Scolari nota que nem sempre ganham os favoritos

Luiz Felipe Scolari atribuiu à França o favoritismo para o jogo das meias-finais do Mundial 2006 frente a Portugal. O seleccionador das quinas diz que «na história o grande favorito é a França», mas «nem sempre os favoritos vencem», destaca. O treinador brasileiro realça que Portugal tem a «oportunidade para mudar a história» que dá desvantagem às quinas nos confrontos directos com os gauleses. Scolari deixa ainda em aberto a hipótese de Figo não jogar, salientando que há «mais possibilidades» de Cristiano Ronaldo estar apto para o encontro...

Deco agora está a voar

Figo e Cristiano Ronaldo continuam a treinar à parte do restante plantel apresentando alegadamente alguns problemas físicos e Scolari evidencia que «o Cristiano tem mais possibilidades de jogar do que Figo». Falta saber se é uma estratégia para "francês ver" ou se as afirmações do treinador correspondem inteiramente à realidade. Tudo indica que os dois jogadores poderão jogar e as quinas podem ainda contar com os regressos de Costinha e Deco, que falharam o jogo com Inglaterra por castigo. E sobre o luso-brasileiro Scolari evidencia que «acabou por ser bom que o Deco não tivesse defrontado a Inglaterra. Agora ele está a voar», constata o seleccionador.
Scolari evidencia que o embate com a França nesta altura «será o jogo mais difícil, talvez mais ainda do que na final». O treinador tem em mente o embalo mental dos "galos" depois de terem eliminado o Brasil, salientando além do mais que a equipa gaulesa é «altamente organizada, com jogadores de muita qualidade, com estatura elevada e sincronização de movimentação muito interessante». Scolari não poupa ainda elogios a Zinedine Zidane, frisando que «é bonito» vê-lo jogar, «mesmo quando deixa o adversário extasiado».
«A bola não chora quando chega aos pés do Zidane, mas quando eu jogava ela chorava», afiança ainda o treinador, notando que Portugal vai tentar marcar o astro francês «assim como a toda a equipa da França», constata.
Pelo historial de embates entre as duas Selecções Scolari não duvida de que a França parte com o peso do favoritismo também «por tudo o que já fez, por tudo o que conseguiu». Mas o seleccionador lembra que «Portugal tem feito jogos muito bons, tem-se superado e tem a possibilidade de, quem sabe, mudar a história», evidencia.

Jogos de interesses

E nestes dias a imprensa francesa assumiu a estratégia já adoptada pelos ingleses antes do jogo dos quartos-de-final, acusando também a equipa das quinas de agressiva e provocadora. Ora para Scolari isto não passam de «jogos de palavras, interesses, vender mais, vender menos», com o treinador a recusar o epíteto de indisciplinada que se pretende colar à formação das quinas. «Nos últimos três anos e meio Portugal teve dois cartões vermelhos, no jogo com a Holanda. A França durante esses três anos e meio quantos cartões vermelhos teve?
Será que teve menos do que nós?» Scolari deixa as perguntas no ar...

Foto: Agência Lusa