Scolari com vontade de voltar a ser campeão do mundo

Luiz Felipe Scolari está feliz com o comportamento da equipa que escolheu para o jogo com o México. Portugal ganhou por 2-1 e o seleccionador das quinas diz que «a equipa teve bons momentos», mas o treinador brasileiro não deixa de criticar a prestação do segundo tempo, numa altura em que os mexicanos jogavam com 10. «Temos que aprender a jogar 11 contra 10», nota Scolari que também confessa que tem «vontade de voltar a ser campeão do Mundo».

«Dez vitórias em Mundiais marcam»

A vitória de Portugal frente ao México não significou apenas o primeiro lugar do Grupo D para Portugal, representando para Scolari pessoalmente o 10º triunfo consecutivo num Campeonato do Mundo. «Dez vitórias em Mundiais marcam qualquer pessoa e sobretudo eu que sou do interior do Brasil e nunca pensei estar num Mundial», revela o treinador que continua a apontar como principal objectivo para as quinas «chegar entre os oito primeiros» do Mundial 2006. Contudo Scolari já fala em ser campeão do mundo...
Sobre o adversário para os oitavos-de-final, o seleccionador destaca que «não se pode escolher» e que Portugal só tem que pensar em ganhar mais um jogo. Relativamente ao onze a apresentar nessa partida que será contra a Argentina ou a Holanda, Scolari realça que é preciso «observar o que vai acontecer em relação a todo o desgaste para escolher a melhor equipa no domingo». Frente ao México jogaram Marco Caneira, Petit, Tiago, Simão Sabrosa e Hélder Postiga no lugar de Nuno Valente, Costinha, Deco, Cristiano Ronaldo e Pauleta e o treinador deixa elogios aos substitutos. «Simão jogou muito bem, outros jogaram muito bem, até aos 15 do segundo tempo», aponta Scolari, sendo contudo previsível que o treinador volte aos habituais titulares na partida dos oitavos.

«Corremos mais riscos com 11 do que eles com 10»

Ainda sobre o jogo com os mexicanos, Scolari elogia a «atitude dos jogadores», realçando que gostou «do posicionamento da equipa em 70 minutos», destacando «a forma como jogaram, o empenho, a colocação em termos tácticos». Mas depois da expulsão de Pérez no México «"desestruturamos" totalmente», aponta, destacando que «pecámos e errámos em alguns detalhes que às vezes são comuns em Portugal». «Teríamos que trabalhar a bola», nota o seleccionador, evidenciando que «fomos negligentes» e que «corremos mais riscos com 11 do que eles com 10». «É aquela ansiedade de fazer o terceiro golo e às vezes não precisa isso», diz Scolari.
O seleccionador elogia ainda a formação azteca frisando que «é umas das melhores equipas que nós enfrentamos» e que
«dificilmente perde» nos oitavos-de-final independentemente do adversário com quem se cruzar. Scolari diz mesmo que
«o empate era um resultado normal» no jogo, falando de uma «supremacia» portuguesa no primeiro tempo, mas os mexicanos
«também jogaram bem», analisa. Por isso mesmo Scolari não se espanta igualmente que o Homem do Jogo escolhido pela FIFA tenha sido o mexicano Fonseca, que apontou o golo da sua equipa. «São escolhas», diz o treinador brasileiro, considerando que «poderia ser um de Portugal».

Seleccionador mexicano fala em problema de finalização

Na análise do treinador da equipa mexicana o grande problema da sua equipa neste jogo com Portugal, mas também na Fase de Grupos do Mundial, prende-se com a falta de concretização das oportunidades criadas. «Temos um grande problema de finalização, já que chegamos à área com facilidade e depois não conseguimos marcar», aponta Ricardo Lavolpe. «Quando não se concretiza uma grande penalidade, muito dificilmente se consegue marcar», diz ainda o treinador, realçando que os mexicanos têm «muito mais jogadas de ataque que qualquer adversário deste grupo», mas apenas quatro golos marcados.
Sobre o adversário para os oitavos-de-final Lavolpe salienta que o México tem «soluções, tanto para vencer a Argentina como a Holanda». «São 90 minutos e podemos ganhar a qualquer equipa, mas também podemos perder», constata, frisando que numa partida a eliminar «a pressão é maior e as duas equipas estão mais preocupadas, mas também mais motivadas», conclui.


Foto: Agência Lusa