Vieira: Benfica é sério candidato a ganhar tudo

quando decides abrir a boca.

E vir falar do dérbi passada uma semana, é boa táctica, sim senhor. Domingo, Segunda, Terça e Quarta esteve muito ocupado..

Muitos poderão achar que as frases são as habituais, o discurso é o de circunstância e que a parte referente ao fc porto é de mau gosto.

Para mim estas declarações são importantes. Tenho pouca convivência directa com direcções de clubes de futebol, e a pouca que tenho refere-se a um clube de pequenas dimensões como é o Benfica de Castelo Branco.

Tendo tido familiares na direcção do clube, sendo estes igualmente apaixonados por futebol, foram-me transmitindo algo do interior do mesmo, enqunto lá estiveram.

Unânimidade no ponto sobre a união que deve existir entre o balneário (jogadores e equipa técnica) e os orgãos sociais, desde o tesoureiro ao presidente.

A ideia de união entre todos os constituintes do clube, reflete-se sempre na auto-estima e no empenho dos atletas em campo.

Este apoio de Luís Filipe Vieira às suas tropas não só se impunha, direi mesmo, era imperativo.

Todos podemos pensar que o jogo com scp foi um acidente de percurso, que vinte e um pontos em vinte e quatro é bom, que facilmente se dará a volta por cima à situação, só que os atletas, necessitam de ouvir isso do seu chefe máximo , correndo o risco de em caso contrário, se instalar a desmoralização ou o deixa andar.

Espero que as palavras de LF Vieira não caíam em saco roto, que o SLB comece já a recuperação frente ao Leiria e também que as relações com o fcp se regularizem.

Não pretendo nenhuma aliança, até porque já se viu quem beneficia sempre com as mesmas, mas era uma atitude de saudar por parte desta direcção do SL Benfica.

                                                                                                                      JPS

Somos um clube com ojectivos definidos e não um clubezeco que está nas nuvéns por ter vencido o seu campeonato

Eu sou benfiquista, mas acho que o Vieira exagera quando diz que vai ganhar tudo, a Liga e a Taça tudo bem, é um sério candidato e espero que as ganhe com méritro, mas a Liga dos Campeões vai ser muito difícil principalmente com as invençõe do treinador que podemos chamar-lhe Enstein! Não acho que o Koeman tenha capacidade para dirigir um clube como o SLB.

Este ano é tudo do SLB... Liga, Taça, Champions...

Chelsea, Barcelona?
Nããã... o SLB até vai ganhar a Liga Espanhola e a Premier League! :D

SLB!!! lol

Mais uma vez o bom povo português teve a honra e o privilégio de lhe ver ser ministrada na sua casa, à hora do jantar, um pouco daquela sabedoria que nenhum livro ensina mas que só a vida e a inteligência superior de alguns seres predestinados permite fazer irromper neste deserto de ideias em que se tornou este mundo cada vez mais inseguro. São seres desta grandeza que continuamente nos fazem recordar o quão pequenos somos quando comparados a estas iluminárias do pensamento contemporâneo. Refiro-me obviamente à peroração televisiva do Ex.mo Senhor Luis Filipe Vieira (diante de quem humildemente me curvo), lidérrimo e ilustre presidente do não menos ilustre clube cujo nome não me atrevo a pronunciar por recato ou, porque não dizê-lo, por simples pudor.

Perante a riqueza e profundidade de tudo o que aí foi dito, e que a nossa jardineira tão bem soube sintetizar, cumpre-nos apenas curvar-nos reverentemente de espanto e maravilha.

Umas vezes com sagaz sentido histórico («o Sporting já é passado»), outras com visão de futuro e inebriante perspicácia prospectiva («o objectivo é ganhar ao União de Leiria»), este grande educador, o maior desde os tempos de Arnaldo de Matos, reuniu durante os cerca de vinte minutos em que os relógios do país pararam alguns dos mais sábios pensamentos que logramos ouvir nos tempos mais recentes. Ainda atordoado pela quantidade de informação recebida, não sei o que mais admirar: se o fair-play e postura moral com que reconheceu que «o Sporting foi um justo vencedor», se a argúcia e precisão com que de imediato afirmou que «a resposta será dada já no próximo jogo». Poderia debruçar-me sobre os pensamentos dignos de figurarem nos futuros compêndios de futebol, como «o objectivo mantém-se: queremos e vamos revalidar o título», «Somos sérios candidatos a ganhar tudo», sem pôr de lado a dimensão europeia da hercúlea tarefa que cabe ao seu clube (cujo nome, uma vez mais, poupo aos ouvidos pios dos eventuais leitores do Bom senso), clube esse que pretende «estar na final da Liga dos Campeões». Desafio a multidão de invejosos desta mente superior a dizer-me qual dos presidentes dos outros clubes que disputam a competição era capaz de ter a sagacidade para chegar a esta conclusão e afirmar que, agora que estão nos oitavos de final, a pretensão é estar na final da Liga dos Campeões. Pois Sua Eminência, o Ex.mo Sr. Luis Filipe Vieira, perante quem uma vez mais me curvo reverentemente, disse-o diante de milhões de portugueses cujo testemunho convoco desde já para registar a patente.

Nesta noite televisiva em que a SIC prestou um serviço público inestimável, os pensamentos, frases e expressões de alto nível masturbatório, na acepção intelectual, claro, foram multidão. Por meras razões de espaço vamos passá-las em silêncio. Manifestando uma forma notável, Sua Majestade o Líder mais uma vez desancou no Diabo lá do Norte excomungando-o ad aeternum. A sua prestação televisiva só não foi um sucesso clamoroso pela necessidade de se desculpar pelo evidente fracasso que terá sido, para as suas esperanças, a venda dos kits. Ora é essa injustiça que lhe está a ser feita, que, saindo em defesa deste ilustre Diácono e seu acólito, o Bom senso pretende de uma vez por todas reparar. Se a venda dos kits falhou, nunca o culpado poderá ser procurado no sector da venda de pneus e/ou bêémedeublios. Nem sempre as coisas falham por má gestão; muitas vezes há contingências do mercado que convém ponderar. Por outras palavras, o sucesso ou fracasso de uma operação de marketing depende de certas contingências que devem ser previstas e ponderadas. Só assim é possível alterar a estratégia de vendas quando, por qualquer razão, o produto não está a ser escoado como era esperado.
No caso da venda do kit do Glorioso, importa analisar as características e potencialidades do produto, as respectivas vantagens comparativas e, obviamente, a psicologia do cliente potencial.

Quanto ao produto, reconheçamos que se trata de um kit piroso que contém um cartão de compras em tons avermelhados com um pardejo em cima de uma roda de bicicleta no lugar do símbolo do Visa. Para além da evidente má qualidade e mau gosto de grafismo, a ideia do cartão nem sequer era original. Qualquer dona de casa frequentadora de Lidles e outras chafarricas já foi surpreendida com cartões da Tide, da Omo ou da farinha Maizena, que, embora pretendam oferecer certas regalias, só estão lá para fazer peso e para que o pacote contenha menos pó para a máquina ou farinha para bolos. Essa técnica do cartão começou, aliás, a ser utilizada pela primeira vez nos pacotes de corn flakes. Teve, contudo, de ser abandonada porque até os miúdos perguntavam aos pais para que servia aquela merda. As empresas de cereais, antes que houvesse escândalo, decidiram substituir os cartões por pequenos monstros, superheróis e naves espaciais em plástico que vão enchendo os pacotes, entretendo a miudagem e aliviando os velhotes da compra de "game boys" bastante mais onerosos.

Quando todos esperariam a invasão de seis milhões, perdão, de catorze milhões de pinóquios, schrecks, belas adormecidas e pneus em miniatura como base de porta-chaves, eis que, contrariando as modernas tendências de marketing, e por considerar que o potencial cliente era mais inocente que uma criança e mais imprevidente que uma dona de casa embrutecida por telenovelas, em resumo, considerando que o adepto benfiquista era otário que baste, a Direcção do Clube decidiu recuperar a velha ideia do cartão.

Ora, quando o produto é mau, entra em cena o marketing. Temos de reconhecer que a Direcção do Ninguém nos Pára estava devidamente apetrechada em recursos humanos. Para além de elevados conhecimentos no domínio comercial, quer o Presidente quer o Director desportivo são gente de alto nível intelectual e de muita e aturada leitura. Em privado, o Presidente do Finalista Europeu 2006 chega mesmo pouco modestamente a gabar-se de que, só no espaço de um mandato, já concluíu a leitura de dois livros, estando o seu Director desportivo a ajudá-lo a acabar de colorir o terceiro.

No entanto, consciente de que a estratégia do cartão podia falhar, a Direcção da Sport Marketing e Bairro Alfacinha, previu um plano B. Para além do cartão, o kit incluia um circuito turístico ao novo complexo do Estádio da Luz com paragem na sala de troféus. Cabe aqui assinalar que o Presidente LFV propôs que fosse incluído um almoço composto pelos famosos couratos à Benfica (desculpem o palavrão) com broa e tinto de garrafão. Do Alentejo viria o burro 40 Bocas para que os convivas não se sentissem desambientados.
A ideia presidencial acabou, porém, por não ir avante porque o burro implicava com a águia Vitória, tendo sido aprovada por unanimidade de dois votos e cinco acenares com a cabeça a proposta de visita guiada à Sala de Troféus do Benfica.

Porém, o que os experientes gestores do Benfica (chamemos, a partir de agora, os bois pelos nomes) não previram foi a lei económica das vantagens comparativas. O potencial comprador do kit encontrava-se perante uma oferta de visita guiada a um espaço fechado em que se encontravam expostas as taças ganhas pelo Benfica. Infelizmente, o plano B não se resguardou da lei universal da concorrência que estipula que o consumidor quando compra compara e opta normalmente pela melhor oferta ao melhor preço. Por mais otário que seja, qualquer adepto do Benfica sabe que, na mesma cidade de Lisboa, podia visitar de graça a Feira da Ladra do Campo de Santa Clara. É evidente para qualquer consumidor, independentemente de ser ou não benfiquista, que, em termos de vantagens comparativas, a Feira da Ladra fica a ganhar à Sala de Troféus do Benfica. Primeiro porque os produtos expostos na Feira da Ladra e na Sala de Troféus do Benfica não são lá muito diferentes e isto porque todos os artigos que lá se encontram expostos ou são já muito velhos ou então foram roubados.

Ora, para além de ter exposto o mesmo tipo de produto - e com mais variedade - (imperdível o artesanato sul-americano, as tendas de roupa militar e os óculos de sol Ray ban "genuínos") - a Feira da Ladra dispõe ainda de outras vantagens: em primeiro lugar, fica ao ar livre, sendo, portanto, mais aconselhada a pessoas que sofrem de claustrofobia como muitos benfiquistas habituados a uma vida de toupeira e que só ao fim de onze anos puseram o nariz de fora do Relvado, e, em segundo lugar, na Feira da Ladra é possível regatear o preço. No caso do kit do Benfica, o preço é fixo (55 €), o cliente paga e não bufa.

Temos de concordar que, em tempos de crise, a maioria dos consumidores, em vez de se ir meter na espelunca da Luz, vai preferir dar uma volta pelo Campo de Santa Clara. Tanto mais que, para se deslocar à Luz tem de apanhar o metro ou um autocarro ranhoso e a tresandar a suor e sardinha, enquanto que, para se deslocar a Santa Clara pode apanhar, junto ao Arco de São Vicente, o célebre eléctrico 28, um dos eléctricos que faz um dos mais fascinantes trajectos pela cidade antiga. Forçoso é reconhecer que a perspectiva de viajar de eléctrico pelas ruelas mais antigas da capital, sentado ao lado de uma turista loira de blusa arrogantemente apetrechada, nascida na terra do treinador do Glorioso, pode afastar muitos potenciais compradores da banheira da Luz. E aí está como um simples eléctrico pode deitar por terra toda uma estratégia de marketing bem pensada e melhor estruturada.

Consciente do facto, e para combater o peso concorrencial do eléctrico 28, a Direcção do Benfica está a pensar, numa segunda fase, lançar um plano C: Nos dias em que o Presidente do Benfica esteja disponível, ou seja, dias úteis, feriados e dias santos, o adepto benfiquista poderá ainda, na compra de um kit, fazer-se fotografar ao lado do Presidente do clube, sempre solícito para ficar na fotografia.

Se a segunda fase da campanha vai ou não ter sucesso, só o futuro o dirá. É ao adepto benfiquista que caberá decidir o que é mais apelativo e aliciante: Posar para o boneco com o Presidente do Benfica ou dar uma volta com uma loiraça no eléctrico 28..

Reposta que foi a verdade sobre a história dos kits, resta-me a mim, Bom senso, observador atento e desinteressado deste mundo capitalista, esperar que o comércio corra pelo melhor. Seria pena que uma estratégia tão bem estruturada e psicologicamente orientada de venda acabasse por falhar por culpa de um simples amarelo da Carris.