Chelsea rouba a (liga) Europa ao Benfica

Foi o regresso do Benfica a uma final europeia - e foi mais uma derrota. A equipa portuguesa perdeu com o Chelsea em Amesterdão, na final da Liga Europa, por 2-1.

Logo nos instantes iniciais se viu quem seria a equipa mais perigosa ao longo da primeira parte, quando um cabeceamento de Cardozo por cima assinalava a superioridade do Benfica, que apareceu no relvado para atacar mais e mais cedo. O Chelsea tentou acalmar o ritmo, mas deixou espaço para Melgarejo e Salvio tentarem o golo já dentro da área contrária; nenhum deles arriscou, preferindo um passe para o meio. Ainda no primeiro quarto de hora, num livre estudado, um remate no vazio e algumas escorregadelas (que se foram repetindo) atrapalharam o ataque da Luz.

Uma sequência de lances que acalmou a partir dos 15 minutos. O jogo ficou morno, muito disputado a meio campo, sem grandes motivos de interesse ou momentos de maior velocidade e imaginação. O primeiro remate dos ingleses surgiu já depois dos 25 minutos, com Óscar a atirar de longe à figura de Artur; na jogada seguinte houve novamente espaço, desta vez para Gaitán, que também hesitou perto da baliza e optou pelo cruzamento. O mesmo Gaitán que rematou por cima, ao surgir à entrada da área.

Foi a última tentativa "encarnada" antes do intervalo e era altura de o ainda campeão europeu aparecer no ataque: Lampard protagonizou aos 37' o remate mais perigoso do primeiro tempo; grande defesa de Artur. No geral, o Benfica foi a turma que recuperou mais rapidamente a bola no meio campo, que pressionou mais, que teve uma circulação de bola mais conseguida e procurou mais a baliza contrária, tendo várias situações perigosas, todas elas dentro da área - mas aparentemente faltava coragem (ou confiança) para assustar Čech. Ao intervalo: 0-0.

Equilíbrio e... os descontos - Tal como na primeira parte, o arranque do segundo tempo viu um Benfica melhor que o adversário. Gaitán rematou ao lado, Rodrigo deixou-se antecipar e Cardozo marcou mesmo, mas estava em posição irregular. No entanto, os ingleses responderam mais cedo. Eram mais rápidos a trocar a bola, apareciam com mais homens na frente e eram mais práticos. E foi a ser veloz e prático que o Chelsea chegou ao golo aos 59 minutos: com apenas dois toques, a bola chegou a Torres, o espanhol deixou Luisão e Artur para trás e inaugurou o marcador.

O conjunto luso parecia ser incapaz de responder de imediato e tremeu um pouco nos instantes seguintes. Quem não tremeu foi Cardozo, que oito minutos depois não desperdiçou uma grande penalidade (mão de Azpilicueta) para igualar o resultado, que com 1-1 se adequava mais ao que se via no relvado holandês.

Com o empate, o ritmo da partida voltou a acalmar durante alguns minutos, até que Cardozo despertou um ambiente, numa tentativa de longe que proporcionou a Čech a melhor defesa da noite; e na jogada seguinte o paraguaio teve oportunidade para encostar ao segundo poste, mas o toque saiu muito defeituoso. O que não saiu defeituoso, já perto do final, foi a "bomba" de Lampard que embateu na barra.

Jogo um pouco mais aberto na reta final, mas ninguém marcava até aos 90 minutos. No entanto, não convém esquecer os descontos. Num pontapé de canto, Ivanović foi o melhor nas alturas, fez o 2-1 e, tal como no Estádio do Dragão, o Benfica perdeu um jogo decisivo no período de compensação. O equilíbrio reinou, mas quem é mais eficaz... ganha.

O Chelsea, um ano depois de conquistar a Liga dos Campeões, conquistou a Liga Europa. E, tal como no ano passado, está longe de convencer os adeptos que é uma grande equipa europeia.

Equipas

Benfica:

Artur
André Almeida, Luisão, Garay (Jardel), Melgarejo (Ola John)
Matić, Enzo Pérez, Salvio, Gaitán
Rodrigo (Lima), Cardozo

Chelsea:

Čech
Azpilicueta, Ivanović, Cahill, Cole
David Luiz, Lampard, Ramires, Óscar, Mata
Torres

Marcadores: Torres (59'), Cardozo (67'), Ivanović (92')