Estoril admite jogar com Sporting e Porto em Leiria e no Bessa

PRESIDENTE DO CLUBE CONTRA DECISÃO DA SAD
A alteração do jogo de recepção ao Benfica para o Algarve prendeu-se com razões
de ordem financeira, já que segundo a imprensa desportiva o clube canarinho vai
vender mais bilhetes num só jogo do que no conjunto de todos os restantes na
presente temporada. A venda da totalidade dos 30 mil ingressos passíveis de
serem emitidos para o recinto construído com vista ao Euro 2004 deve motivar
uma receita a rondar os 500 mil euros, isto já sem os devidos custos do aluguer
do espaço.
Mas a decisão de jogar no Municipal do Algarve não agrada ao presidente do
clube, Miguel Pisco. O líder do Estoril nota em declarações ao jornal Record
que foi a SAD quem decidiu e que «o clube não foi ouvido e não teve
qualquer interferência». «O Sr. António Figueiredo apenas me comunicou a
decisão um dia antes de ela sair nos jornais», acrescenta Pisco, salientando
que compreende que «não seja fácil optar por ter uma receita maior ou perder
alguns pontos». É que para o presidente do clube jogar no Algarve implica que as hipóteses do Estoril pontuar «ficam bastante reduzidas», salientando
que «a maior parte dos pontos feitos pelo Estoril foram conseguidos em
casa». A formação é actualmente uma das candidatas à descida de divisão,
ocupando o 16º lugar da Superliga, e precisa por isso urgentemente de
pontuar.

AS LIGAÇÕES DE VEIGA AO ESTORIL
A deslocação da partida para o Algarve está a suscitar inúmeras críticas, entre
as quais surgem insinuações de um eventual intuito de favorecimento ao Benfica.
A agravar essa circunstância estão tanto mais as ligações do actual
administrador da SAD da Luz, José Veiga, ao Estoril. O empresário era o detentor
da grande maioria das acções do clube canarinho, mas acabou por vendê-las a
empresários ingleses para assumir um cargo directivo no Benfica. Veiga terá
então deixado de ter qualquer participação directa no Estoril, contudo Miguel
Pisco salienta que «parece que o senhor Veiga detém 49 por cento, mas nem a
CMVM [Comissão de Mercado de Valores Mobiliários] consegue perceber»,
frisa.