Benfica: grupo de sócios acusa direção de "ameaças e pressões"

São um grupo de sócios do Benfica, que reclamam absoluta independência e anonimato, para criticarem a direção de Luís Filipe Vieira, que acusam de assumir "medidas de coação e de pressão inadmissíveis". Em conversa com o Relvado, estes elementos acusam mesmo o vice-presidente da Luz, Rui Gomes da Silva, de ter visitado um sócio do clube, autor de um blogue crítico, no seu local de trabalho.

Ameaças e pressões - "Após a Assembleia Geral [AG], alguns sócios queixaram-se de ter recebido bilhetes em casa ou chamadas com ameaças e pressões", relata um elemento do Grupo ao Relvado, referindo ainda o "grave caso em que Rui Gomes da Silva se deslocou ao local de trabalho de um sócio (autor do blogue "Ontem vi-te no Estádio da Luz"), tendo perguntado por ele aos colegas e chefes".

O caso Moniz - "Outra das formas famosas de eliminação de oposição é o corrompimento com a oferta de cargos na estrutura ou em empresas associadas", relata o mesmo adepto, citando, designadamente, o caso de José Eduardo Moniz. O ex-diretor geral da TVI, e atual vice-presidente da empresa de média Ongoing, esteve prestes a candidatar-se contra Luís Filipe Vieira, em 2009, mas recuou. O Grupo lembra que o presidente da Luz o acusou de ser "mau sócio, por ter estado 31 anos sem pagar cotas", e lamenta que agora, "num incrível volte-face", o convida para a direção do Benfica. Moniz tem sido apontado como eventual substituto de Rui Gomes da Silva, na estrutura do Benfica. "É caso para perguntar ao presidente se quer "maus sócios" na direção do clube", perguntam os elementos do 'Por Ti Benfica'.

Percentagens "aldrabadas para parecer mais renhido" - Este grupo de sócios assume "uma quota parte de responsabilidade" no chumbo das contas do Benfica na última AG, considerando que teve um papel importante na revitalização do ativismo que se verificou, pela sua intervenção, fundamentalmente nas redes sociais, no sentido de despertar os sócios do "adormecimento" que têm manifestado nos últimos anos. Mas realçam que o chumbo não deve ser atribuído "apenas a "certos grupos organizados", mas a todos os sócios", frisando que "quem esteve presente na AG viu, não apenas membros das claques, como alguns querem fazer crer, mas também sócios da central, do camarote, do piso 3, enfim de todos os quadrantes, a chumbarem o Relatório e Contas".

Sobre a AG, criticam a postura dos dirigentes e falam em percentagens da votação "aldrabadas para parecer mais renhido". "Os resultados da votação foram claros: 4000 a favor, 6988 contra e 387 abstenções, que dá um total de 11375 votos. Comparando 4000 com um universo de 11375 nota-se que este valor nunca poderá ser o anunciado de 40,2%", argumenta os sócios do Grupo. "Os valores corretos em percentagem seriam 61,4% contra, 35,2% a favor e 3,4% de abstenções", reclamam ainda.

"Mentiras propagandistas" - De resto, lamentam que alguns membros da direção iniciaram os seus discursos, na AG, "com um sempre arrogante 'pouco barulho'" e criticam a postura de Vieira, "sempre com a mão na cara, como se a estivesse a esconder, ou a mexer no telemóvel constantemente, faltando ao respeito às pessoas que se encontravam a discursar". Por isso, desculpam os incidentes verificados, designadamente o rebentamento de um petardo, considerando que as circunstâncias motivaram a que os adeptos manifestassem o seu "descontentamento de uma forma menos própria" perante "a frustração dos sócios ao ouvirem mais um leque de mentiras propagandistas".

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