Scolari apontado como eventual sucessor de Eriksson

FEDERAÇÃO ESPERA DEMITIR ERIKSSON POR MÁ CONDUTA
De acordo com o mesmo elemento alegadamente próximo do actual seleccionador
português, Scolari foi «informalmente abordado» pela Federação Inglesa
em 2002 depois da derrota da equipa de Eriksson frente ao Brasil nos
quartos-de-final do Mundial da Coreia e do Japão. Mas o processo não teve então
seguimento.
Contudo o crescente mal-estar que os órgãos dirigentes da Federação Inglesa
sentem relativamente ao comportamento de Eriksson, cuja vida privada tem sido
prato amplamente degostado pela imprensa sensacionalista do país, estará a pôr
em causa a continuidade do sueco no cargo de seleccionador. O tablóide The Sun
noticia mesmo que a Federação já tem advogados a analisarem o contrato do
treinador de modo a encontrarem uma forma de o despedir por justa causa alegando
«má conduta». Uma fonte citada pelo dito jornal sublinha que «se
encontrarem que há evidências de má conduta, haveria fundamentos para uma
rescisão sem qualquer indeminização».
O contrato milionário recentemente assinado por Eriksson com a Federação
inglesa, que prolongou o vínculo por mais quatro anos, e a consequente
indeminização avultada que teria que ser paga em caso de demissão forçada serão
o detalhe que mantêm o sueco no cargo.

COMPORTAMENTO MORAL E TÁCTICAS DO SUECO EM CAUSA
O recente caso do treinador sueco com uma secretária da Federação Inglesa que
veio parar às páginas dos jornais não é situação única. Eriksson, que é
solteiro, tem mantido desde que está em Inglaterra várias relações amorosas que
têm feito as alegrias da imprensa sensacionalista. De modo que «Eriksson
será julgado por comportamento acumulado e não apenas por um incidente»,
segundo salienta o The Guardian, jornal que frisa que «a rectidão moral de um
treinador é quase tão importante quanto a sua atitude táctica».
Mas as opções técnicas de Eriksson estarão igualmente em causa. Depois da
eliminação da Inglaterra aos pés de Portugal nos quartos-de-final do Euro 2004,
a imprensa inglesa fala num crescente desapontamento dos adeptos.
E o procedimento de Eriksson no caso que envolve Faria Alam, a
famigerada secretária de 38 anos, tentando ao que indicam os media
esconder o affair e por isso mentindo sobre a sua existência à Federação
Inglesa, terá sido a gota de água. O organismo sofreu mesmo
o
embaraço de ter que admitir o caso, depois de o ter negado.

VEREDICTO NA PRÓXIMA SEMANA
A Federação Inglesa já pôs em marcha um inquérito a esta situação que envolve,
além de Eriksson, um dirigente da estrutura, Mark Palios, que terá também tido
um caso com Faria Alam antes do sueco. Há ainda suspeitas de que um terceiro
elemento da Federação tenha igualmente sido seduzido pelas graças da mesma
secretária.
Dentro deste cenário a imprensa inglesa espera que rolem cabeças na próxima
semana, altura em que o poderoso Conselho da Federação Inglesa, constituído por
12 elementos, se reúne de emergência para analisar o caso. O órgão, que tem
poder decisivo total, vai então julgar na verdadeira acepção da palavra
o comportamento de Eriksson e decidir o seu futuro. Também Palios, homem
apontado como o grande responsável pela recuperação financeira da Federação
Inglesa, estará na berlinda. Antes disso é provável que o elo comum de toda esta
história, a ex-modelo Faria Alam, seja de pronto demitida quando voltar de
férias.