um camponês. Passava-se por cima dessa história de classes. Havia pontos de contacto, havia amizades e interesses comuns. O que realmente estilhaçava qualquer hipótese de convivência era já a pertença a um dos 3 grupos: proto-benfiquistas(os vermelhos), proto-portistas(os azuis) ou proto-sportinguistas(os verdes). Digo-vos eu. Uma filha nobre podia chegar a casa e contar ao pai que estava grávida do Augusto carregador de estrume, recebendo apenas um doce bilhete para o Convento e uns anos depois o conciliador abraço paterno, mas uma filha nobre benfiquista que chegasse a casa e contasse ao pai que estava grávida de um príncipe portista(badalhoco certamente), era imediatamente forçada a casar com ele e proscrita para sempre da grande família do Glorioso. Agora vejam a severidade do segundo castigo e comparem! A nossa superioridade em número (porque a restante já era visível) começou a formar-se na época mais importante da nossa História: os Descobrimentos. Os nossos gloriosos marinheiros benfiquistas levaram a cabo a primeira e a mais gigantesca operação de marketing à escala mundial de todos os tempos. Como? Genial. Envergonhe-se Senhor MacDonald! Uma caravela aproximava-se de terra. Como os indígenas lá ao fundo não pareciam amistosos, os gentis benfiquistas deixavam umas dezenas de rivais verdes e azuis ir a terra primeiro, pelejar um pouco (contra uns milhares de homenzinhos quase desarmados, quase inofensivos), podendo assim eles, sedentos de afirmação, gabar-se de façanhas e provarem a sua coragem(um benfiquista não precisava provar nada). Quando já só restavam selvagens submissos, o benfiquista pisava terra e aferrava-se a eles com mais persistência que uma testemunha de Jeová: queres negociar amigo, queres negociar amigo? E levados por tamanha arte de persuasão ou para não terem de os ouvir mais, lá se decidiam (numa transacção justa digna de antepassados de Veiga) a trocar ouro e diamantes por…isso mesmo…barretes vermelhos! Genial! Mas o benfiquista é de índole generosa e pensava: “caramba, coitados. Tanto ouro e tanto diamante. O selvagem merece algo mais”. Aproximava-se novamente: “rapaz amigo ó rapaz amigo, não fujas, quero-te dar isto” O selvagem pegava e provava um copo de tinto e pegava e provava uma sandes de coirato. Para finalizar, generosidade infinita, era-lhe ofertado um espelhinho. O selvagem com o seu barretinho vermelho já enfiado, sandes de coirato numa mão e tinto na outra, olhava pela primeira vez o seu reflexo. E pronto, finalizava assim o ritual de iniciação, com a imagem sacra de um novo convertido, a imagem típica de um verdadeiro benfiquista, contemplando-se! A hipnose perante ela era tal que os olhos podiam não descolar dali durante dias. Natural. Pesava sobre eles o efeito narcisista do benfiquista. Paixão para sempre. Era assim portanto a imagem de um glorioso fã do século XV: barrete vermelho, um coirato na boca e um tinto na mão. Mas a Humanidade evolui e o benfiquista também por isso hoje, põe na boca dois coiratos. Espalhar a fé. Objectivo conhecido dessa grande era, foi de facto cumprido. Um dia, descendentes dos convertidos um pouco por todo o Mundo, viriam à Catedral. Mas o grande boom benfiquista deu-se nos séculos seguintes, com o aparecimento dos jesuítas. Estes eram um grupo de missionários benfiquistas que conseguiram disseminar a fé nos locais mais improváveis. Muitos foram mártires da causa, espezinhados, torturados mas sempre confortados na agonia pelo pensamento no Glorioso. Os Jesuítas eram um grupo mais ou menos equiparado ao que hoje são os jornalistas do jornal A BOLA, mas um pouquinho menos fanáticos…