A Comissão Disciplinar (CD) da Liga de Clubes analisa na reunião de terça-feira a invasão de campo protagonizada por um adepto do Benfica durante o clássico com o FC Porto. O homem, alegadamente natural de Vila Nova de Gaia, entrou em pleno relvado e apertou o pescoço ao árbitro-assistente José Ramalho. A CD deverá classificar a infracção como leve, ficando-se pela aplicação de uma multa.




O facto de a partida na Luz ter prosseguido sem qualquer paragem, independentemente da entrada no relvado do adepto benfiquista, servirá como atenuante. O caso deverá ser enquadrado no Artigo 148.º do Regulamento Disciplinar (RD) que respeita às «infracções disciplinares leves» e que determina uma multa de 1250 a 2500 euros.

Para haver azo à interdição do Estádio da Luz de um a três jogos e uma multa mais avultada de dez a 20 mil euros teria que verificar-se
uma agressão com «lesão de especial gravidade», conforme se aponta no Artigo 146º.


O RD esclarece que uma lesão de «especial gravidade» é aquela que prive a vítima de «importante órgão ou membro», que a desfigure «grave e permanentemente», que lhe afecte decisivamente «a capacidade de trabalho, as capacidades intelectuais ou de
procriação», que lhe provoque «doença particularmente dolorosa ou permanente, ou anomalia psíquica grave ou incurável» ou que motive «perigo para a vida».

O caso em apreço não teve contornos de tamanha relevância, pelo que a situação deverá valer a mera multa aos encarnados. De qualquer forma será fundamental para a avaliação da infracção o relatório de jogo do árbitro Jorge Sousa.

Individualmente, o adepto vai responder em Tribunal e, ao abrigo da Lei 16/2004 que visa combater a violência no desporto, o homem poderá ser proibido de assistir a jogos no Estádio.